[Resenha] Marketing do amor — Renato Ritto - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
07

mar
2023

[Resenha] Marketing do amor — Renato Ritto

CUIDADO: o estrangeiro misterioso por quem você se apaixonou pode ser o seu futuro chefe
A vida adulta às vezes parece uma sequência de perrengues. Thiago que o diga. Ele tem uma família intrometida, boletos para pagar, um gato extremamente mimado e uma coleção de inseguranças. Ah, sem falar no emprego como diretor de arte na caótica Agência Brilho. Para piorar, seus pais decidiram dar uma festa junina que tem tudo para virar caso de polícia.
Contrariando as expectativas (seria finalmente uma maré de sorte?), Thiago conhece um homem maravilhoso na festa. Ele não faz ideia de como um estrangeiro recém-chegado ao Brasil foi parar no quintal da sua família, mas tem uma certeza: Vlado é apaixonante.
Quando os dois se envolvem, parece o início de um romance que vai render assunto para os fofoqueiros do bairro. Só que tudo vira de ponta-cabeça: afinal, quem poderia imaginar que a Agência Brilho estava sendo vendida para uma multinacional e que aquele cara incrível seria seu novo chefe?
Thiago e Vlado resolvem colocar um ponto-final nessa história e interagir de forma estritamente profissional. Parece um ótimo plano. Ou não, já que, na prática, esquecer o que aconteceu se prova bem mais difícil do que eles imaginavam…
Contada através de e-mails, notícias de jornal, listas de tarefas, apps de mensagem e até cupons fiscais, Marketing do amor é uma comédia romântica perfeita para dar muita risada, sofrer de vergonha alheia e se emocionar até a última página.

 

Ficha Técnica

Título: Marketing do amor
Autor: Renato Ritto
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 528
Ano de Publicação: 2023
Skoob: Adicione
Compre: Amazon

 
 
 

Resenha: Marketing do amor

Marketing do amor é lançamento do Renato Ritto pela Intrínseca. Eu já tinha me encantado pelo conto Brilhante do autor, disponível no Kindle Unlimited, e esse, que se passa no mesmo universo, é um prato cheio aos fãs de comédias românticas.

Thiago é diretor de arte na agência Brilho e tem a típica vida adulta caótica: perrengues no trabalho, boletos para pagar, uma família que depende dele para tudo e uma coleção de inseguranças. Mas, em uma virada muito positiva do destino, ele conhece Vlado, gringo e novo vizinho, o que promete o início de um romance em sua vida… Até descobrir que Vlado será seu novo chefe e as políticas da empresa onde trabalham não admite, em hipótese alguma, relações entre os funcionários.

Um livro ser inteiro narrado por emails, mensagens e mídias como portais de notícias e listas de tarefas não é algo totalmente novo, mas ainda assim confere um caráter muito criativo à narrativa — até porque Renato Ritto inclusive incluiu à maneira de contar a história de Thiago e Vlado elementos como cupons fiscais, chats em sites de jogos e posts em diferentes redes sociais. Mas mais do que a forma narrativa — que é deliciosa e envolvente — o que me conquistou em Marketing do amor foi como o autor fez uso da linguagem dentro de cada formato. Além de adequar o tom às diferentes mídias, os personagens têm vozes particulares. Em um livro feito exclusivamente por essas vozes, sem o recurso de um narrador, isso é um feito e tanto. Exatamente por não ter um narrador, Renato Rito foi muito inteligente em como incluiu os elementos não-verbais, que são parte das interações. As hesitações, as pausas e até mesmo os horários que as mensagens foram enviadas ajudam a criar tensão e a modular o clima entre as personagens. Também, a linguagem é extremamente atual e com gostinho de nossa. Perdi as contas de quantas vezes ri alto nos grupos de WhatsApp da família de Thiago, tanto pelas referências ali presentes quanto pela representação tão bem feita de um grupo tipicamente como o retratado.

Aliás, o humor da história é ótimo do começo ao fim. Um exemplo é uma conversa bastante tocante via WhatsApp de Thiago com a melhor amiga e colega de apartamento enquanto faz compras. No meio da fala sensível, ele pergunta que detergente ela prefere. Além da quebra de tom gerar o humor, esse retrato do cotidiano nos inclui na leitura de uma forma ímpar, porque é impossível não se identificar. E é esse o maior trunfo de Marketing do amor: proporcionar essa identificação. A gente se vê na vida dos personagens, na forma de como conversam, no jeito como se expressam em redes sociais. 

As personagens são muito bem desenvolvidas e, no meio de todo humor, Renato Ritto trabalha questões pertinentes, como a gordofobia, e demonstra a toxicidade de algumas relações familiares. E para quem se cansa de ler romances LGBTQIA+ que sempre trazem a homofobia como um dos conflitos da história, não é o caso de Marketing do amor. Thiago pode ter vários problemas com a família, mas sua orientação sexual não é um deles. É muito positivo o retratos de personagens sendo como são sem a necessidade de brigarem por isso.

Para quem deseja rir e suspirar, Marketing do amor é a indicação ideal. O livro é um quadro da vida adulta paulistana com direito a altos e baixos, jargões do âmbito do marketing corporativo, momentos fofos envolvendo felinos mimados, ótimas amizades e um romance cativante. 





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