A Cidade Sombria é o primeiro livro da série O Mestre das Relíquias, composta por quatro volumes, a ser publicada pela editora Bertrand Brasil.
Não é segredo para quem acompanha minhas resenhas que tenho certa dificuldade e resistência quando se trata de literatura fantástica, uma vez que não me identifico muito com o gênero. Sendo assim, essa leitura acabou se desenvolvendo da forma que eu esperava, sem que eu tenha conseguido um grande envolvimento com a história e as personagens. Aliás, diria, inclusive, que meu contato com o enredo foi bastante superficial, de forma a ter perdido muitos dos detalhes essenciais para adentrar na leitura, bem como as grandes emoções proporcionadas quando há um real envolvimento. Contudo, estaria mentindo se dissesse que não observei detalhes que me agradaram, principalmente com relação à construção do enredo como um todo.
Em primeiro lugar, achei a escrita de Catherine Fisher extremamente rica e bem estruturada. Sua narrativa é bastante detalhada, fornecendo informações suficientes para conseguir visualizar as cenas e o mundo criados pela autora, tendo sido utilizados, também, diversos recursos capazes de criar impressões sensoriais. Depois, o universo fantástico foi desenvolvido tão ricamente como sua narrativa. A cada início de capítulo, um trecho sobre a criação desse mundo era contado, além de outras informações dadas ao longo da história, e gostei da mitologia criada por Fisher, que se assemelha à Mitologia Grega no sentido de diversos Deuses serem responsáveis pela construção desse mundo, e de cada um deles estar ligado a um diferente aspecto e elemento da natureza.
Depois, também me agradou a forma de como algumas temáticas foram trabalhadas. A fé é um importante fator no enredo e foi citada em diferentes momentos, tanto por meio das falas de Galen, um guardião das relíquias, quanto pelas situações vivenciadas por ele. Também, foi incluída a reflexão de como o “bem” e o “mal” são, muitas vezes, relativos, já que estão intrinsecamente ligados as nossas crenças, às vezes enraizadas em nossa cultura e experiência de vida.
De modo geral, acredito que a leitura agradará aos fãs do gênero por ser ricamente construída e por apresentar um conteúdo interessante. De minha parte, não fosse minha pouca identificação com a Literatura Fantástica, certamente teria feito uma leitura mais proveitosa.
eu ainda fico em dúvida as vezes se vou gostar desse livro sabe