[Resenha] O Voo da Libélula - Michel Bussi - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
31

mar
2015

[Resenha] O Voo da Libélula – Michel Bussi

O Voo da Libélula

Título: O Voo da Libélula
Autor: Michel Bussi
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 400
Ano de Publicação: 2015
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: AmazonAmericanas ♦ Cultura ♦ Ponto Frio ♦ SaraivaSubmarino ♦ Travessa

Na noite de 23 de dezembro de 1980, um avião cai na fronteira entre a França e a Suíça, deixando apenas uma sobrevivente: uma bebê de 3 meses. Porém, havia duas meninas no voo, e cria-se o embate entre duas famílias, uma rica e uma pobre, pelo reconhecimento da paternidade.
Numa época em que não existiam exames de DNA, o julgamento estende-se por muito tempo, mobilizando todo o país. Seria a menina Lyse-Rose ou Émilie? Mesmo após o veredicto do tribunal, ainda pairam muitas dúvidas sobre o caso, e uma das famílias resolve contratar Crédule Grand-Duc, um detetive particular, para descobrir a verdade.
Dezoito anos depois, destroçado pelo fracasso e no limite entre a loucura e a lucidez, Grand-Duc envia o diário das investigações para a sobrevivente Lylie e decide tirar a própria vida. No momento em que vai puxar o gatilho, o detetive descobre um segredo que muda tudo. Porém, antes que possa revelar a solução do caso, ele é assassinado.
Após ler o diário, Lylie fica transtornada e desaparece, deixando o caderno com seu irmão, que precisará usar toda a sua inteligência para resolver um mistério cheio de camadas e reviravoltas.
Em “O voo da libélula”, o leitor é guiado pela escrita do detetive enquanto acompanha a angustiada busca de uma garota por sua identidade.

 

Sabe aquele típico livro do qual é praticamente impossível desgrudar enquanto não virar a última página? O Voo da Libélula é um excelente exemplo, e configurou em uma das minhas melhores leituras de 2015, até então.

O Voo da Libélula1

É inegável que Michel Bussi domine completamente a arte de envolver o leitor. Alterando pontos de vista na narrativa, traz uma maior abordagem dos eventos, ao mesmo tempo em que esconde muito bem cada uma das pistas deixadas pela trama. Outra de suas técnicas é a de revelar, previamente, a existência de alguma informação chave para o caso, mas demorando a dizer seu conteúdo, de forma a elevar ao máximo a curiosidade do leitor. Eu quase não conseguia conter minha ansiedade em descobrir as verdades sobre o misterioso caso e sobre as atuais situações vivenciadas pelos personagens.

As informações sobre o passado e a investigação sobre a identidade de Lylie, a Libélula, única sobrevivente do acidente áereo ocorrido em 1980, são dadas ao leitor através das palavras escritas pelo detetive Crédule Grand-Duc em seu diário, cuja leitura é entrecortada pelas ações presentes, no ano de 1998. Ao mesmo tempo em que eu tinha interesse em conhecer todos os detalhes dos últimos 18 anos, também me interessava pelo que estava acontecendo às personagens nos dias que abrangem a história.

 

“Ainda não conseguia acreditar no que estava vendo. Suas mãos tremiam. Um forte calafrio o percorreu, da nuca à base das costas.
Tinha conseguido!
A solução estava ali, desde o princípio, à espera, sem pressa: era impossível encontrá-la na época, dezoito anos antes. Todo mundo tinha lido aquele jornal, todo mundo o tinha esmiuçado e analisado mil vezes, mas ninguém poderia ter adivinhado, nem em 1980 nem durante todos os anos que haviam se seguido.
A solução saltava aos olhos… com uma condição.
Uma única condição, totalmente absurda.
Abrir aquele jornal dezoito anos depois!”

página 19

 

Apesar de o ponto forte do livro estar contido em sua capacidade de envolvimento e na trama magistralmente bem desenvolvida, o autor também inseriu, em um segundo plano, temáticas atraentes, capazes de tornar a obra ainda mais completa. Foi bastante interessante acompanhar os sentimentos conflituosos de cada personagem e a maneira de como cada vida foi afetada desde o acidente. Michel Bussi não criou personagens idealizadas, mas sim deu vida a pessoas verossímeis e contraditórias como somente o homem sabe ser.

O Voo da Libélula3

Formulei várias teorias durante a leitura e, quase ao final dela, pude chegar próxima à verdade. Contudo, só pude realmente compreender toda a situação quando ela já estava sendo revelada, e fiquei extremamente satisfeita com o desfecho.

 

“Um pensamento louco e insistente brotava em sua mente. E se aquele avião fosse apenas um engodo, uma encenação para deixá-lo impressionado? Lylie não tinha lhe dito tudo.
(…) E se Lylie nunca houvesse tido a oportunidade de ir embora para longe, para outro lugar? E se tivesse ficado ali, bem perto, e seu objetivo fosse totalmente diferente…
Afastá-lo.
Afastá-lo porque o que ela queria fazer era arriscado, perigoso.
Afastá-lo porque ele não teria concordado.
(…) E se Lylie tivesse descoberto a verdade e simplesmente tentasse se vingar?”

página 86

 

É preciso dizer, entretanto, que alguns pontos pareceram terem ficado em aberto, a meu ver, mesmo que nenhum deles tenha sido essencial ao caso em si. Nada sobre a investigação deixou de ser respondido, mas alguns passos e acontecimentos transcorridos durante as ações dos personagens acabaram não tendo uma consequência narrada ao leitor, e eu gostaria de descobrir o que acabou por acontecer nesses momentos. De qualquer maneira, nada disso alterou o impacto que o livro teve em mim.

O Voo da Libélula cumpriu com excelência seu papel de thriller, causando todas as sensações que uma boa obra do gênero deve conter em si, além de ter me proporcionado excelentes e prazerosos momentos de leitura; afinal, foi como se o mundo ao meu redor deixasse de existir conforme eu imergia nas páginas. Agora só me resta aguardar pela adaptação cinematográfica e torcer para que ela faça jus à obra.

O Voo da Libélula2





Deixe o seu comentário

9 Respostas para "[Resenha] O Voo da Libélula – Michel Bussi"

Cristiane Oliveira - 31, março 2015 às (12:33)

Oi Aione. Ontem estava lendo a sinopse deste livro e fiquei encantada! Que bom que você já leu pra indicar, fiquei muito curiosa com a história. E não sabia que se tornaria um livro, que fantástico!
Beijos

Leticia - 31, março 2015 às (15:43)

Oi Aoine…
Eu gosto muito do renego, e me interesse por este livro.
Gosto principalmente de formular teorias, e quase sempre erro..rs
Adorei a resenha.

livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

Tais - 31, março 2015 às (17:01)

Oi Mi,

Não costumo ler muito esse gênero, mas confesso que estou com muita vontade de ler esse livro.
Pela sinopse e pela capa ele tem bem cada de filme, vamos ver como será a adaptação né?

bjs
Tais
http://www.leitorafashion.com.br

Tudo que Motiva - 31, março 2015 às (21:54)

Não lembro de já ter escutado sobre esse livro, mas achei bem legal esse thriller, parece ser bem estruturado e te deixando cheio de sensações inexplicáveis. Bom saber que o livro te prendeu até o final!

Maria Alves - 31, março 2015 às (22:20)

Me interessei pelo livro, adoro historias com misterios e reviravoltas. E é bom saber que é uma leitura rápida, assim desvendamos o misterio kkk. Que bacana que vai ter adaptação, também espero que seja fiel.

Danielle Thamires - 01, abril 2015 às (08:31)

Não sou muito fã desse gênero,nas sua empolgação com o livro e a capa me deixaram curiosa para ler O Vôo da Libélula !

Danielle Peçanha - 01, abril 2015 às (14:13)

Estou lendo o livro e amando,não vejo a hora de desvendar o mistério.

Rudynalva - 08, abril 2015 às (02:17)

Aione!
O livro foi feitinho para mim.
Nossa! Endoidei o cabeção por ele e vou ver se me espremo por aqui para comprá-lo… Fiquei encantada com sua leitura e sua análise sobre ele.
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

Diane Ramos - 13, abril 2015 às (13:43)

“O voo da libelula ” parece ser um livro muito bom ! Ainda não o conhecia e após sua resenha ele já está na minha lista de desejados 🙂
Amo livros que prende o leitor , espero lê-lo em breve .

htttp://coisasdediane.blogspot.com.br/

Minha Vida Literária

Caixa Postal 20

Mogi das Cruzes/SP

CEP: 08710-971

Siga nas redes sociais

© 2024 • Minha Vida Literária • Todos os direitos reservados • fotos do topo por Ingrid Benício