[Resenha] A Livraria dos Finais Felizes - Katarina Bivald - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
21

set
2016

[Resenha] A Livraria dos Finais Felizes – Katarina Bivald

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Título: A Livraria dos Finais Felizes
Autor: Katarina Bivald
Editora: Suma de Letras
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2016
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Sara tem 28 anos e nunca saiu da Suécia — a não ser através dos (vários) livros que lê. Quando sua amiga Amy, uma senhora com quem troca livros pelo correio há anos, a convida para visitá-la na cidade de Broken Wheel, Iowa, Sara decide se aventurar. Mas ao chegar lá, descobre que Amy faleceu. Sara se vê desacompanhada na casa da amiga, em uma cidade muito pequena, e começa a pensar que talvez esse não seja o tipo de férias que havia planejado.Com o tempo, Sara descobre que não está sozinha. Nessa cidade isolada e antiga, estão todas as pessoas que ela conheceu através das cartas da amiga: o pobre George, a destemida Grace, a certinha Caroline e Tom, o amado sobrinho de Amy. Logo Sara percebe que Broken Wheel precisa desesperadamente de alguma aventura, um pouquinho de autoajuda e talvez uma pitada de romance. Resumindo: a cidade precisa de uma livraria.

Em meio a um clima leve e convidativo, semelhante ao cenário da obra, A livraria dos finais felizes, primeiro título da sueca Katarina Bivald, promete ser um livro sobre livros; a descoberta do leitor, porém, é a de que, muito além dos livros, esse é um livro sobre pessoas.

Sara jamais saiu da Suécia, onde leva uma vida pacata e sem muitos objetivos. Apaixonada por livros, desenvolve uma amizade com a estadunidense idosa Amy, igualmente bookaholic, ao fazerem uma troca de livros, passando a, então, trocarem também correspondências. Quando Sara parte para Iowa a convite de Amy para tirar férias e conhecer a amiga pessoalmente, leva um choque ao chegar à pequena cidade de Broken Wheel e descobrir que Amy faleceu antes da chegada de Sara. Sem saber o que fazer, a protagonista acaba sendo acolhida pelos moradores da cidade e acaba ficando na casa de Amy, para as férias já planejadas. Pouco a pouco, movida pela paixão literária, passa a descobrir mais sobre os moradores dali e muito mais sobre si mesma.

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A narrativa da história se dá em terceira pessoa, variando de acordo com a perspectiva de diferentes personagens, permitindo ao leitor, assim, conhecer melhor cada uma delas. Também, entre alguns capítulos, temos a correspondência de Amy para Sara, também com a finalidade de conhecermos mais dessa personagem que já inicia a história falecida. Contudo, além dela própria, suas cartas apresentam um pouco mais sobre os moradores da cidade (ou ao menos sua visão sobre eles), bem como a evolução de sua amizade com Sara. Aliás, as cartas sugerem, também, mais da própria Sara: afinal, quando Amy responde a alguma pergunta ou dúvida da protagonista, indiretamente sabemos o que ela desejava saber.

O desenrolar de A livraria dos finais felizes como um todo acontece de maneira leve e despretensiosa. Não há grandes reviravoltas ou mesmo acontecimentos que despertam a curiosidade do leitor de forma que ele não seja capaz de desgrudar da história. Porém, talvez seja justamente sua relativa calma a dar o clima acolhedor que tanto permeia as páginas quanto remete à própria cidade onde tudo se desenvolve. Ainda, as próprias personagens acabam cativando o leitor, de forma a nos encantarmos por elas e por suas histórias. Algumas, inclusive, trazem passagens bastante tocantes, e adorei a forma de como Katarina Bivald incluiu as temáticas por ela abordadas, criando momentos mais sensíveis e completamente humanos. Como falei, o livro acaba sendo muito mais sobre pessoas do que sobre os próprios livros.

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Aos bookaholics, acaba sendo quase impossível não se encantar pelas tantas citações literárias ao longo da trama. A livraria dos finais felizes é recheado de diversas outras obras, desde grandes clássicos até bestsellers contemporâneos, e é uma delícia encontrar aquele título ou autor que tanto gostamos mencionados entre as páginas. E acaba sendo ainda melhor ver as opiniões de Sara (e Amy) sobre eles, bem como suas reações às leituras e a maneira de como os livros impactam em suas vidas.

Sobre esse último ponto, esperei, na realidade, que ele fosse mais explorado e central na trama. Ao ler a sinopse, imaginei que os livros fossem afetar mais diretamente a vida das personagens, e não é bem assim que tudo acontece. Temos, certamente, a protagonista afetada por eles, e tanto se autodescobrindo quanto descobrindo uma vida para si a partir de sua paixão literária e por sua crença da influência dos livros sobre pessoas; contudo, sobre as demais personagens, é a própria Sara e sua chegada à cidade o que acaba os afetando, muito mais do que os livros em si.

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A livraria dos finais felizes, embora mais vagarosa, acabou sendo uma leitura leve e encantadora, tanto pela própria atmosfera que a permeia quanto pelas diversas citações literárias – um prato cheio aos amantes de livros! Adorei acompanhar o conflito interno de cada personagem participante da trama – mesmo que de forma não tão aprofundada – e, principalmente, adorei ver Broken Wheel ganhar novas cores conforme as transformações vão acontecendo dentro das personagens, sobretudo em Sara. Uma boa leitura para uma tarde fria – ou para qualquer outro momento em que for necessário ter um coração aquecido.





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2 Respostas para "[Resenha] A Livraria dos Finais Felizes – Katarina Bivald"

Micheli Pegoraro - 22, setembro 2016 às (15:35)

Oi Aione,
Gostei muito da sinopse desse livro que desperta muito o interesse aos amantes de livros, afinal um livro que fala sobre livros, com as diversas citações literárias, garante uma leitura envolvente, mesmo com um romance clichê.
Apesar de ser uma leitura sem muitas reviravoltas, esses personagens cativantes garantem uma leitura divertida, leve e despretensiosa. Vou querer ler sim!
Beijos

Becca Martins - 24, outubro 2016 às (13:06)

Oi Mi!
De inicio fiquei apaixonada com a capa, ai o título me chamou muita atenção. Mas não sabia nada sobre a história, porém foi bem diferente do que eu imaginava.
Amei saber que tem citações literárias!
Beijos!

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