O Projeto Rosie, do australiano Graeme Simsion, poderia facilmente se enquadrar como Lad Lit, subgênero dos chick-lits nos quais os protagonistas são homens. O divertidíssimo enredo conta não apenas com humor, mas também com romance e questionamentos de uma mente masculina nada convencional.
O livro, em minha opinião, pode ser resumido em uma palavra: Don. Ele não é simplesmente o protagonista responsável pelo desenvolvimento do enredo, ele é a essência de toda história. A narrativa, em primeira pessoa, possibilita que enxerguemos os fatos como Don e, assim, fica possível compreender sua falta de tato não como grosseria, como poderia ser erroneamente interpretada em uma narrativa em terceira pessoa, mas como resultado de sua inabilidade social. Foram muitos os momentos em que me diverti com sua ingenuidade em não perceber comentários ricos em sarcasmo, por exemplo, ou com sua interpretação literal de diversas expressões.
De fato, a história não seria possível ser como é caso Don não tivesse as características que Simsion atribuiu a ele. Assim, achei o desenvolvimento do enredo bastante original, ainda que possa ser visto como a famosa fórmula do “Cavaleiro” salvando uma “Donzela” – considerando-se, obviamente, que tanto o “Cavaleiro” quanto a “Donzela” estão bem longe de seguirem os padrões tradicionais de personagens idealizados, da mesma maneira que nenhum dos dois, em um primeiro momento, seria considerado perfeito para o outro. Rosie está longe de ser ideal para Don, conforme o questionário por ele criado para encontrar a “Esposa Ideal” e, se não fossem os seus traumas, não haveria um motivo para Don se interessar em ajudá-la e, dessa maneira, dar prosseguimento à história. E apenas alguém como Don para tornar possível as situações em que os dois acabam por viver.
Ao mesmo tempo em que achei a trama previsível em alguns pontos – o romance, por exemplo, e uma importante questão sobre Don, revelada apenas no final, mas que já compreendi no início da história -, fui bastante surpreendida em outros. Em certo momento, a história tomou um rumo completamente inesperado por mim e conseguiu me surpreender ainda mais com o desfecho.
Acredito que parte da surpresa foi possível por uma pequena artimanha por parte do autor: ao não revelar algumas informações específicas sobre determinados personagens, permitiu que o leitor deduzisse, por si só, alguns dados sobre eles. Assim, quando Simsion finalmente descreveu algo não dito anteriormente, foi que compreendi ter sido induzida ao erro. Há a possibilidade de eu ter perdido tal informação durante a leitura por não tê-la julgado relevante, mas não acredito que tenha sido o caso, até porque retornei ao início do livro para ter certeza de que ela não havia sido dada – o que me faz crer se tratar, de fato, de ter sido essa a intenção do autor.
De um modo geral, a leitura não foi apenas engraçada como também gostosa de ser feita. Achei a escrita do autor bastante fluida e isso, também, foi um importante fator para o envolvimento com o livro. Aos que gostam de histórias bem humoradas, fofas e com personagens memoráveis, O Projeto Rosie é uma ótima opção. Don Tillman e seus hábitos um tanto quanto peculiares merecem ser conhecidos!
Nossa! Gostei desse livro, mais um desejado por mim! Espero lê-lo logo! Gostei do que o professor faz, da ideia dele hehe. Lembrei até um pouco de Teorema Katherine, mas só um pouco rs. Assimilei projeto – anagrama, só msm. Parece ser bem interessante, pois ele cria esse projeto procurando uma mulher, que bacana isso! E ainda esse teste aqui ahahahaa Capa super fofa tbm!