Sabe aquele livro que você começa a ler despretensiosamente e, então, não quer mais largar? Foi essa a minha experiência com Simplesmente Ana.
Sendo sincera, nos primeiros capítulos, achei a história bastante semelhante a O Diário da Princesa, então acabei ficando curiosa para ver como se daria seu desenrolar. O que achei interessante é que a própria autora inseriu essa semelhança indiretamente na história ao colocar Ana, a protagonista, comparando tal momento de sua vida com o da personagem de um livro americano adolescente lido por ela. Passado esse início, ficou nítido o rumo próprio que a história tomou.
Não apenas com uma narrativa extremamente fluida e gostosa de acompanhar, típica dos chick-lits, Marina Carvalho também criou cenários e personagens encantadoras. Como não sentir vontade de conhecer a Krósvia e suas paisagens belíssimas? E como não se apegar ao rei Andrej, à Karenina e Irina e, principalmente, ao Alex? Todos esses fatores aliados à sensação de “conto de fada” que rodeia o enredo contribuíram para tornar o livro cativante, capaz de transportar o leitor para outro mundo do qual ele não desejará sair tão cedo.
Embora o que mais tenha me agradado no livro tenham sido o divertimento e o prazer por ele proporcionados durante a leitura, Marina também inseriu, no enredo, a temática da autodescoberta e, consequentemente, do autoconhecimento, uma vez que Ana, ao entrar em contato pela primeira vez com um lado seu jamais imaginado, acaba por iniciar uma jornada para entender quem ela é por completo. Ainda assim, o livro não se torna profundo por isso – inclusive por não ser essa sua proposta – e sua leveza continua sendo uma de suas características mais marcantes.
Também, as diversas referências presentes ao longo da narrativa foram um adicional muito bem vindo. Me deliciei ao ver Sophie Kinsella e Meg Cabot serem citadas dentre os tantos autores, bem como Pedro Bandeira e a queridinha série Os Karas que tanto me alegrou em minha pré-adolescência, além das citações musicais. Foi impossível não sentir vontade de ouvir Bom Jovi no momento em que finalizei a leitura, e, para falar a verdade, durante a leitura, já que não tardei a colocar In These Arms como trilha sonora para ler uma importante cena da história.
Foram poucos os pontos que, para mim, poderiam ser ressalvados. Talvez, por estar desnecessariamente condicionada a O Diário da Princesa no início, custei a aceitar que Ana já havia passado da adolescência e ficava imaginando que ela fosse mais nova do que realmente é, o que foi um deslize meu e não do livro. Outra questão foi referente à aceitação de Ana sobre a omissão de sua mãe a respeito de sua paternidade. Para algo que havia sido tão importante em sua infância, achei que sua aceitação foi rápida demais, ainda que tenha sido explicado o porquê disso. Contudo, entendo também que provavelmente não era a intenção e o foco da autora se estender demais nessa temática, de forma que seria desnecessário se aprofundar nela.
De um modo geral, Simplesmente Ana é o típico livro capaz de proporcionar uma leitura gostosa, agradável e rápida, ainda que você possa querer diminuir o ritmo da leitura para aproveitá-la por mais tempo, e que dificilmente não arrancará suspiros quando for finalizada. Um conto de fadas moderno, daqueles que te faz sonhar acordado durante e após a leitura.
Me apaixonei por esse livro e se tornou facilmente um dos meus preferidos. Muito amor <3
bjs