A Redenção de Gabriel é o último volume da trilogia de sucesso de Sylvain Reynard que narra a história de Gabriel e Julia, um professor e uma acadêmica envolvidos e apaixonados pela história de Dante, a qual serve de paralelo para a deles própria.
Desta vez, os conflitos centram-se principalmente nas dificuldades da vida a dois, mesmo quando há um forte sentimento entre o casal. Porém, além disso, os fantasmas do passado de Gabriel continuam a perturbá-lo, de forma a dar a ele uma nova chance de se aprofundar neles. O enredo também abrange conflitos envolvendo outras personagens da história que, de alguma forma, estiveram envolvidas com o casal principal.
A escrita em terceira pessoa do autor me agrada bastante, principalmente por dar o tom certo de romance à história. Além disso, o narrador faz diversas observações – sempre entre parênteses – que conferem certo humor à narrativa ao longo da trama.
“Julia se limitou a encará-lo, esperando que ele explodisse em um ataque de fúria. Para sua surpresa, isso não aconteceu.
(O que demonstrava claramente que o Apocalipse estava próximo.)”
página 157
“É preciso dizer que, em geral, os Emersons dormiam melhor juntos do que jamais conseguiriam fazê-los separados. Aquela noite não foi exceção.
(Quando eles enfim pararam de fazer amor, é claro.)”
página 327
Fica evidente uma maior presença de cenas sensuais nesse volume, principalmente por conta da proximidade e da situação entre Gabriel e Julia. Contudo, o livro não pode ser considerado como erótico, devido à forma de como tais momentos são descritos e inseridos na história.
Por Gabriel e Julia estarem diretamente envolvidos no mundo acadêmico, esse é um cenário bastante importante na obra e que me agrada bastante. Em todos os livros, há pelo menos um trecho que envolve um debate, palestra ou pesquisa sobre a obra de Dante Alighieri e acho extremamente interessante acompanhar todas as análises inseridas pelo autor.
Embora A Redenção de Gabriel não tenha superado minha preferência e admiração pelo primeiro volume da trilogia, conseguiu me envolver mais do que seu antecessor, O Julgamento de Gabriel, cuja leitura se deu de forma mais lenta e menos interessante.
Há uma importante carga, na história, relacionada à fé e à religião das personagens, outra característica positiva a meu ver. Gosto da maneira de como ela afeta os protagonistas, e demonstra uma mudança principalmente em Gabriel. No fundo, a trilogia trata da forma de como o amor tem o poder de transformar e mudar, e a mensagem transmitida por ela é belíssima. Sem dúvida alguma, terminei o livro encantada e suspirando pela história.
“- Eu falei a ele que a maior das virtudes não é a caridade; é a esperança. Conheci a caridade com Richard e Grace, mas também com você. E ela me ajudou a atravessar dias muito sombrios. E também descobri a fé, quando estive em Assis. Mas, sem esperança, não estaria aqui. Eu teria dado um fim à minha vida. Sem a intervenção divina na forma de uma adolescente em um pomar na Pensilvânia, eu estaria no Inferno (…).”
página 424
Achei A Redenção de Gabriel bastante satisfatória como fim para a trilogia. Não achei que pontas ficaram soltas ou que faltaram esclarecimentos sobre determinados assuntos do enredo, além de ter tido um bom panorama sobre a atual vida do casal.
Ainda que o livro não tenha proporcionado uma leitura voraz – já que é característica da série ter uma evolução um pouco mais lenta – ou que tenha instigado minha curiosidade pela resolução de seus conflitos, garantiu momentos prazerosos, agradáveis e, até mesmo, um pouco reflexivos. No fim, o intuito da trilogia é justamente o de proporcionar momentos ternos e relaxantes com a leitura e o de transmitir sua mensagem de amor. Sem dúvida, é uma ótima pedida aos românticos de plantão.
Oi Mi, parabéns pela resenha!
Estou lendo o segundo volume, e como vc falou, a leitura tem sido bem mais lenta. Eu tenho a impressão que isso é por conta do final do primeiro livro, não que tenha sido ruim, pelo contrário, eu adorei, mas me passou a impressão de não precisar haver uma continuação. O lado bom é que eu gostei das personagens e é sempre bom saber mais um pouquinho delas, por isso continuo lendo o livro e curtindo, mas não sinto a vontade de deixar de fazer alguma coisa só para ler mais algumas páginas, como em ‘O inferno de Gabriel’.
beijos