Título: A Bailarina Fantasma
Autor: Socorro Acioli
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 186
Ano de Publicação: 2015
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Anabela mal podia conter a empolgação quando seu pai foi o arquiteto escolhido para coordenar uma obra no Theatro José de Alencar, em Fortaleza. A proposta era que aquela casa de espetáculos maravilhosa mantivesse as mesmas características de quando foi inaugurada, em 1910. Logo vira rotina para Anabela passar as tardes por ali, fazendo a lição de casa enquanto o pai trabalha. Mas essa reforma vai acabar desenterrando histórias escondidas há muitos e muitos anos, já que Anabela começa a ver uma bailarina translúcida, vestida de azul, que mais ninguém parece enxergar. Será que a garota vai conseguir ajudá-la?
Desde que li a resenha da Clívia de A Cabeça do Santo aqui no blog, fiquei curiosíssima para conhecer a escrita de Socorro Acioli. E não me arrependo em nada por ter escolhido A Bailarina Fantasma para isso: além do lindíssimo projeto gráfico da editora Seguinte, o livro traz uma história completamente encantadora.
Anabela mora com o pai na casa mais antiga de Fortaleza, a Travessa do Anjo, famosa pela ausência de modernidades e tecnologias, desnecessárias na visão de seu pai. Ele, um arquiteto, foi selecionado para coordenar a restauração do Theatro José de Alencar na cidade, um projeto pelo qual muito aguardou e torceu para conseguir. Durante o último espetáculo antes do início das obras, Anabela se surpreende: ela vê uma bailarina nos palcos, que se destaca das demais não apenas pela cor diferente de seu figurino, mas por ser translúcida e, ao que tudo indica, um fantasma. Sem saber se tratar de realidade ou imaginação, para desvendar o mistério da bailarina, Anabela conta com a ajuda da melhor amiga, Luciana, e de suas explorações ao teatro nas tardes que passa a frequentá-lo durante a jornada de trabalho do pai.
Logo nas primeiras páginas pude me encantar com a escrita de Socorro Acioli. Por A Bailarina Fantasma se tratar de uma obra infanto-juvenil, a narrativa se constrói de forma simples e direta, proporcionando uma leitura tanto rápida quanto fluida, independentemente se em terceira pessoa ou se em primeira, quando assume a perspectiva e a forma de relato de alguma das personagens. Além disso, há todo um toque poético nas entrelinhas, considerando-se a delicadeza de muitas das escolhas de palavras, além das diversas mensagens sutilmente transmitidas pela autora ao longo da história.
A trama se divide em três diferentes atos, de maneira a manter a ligação com o teatro e sua importância no enredo. Em cada um desses atos, há um diferente momento da história sendo desenvolvido: no primeiro, há sua introdução e os primeiros passos dados por Anabela e Luciana a fim de descobrirem o mistério da bailarina; no segundo, há um salto cronológico ao passado, a fim de outra história ser contada; por fim, no terceiro e último, temos o desfecho, e me emocionei por completo com a conclusão do livro.
O que mais me impressionou durante a leitura foi que, mesmo com os toques leves e divertidos aliados ao estilo da narrativa, capazes de configurar A Bailarina Fantasma como infanto-juvenil, a trama em si vai além dessa classificação, tendo romance, mistério, drama e reviravoltas em seu conteúdo. A maneira de Socorro Acioli contar a história fez dela destinada a um público mais jovem e, dessa maneira, inseriu o toque encantador que permeia as páginas.
De modo geral, A Bailarina Fantasma foi uma leitura deliciosa e repleta de magia, seja pelos traços de fantasia que carrega, seja pela mensagem de amor, otimismo e esperança, responsável por me fazer derrubar lágrimas de emoção ao virar das últimas páginas. Livro recomendadíssimo às crianças das mais variadas idades – inclusive aquelas que, como eu, já deixaram de ser chamadas assim há um bom tempo!