Título: Mentirinhas inocentes
Autor: Gemma Townley
Editora: Record
Número de Páginas: 368
Ano de Publicação: 2007
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Não faz muito tempo, Natalie Raglan chegou a Londres. Deixou para trás sua vida no interior para morar no transado bairro de Notting Hill. Só que Cressida Langton, a antiga inquilina do apartamento onde Natalie mora, continua a receber telefonemas e correspondências no mesmo endereço, convites para festas descoladas, jantar com bonitões. Com pequenas mentirinhas, Natalie passa a se fingir de Cressida.
Depois de ter contato com dois livros* de Gemma Townley, ter amado a primeira experiência e odiado a segunda, Mentirinhas Inocentes veio para deixar o peso da balança novamente no lado positivo de minhas avaliações.
Com uma narrativa em primeira pessoa ágil, fluida e divertida, logo me vi inserida na vida de Natalie Reglan que, entendiada com a própria vida e preocupada com o que seus familiares e amigos pensariam de seu “fracasso” em Londres, resolve assumir alguns aspectos da vida de Cressida, antiga moradora de seu apartamento, como se fossem de sua própria.
Inicialmente, as mentiras de Natalie são realmente inofensivas. Contudo, ela passa a criar uma teia tão grande para sustentá-las que, ao se dar conta, não sabe mais como resolver os problemas que ela mesma originou. Ao mesmo tempo em que me senti extremamente angustiada com a personagem, desejando que ela percebesse suas atitudes e tomasse a decisão correta para resolvê-las, gostei de como a autora desenvolveu a trama. Mesmo discordando de Natalie em muitos pontos, senti empatia por ela e torci pelo sucesso da personagem.
O romance da história, embora seja gostoso de acompanhar, acabou por não ser seu foco, centrado na evolução de Natalie em Londres e seu processo de auto-descoberta. A personagem precisa descobrir quem realmente é e sua capacidade de enfrentar os obstáculos, e é isso o que acompanhamos em Mentirinhas Inocentes, mesmo que em meio as suas trapalhadas.
Um detalhe que também merece ser destacado é a chefe de Natalie na loja em que trabalha. Laura, com seu mau-humor, arrogância e ar de superioridade, me lembrou Miranda, de O Diabo Veste Prada, e foi impossível não sentir juntamente de Natalie a raiva pelo seu abuso de autoridade. Por tanto ter me irritado, foi impossível não vibrar ao final, quando o desfecho acontece.
Apenas alguns pontos não foram positivos para mim. Um deles foi o uso de alguns palavrões um tanto quanto pesados que, mesmo em pouca quantidade, tornaram a escrita vulgar nesses momentos – característica que igualmente me desagradou em Quando Em Roma, minha má experiência com trabalhos da autora. Ainda que esse gênero permita a utilização de um vocabulário informal – como gírias e até mesmo palavrões -, acredito que a escolha de outros termos seria mais adequada. Vale lembrar que essa questão tanto pode ser uma característica da própria autora quanto do processo de tradução.
O outro ponto foi com relação à pouca exploração da morte do irmão de Natalie. James faleceu quando Natalie ainda era criança e esse trauma na família acabou influenciando parte de suas características. Entretanto, o fato é citado superficialmente poucas vezes ao longo da trama e, mesmo não sendo de grande importância no contexto geral, acredito que poderia ter sido um pouco mais aprofundado.
De modo geral, Mentirinhas Inocentes é um excelente exemplo de chick-lit, sendo leve, divertido e uma leitura despretensiosa, ideal para momentos de relaxamento.
*Observação: o livro foi lido em 2014 e resenhado logo após eu ter finalizado a leitura, porém não tive a oportunidade de postá-la aqui desde então. Na época, esse foi meu terceiro contato com as obras de Gemma Townley. Agora em 2015, li 1 milhão de motivos para casar, minha quarta leitura da autora.
Aione,É ter muita coragem e uma imensa cara de pau assumir aspectos da vida de outra pessoa ou melhor passar por aquela pessoa,legal a personagem ter um processo de auto-descoberta na história,sua capacidade de ultrapassar obstáculos,não gosto de usos de palavrões também,mil beijinhos!!!!