Sobre o Livro
Título: Os Homens Que Não Amavam As Mulheres
Autor: Stieg Larsson
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 522
Ano de Publicação: 2008
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Amazon ♦ Americanas ♦ Fnac ♦ Saraiva ♦ Submarino ♦ Travessa
Já datava de muito tempo meu interesse pela leitura da trilogia Millennium, que recentemente se tornou uma série com a publicação de A Garota Na Teia de Aranha, quarto volume escrito por David Lagercrantz, já que Stieg Larsson, autor dos três primeiros livros, faleceu em 2004. Assim, finalmente pude ler Os homens que não amavam as mulheres e agora já me sinto extremamente ansiosa pela leitura dos próximos livros.
Mikael Blomkvist é editor e co-fundador da revista Millennium, e acaba de ser processado por difamação, por conta de uma reportagem-denúncia escrita por ele que acabou se revelando infundada em suas denúncias. Prestes a cumprir uma breve pena na prisão e após ter preferido se afastar de seu cargo na revista, ele é misteriosamente contratado por Henrik Vanger, diretor de uma das empresas mais influentes da Suécia, para resolver um misterioso caso de desaparecimento e assassinato em sua família, há cerca de 40 anos. Durante sua investigação, Mikael acaba conhecendo Lisbeth Salander, uma anti-social e incrível pesquisadora que acaba por ajudá-lo em sua busca.
Se tive algum tipo de impasse ou bloqueio com a leitura, ele durou apenas o primeiro capítulo, muito voltado às atividades econômicas da Suécia e ao escândalo que Blomkvist se envolve. Contudo, logo fui completamente tragada pelas páginas da trama, sem sentir vontade alguma de abandonar a leitura. Não apenas a escrita de Larsson é envolvente e convidativa como o enredo criado por ele é cativante, a ponto de conquistar o leitor e prendê-lo a ele. A cada nova pista e desdobramento dos fatos, minha vontade em terminar a leitura redobrava, e fui me tornando cada vez mais ávida pelas revelações.
De certa forma, não me senti muito surpresa pela maioria das descobertas ligadas ao caso investigado por Blomkvist e Salander, visto que consegui imaginar boa parte das resoluções. Contudo, a maneira de como elas se dão foi muito prazerosa de se acompanhar, algo que me fez admirar demais toda a trama desenvolvida por Larsson. Ainda, fiquei surpresa com o nível de detalhamento presente em toda a história, desde o escândalo enfrentado pelo jornalista até o caso investigado por ele a mando de Henrir Vanger. Sem dúvida alguma, o autor fez um excelente trabalho ao criar a história, e não consigo imaginá-la mais completa do que já é.
Ainda, a temática que, de certa forma, é abordada pelo enredo é de extrema importância e relevância, além de atual independentemente do país em questão: a violência contra a mulher. A cada divisão das partes da história, há um diferente dado estatístico sobre crimes cometidos contra as mulheres, e eles, infelizmente, não divergem da própria realidade brasileira. É compreensível a presença desse tema (além de outros, como as próprias denúncias de Blomkvist) na história, visto que Larsson foi um dos jornalistas e ativistas políticos mais influentes de seu país, tendo tido notável atuação na luta pelos direitos humanos na Suécia.
Embora Os Homens Que Não Amavam As Mulheres seja um livro bastante denso de conteúdo e significativamente longo, não senti peso algum durante a leitura; ao contrário, ela foi extremamente prazerosa, dentro de obras do gênero, e só me deixou ainda mais interessada em continuar lendo os demais livros da série. Sem dúvida alguma, livro muito mais do que recomendado aos fãs de thrillers policiais.
Sobre os Filmes
São duas as adaptações cinematográficas que a obra de Stieg Larsson recebeu: a sueca, de 2009, dirigida por Niels Arden Oplev; e a americana, de 2011, dirigida por David Fincher, mesmo diretor de sucessos como Seven: Os Sete Crimes Capitais (1995) e as também adaptações O Clube da Luta (1999) e Garota Exemplar (2014).
Ambas adaptações, embora fieis ao livro, são bastante diferentes entre si, isso porque cada uma trabalhou com os acontecimentos originais a sua própria maneira. Uma das maiores diferenças, em minha visão, inclusive, se deu no que diz respeito à personalidade de Mikael Blomkvist: enquanto o de Michael Nyqvist trouxe um Blomkvist mais próximo ao que enxerguei do personagem no livro, o de Daniel Craig carrega consigo um ar maior de agressividade que, para mim, não fazia parte das características do jornalista. Sendo assim, preferi o sueco ao americano nesse quesito.
Já ambas Lisbeth Salander estiveram extremamente próximas da criada por Larsson, o que garantiu um excelente trabalho tanto de Noomi Rapace quanto de Rooney Mara. A diferença, a meu ver, está no foco pessoal maior que a personagem recebeu sobre sua vida na versão sueca do que na americana.
Sobre as tramas, como mencionado, ambas conseguiram ser fieis, mas carregam diferenças entre si e também divergências com relação à obra original. A versão sueca realizou algumas alterações principalmente no que se refere ao desdobramento do caso investigado por Mikael e Lisbeth, modificando a maneira de como acontecem no livro e ocultando alguns outros detalhes. Além disso, o caso Werneström no qual Mikael se envolveu também foi pouco abordado nessa versão. Apesar disso, como a versão sueca eliminou detalhes originais, ela pôde se aprofundar mais naqueles tratados, conferindo cenas mais longas e mais detalhadas, capazes de despertar uma maior sensação de suspense.
A versão americana, por sua vez, é marcada por uma maior agilidade. As cenas são mais rápidas, há mais ação entre elas, principalmente porque um número maior de detalhes do livro foi incluído aqui. Dessa maneira, o enredo se desenvolve de forma mais próxima do original, ainda que também conserve pequenas modificações e tenha encoberto alguns outros pontos. A maior diferença com relação ao livro, contudo, se deu justamente na revelação final do caso investigado por Mikael e Lisbeth: os desenrolares são bastante fieis até a descoberta final, que, embora aconteça de forma diferente da original, manteve-se em sua essência. Assim, achei interessante a escolha feita pelo filme.
De modo geral, gostei de ambas adaptações, ainda que cada uma traga diferentes aspectos consigo. Os dois filmes são bons exemplares de tramas policiais e, acredito, trouxeram o máximo possível do livro. Ainda assim, considero ambos como bons complementos à leitura, visto que o talento de Stieg Larsson foi além da história por ele criada, sendo encontrado na maneira de como desenvolveu sua trama e em todos os detalhes engenhosamente por ele inseridos. E esse aspecto, por mais habilidosos que fossem os responsáveis pelas adaptações, jamais seria possível de ser captado em uma releitura para os cinemas.
Assista aos Trailers!
Ainda não li os livros e nem assisti o filme. Mas o tema abordado em relação a violência contra a mulher é muito importante e infelizmente existe até hoje. Deve ser mesmo uma historia com uma trama bem envolvente, que só conseguimos parar quando termina rs.