Assim como todos nós, Raphaelly Riquelme estava de saco cheio do isolamento. Quem poderia julgá-la?! Já tinha feito de tudo para combater o tédio e pouca coisa funcionou, até mudança no visual tinha rolado: colocou umas tranças roxas muito maneiras no cabelo, que renderam uma gargalhada de dezessete minutos de duração, vinda de sua mãe, e o apelido ridículo de Rapunzelly.
Eram tempos loucos esse que estávamos vivendo, tudo mudava de proporção com facilidade. Raphaelly virou Rapunzelly e se encontrava presa num prédio sem contato com o mundo exterior. Mais louco que isso, só um rapaz que insistia em jogar bola na quadra do condomínio. Colocando a vida dele e de todos à sua volta em risco, ele era praticamente um garoto-bomba, sem a menor noção do perigo!
Mal ele sabia que perigo maior ainda vinha aí. E atendia pelo nome de Raphaelly Riquelme, ou, simplesmente, Rapunzelly.
Ficha Técnica
Título: Enclausurados
Autor: Aimee Oliveira
Editora: Autopublicação
Número de Páginas: 58
Ano de Publicação: 2020
Skoob: Adicione
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Resenha: Enclausurados
Enclausurados, de Aimee Oliveira, é o quinto volume da antologia de releituras Femme Fatale, uma proposta de doze autoras da Increasy Consultoria Literária em trazerem atualizações das personagens femininas dos desenhos animados. As publicações anteriores são: Princesa da Magia, da Clara Alves; Entre a Cruz e a Espada, da Igraínne Marques; Palácio de Areia, da Raffa Fustagno; e A Filha Ideal, da Aione Simões.
Raphaelly Riquelme está isolada do mundo por causa da pandemia de Covid e isso lhe deixa extremamente irritada. O tédio que a consume não consegue ser combatido com praticamente nada — até que decide passar por uma mudança radical. Com tranças roxas no cabelo e um novo apelido dado por sua mãe, Raphaelly se torna Rapunzelly. Presa em seu prédio, sem contato com o exterior e tomando todas as precauções possíveis para não se contaminar, a Rapunzelly vê tudo o que acredita ser ignorado por um garoto que insistentemente joga bola na quadra do condomínio. Mal ele sabe que um perigo muito maior do que a doença está lhe observando e atende pelo nome de Rapunzelly.
Apesar de curto, Enclausurados mostra o amadurecimento de três personagens que passam pela provação constante de viver no mesmo teto que outras pessoas, isolados do mundo exterior e com medo de estar com ou transmitir a doença. Esse, aliás, é um ponto forte no enredo. Trazer pensamentos divergentes sobre a pandemia e como isso afeta a vida torna Enclausurados uma lição de empatia e compreensão, afinal, estamos lidando com algo novo e que pode resultar na morte de familiares ou amigos.
Raphaelly possui uma interação muito boa com sua mãe, isso pelo fato de que a mulher, sendo enfermeira, passa pela apreensão de contaminar a filha constantemente, gerando um afastamento incômodo e triste para as duas. É onde essa relação familiar passa por sua crise, pois o afeto, o carinho, deve ser transmitido à distância. E como fazer isso? Enclausurados nos ensina! Transmite os valores de que segurança e amor andam lado a lado, é necessário apenas uma dose de força de vontade e coragem para enfrentar a doença que aflige não apenas o roteiro do livro, mas também nossa própria vida.
Enclausurados é um dos contos mais divertidos que li da antologia, o tempo passou rápido demais. Estava viciada! Eu não conseguia largar a história, principalmente quando se tratava dos diálogos entre o trio de personagens que habita o condomínio: o idoso, o menino da quadra e a nossa querida Rapunzelly. Se for ler, prepare o lencinho, pois com toda a certeza você vai chorar… De tanto rir!
Francine!
Cada novo livro dessa série traz uma surpresa diferente.
Adorei porque esse conto é bem para o nosso momento e adoro quando tem fvalores familiares envolvido e se é engraçado, melhor.
cheirinhos
Rudy