Título: A Fantástica Saga dos Pequineses Desaparecidos
Autor: Nedram Solrac
Editora: Juruá
Número de Páginas: 456
Data de Publicação: 2017
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Ainda são sete horas da manhã de um sábado, quando um amigo liga para o outro, com quem estivera numa farra no dia anterior. Em tese, eles deveriam se arrumar e se dirigir ao escritório de advocacia no qual trabalham, pois em breve começará uma importante reunião que pode decidir o futuro do escritório e de suas próprias carreiras. Mas as coisas irão tomar um rumo inesperado.
Decididos a não comparecer à reunião, nossos protagonistas darão início a um dia repleto de aventuras e reviravolta s. Nas vinte e quatro horas de duração da história, uma jornada regada a cerveja levará os amigos a encontrar uma série de personagens interessantes, promover o cruzamento de muitas histórias inacreditáveis e quem sabe até encontrar as mulheres de suas vidas.
Tudo isso se sucede em um ritmo alucinante, num desenrolar repleto de bom humor e referências musicais/ cinematográficas, tendo por pano de fundo o cenário cultural dos anos 80 e 90. A cada capítulo, a história oferece uma nova emoção, convidando o leitor a embarcar nessa aventura e acompanhar nossos heróis na Fantástica Saga dos Pequineses Desaparecidos!
RESENHA EM VÍDEO
RESENHA ESCRITA
A Fantástica Saga dos Pequineses Desaparecidos é o romance de Nedram Solrac que, com muito bom humor, subverte o gênero épico. O livro foi publicado pela editora Juruá e proporciona uma leitura repleta de aventuras e digressões.
Quando em uma manhã de sábado dois amigos decidem não comparecer a uma importante reunião no escritório onde trabalham para partirem em uma aventura, dá-se início uma narrativa composta por inúmeros episódios vivenciados pelos personagens.
As primeiras páginas de A Fantástica Saga dos Pequineses Desaparecidos já entregam algumas informações relevantes sobre a obra. Em primeiro lugar, o narrador da saga, embora não participe das ações narradas, se faz presente a todo momento na leitura, fazendo questão de se identificar como tal e demonstrando sua implicação na história relatada — afinal, sem ele para contar os fatos ao leitor, não haveria o que ser lido. Depois, a situação do protagonista logo na primeira cena, que inicia o livro acordando na manhã do dia seguinte ao período narrado, já antecipa que algo grandioso será contado e cria no leitor a expectativa para receber a história.
A narrativa é repleta de humor do começo ao fim, seja pelos comentários do próprio narrador seja pelos diálogos travados entre os personagens. Ainda, a ironia da obra é intensificada quando toda ideia de “saga” e do papel de “herói” do protagonista se revelam nada mais como um dia — bastante atribulado, é verdade — composto por situações comuns a dois amigos em pleno século XXI. Ainda, embora eles estejam vivendo em meio aos anos 2000, são inúmeras as referências das décadas de 1980 e 1990, o que complementa o livro em termos de informação e dá a ele um ar bastante agradável pelas menções.
Aliás, ser informativo é uma característica importante de A Fantástica Saga dos Pequineses Desaparecidos. Tanto o narrador quanto o protagonista são figuras notadamente dotadas de um grau de erudição. São muitos os comentários e digressões que demonstram pontos de vista sobre áreas diversas de conhecimento, reforçando esse caráter na leitura. Contudo, ao mesmo tempo em que isso confere um aspecto positivo ao livro, também ajuda a torná-lo mais lento e cansativo em algumas passagens. Iniciei a leitura esperando que uma grande aventura fosse narrada e acabei encontrando mais episódios recheados por diálogos do que acontecimentos em si. Depois de um tempo, passei a sentir dificuldade em me fixar à narrativa e senti até mesmo certo desinteresse na história. Ao final, me agradou perceber com o autor foi capaz de sutilmente ligar os episódios e demonstrar como os diálogos revelavam pistas para isso; mas, ainda assim, acredito que a história poderia ter um melhor desempenho se fosse mais enxugada em digressões e diálogos e mais voltada às ações.
Em linhas gerais, A Fantástica Saga dos Pequineses Desaparecidos foi uma leitura bastante peculiar e que me agradou especialmente por sua construção. Embora da segunda metade em diante eu tenha feito uma leitura mais lenta e menos voraz, a primeira metade certamente foi capaz de despertar meu interesse pela obra como um todo.
Oi, Aione.
Ao meu ver, a atitude dos personagens foi arriscada e acredito que muito impensada. Mas, essa dose de humor, torna tudo menos dramático, né?