
Título: Água Para Elefantes
Autor: Sara Gruen
Editora: Sextante
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2007
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Um dos pontos altos é a profunda ligação entre homens e animais e a singela maneira de como essa conexão é contada. Os personagens que mais nos afeiçoamos no circo são aqueles que tratam os animais com respeito, enquanto que os que os maltratam são vistos como vilões. A autora, também, teve muito cuidado em descrever as ações e reações dos animais, fazendo deles personagens tão importantes quanto qualquer outra humana.
Falar de adaptações cinematográficas certamente implica em sabermos que haverá diferenças. E isso é mais do que evidente em Água Para Elefantes. Embora seja necessário deixar de lado o que foi lido na obra de Sara Gruen para que o filme possa ser analisado apenas por si, o intuito dessa coluna é justamente comparar o filme com o livro e é isso que aqui será feito.
Como dito, as mudanças no filme foram evidentes. Diversas partes foram omitidas, até mesmo personagens, enquanto algumas foram, inclusive, alteradas. Tudo para que a história pudesse ser condensada sem que o encadeamento lógico e a essência do livro fossem perdidas. Apenas o foco foi um pouco alterado: no filme, o romance é muito mais evidenciado do que no livro. Não que cenas diferentes tenham sido criadas, apenas ganharam mais destaque na adaptação.
Entre as partes omitidas, a que mais senti falta foi, sem dúvida alguma, a do asilo. Essa foi a parte mais tocante do livro para mim e ela não aparece no filme, apenas é contada superficialmente pelo Jacob já idoso. Aliás, a vida de Jacob no circo ficou melhor adaptada do que a sua aos 90 anos. É possível visualizarmos a crua realidade por detrás da ilusão do circo e o quão maldoso pode ser o homem, ainda mais se comparado à pureza de um animal. Porém, se pensarmos na condição do Jacob idoso e toda a humanidade presente nessa parte do livro, ela não fica tão clara assim no filme.
Sobre a escolha dos atores, gostei da atuação de ambos, porém achei os personagens do filme um pouco diferentes dos personagens do livro. Enquanto o Jacob do livro, ao chegar no circo, me pareceu mais amedrontado e, até mesmo, com um ar de inocência consigo, o Jacob de Robert Pattinson me pareceu ganhar ares mais confiantes e, inclusive, com uma certa malícia que não notei no personagem do livro. Já a Marlena do livro mostra muito mais seu lado sensível e frágil do que a Marlena de Reese Whiterspoon. Essa interpretou uma mulher mais fortalecida, que, embora seja sim sensível, acaba engolindo as lágrimas nos momentos em que precisa ser forte.
De um modo geral, gostei da adaptação mais como um complemento ao livro. As cenas foram bem ilustradas, porém há sutilezas perceptíveis aos que leram o livro e que talvez não sejam tão bem visualizadas aos que apenas viram o filme. Ainda, o livro, por ser mais rico em detalhes e emoções, acaba por ser mais envolvente, permite uma maior conexão com o leitor além de possibilitar uma melhor compreensão das personagens.
De qualquer forma, achei o filme bem adaptado e o recomendo, independente de a leitura ser ou não realizada. Claro que recomendo a leitura, mas, nesse caso, ela não se torna obrigatória se considerado o filme. Porém, aos que quiserem um aprofundamento da história, então a leitura certamente se faz necessária.
Oi Mi! Sempre adoro as suas análises, são bem completas.
Nesse caso vi e li os dois, porém como já faz um certo tempo não lembro de muitos detalhes que poderia apontar.
Assisti o filme na estreia, logo após ter lido o livro, e me recordo de ter percebido várias mudanças mesmo, como algumas que você apontou, mas de qualquer forma gostei dos dois.
Ao ler o livro não imaginava o Pattinson no papel do Jacob, mas de certa forma até gostei.
Uma das maiores mudanças que lembro porém, é que o circo não é do carinha que é casado com a Reese (já esqueci o nome de todo munda haha), e no filme eles excluíram o verdadeiro dono e deram o circo para ele. Apesar de ser uma mudança grande, acho que no final das contas não muda tanto assim e, a essência em si, foi mantida. Uma das minhas cenas preferidas é quando o Jacob chega no circo – ficou perfeito e emocionante nas telas do cinema. ^^
Ah e nada a ver com o post, mas que ironia né, o Rob com o nome de Jacob haha, achei engraçado!
Beijão!