Entre as cinzas de um mundo em ruínas, uma soldada encontra uma carta que diz: Queime antes de ler. E assim tem início uma correspondência improvável entre duas agentes de facções rivais travando uma guerra através do tempo e espaço para assegurar o melhor futuro para seus respectivos times. E então, o que começa como uma provocação se transforma em algo mais.
Um romance épico que põe em jogo o passado e o futuro. Se elas forem descobertas, o destino será a morte. Ainda há uma guerra sendo travada, afinal. E alguém precisa vencer.
FICHA TÉCNICA
Título: É Assim Que Se Perde A Guerra do Tempo
Título original: This Is How You Lose the Time War
Autores: Amal El-Mohtar & Max Gladstone
Tradução: Natalia Borges Polesso
Editora: Suma
Número de Páginas: 192
Ano de Publicação: 2021
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RESENHA: É Assim Que Se Perde A Guerra do Tempo
É Assim Que Se Perde A Guerra do Tempo, de Amal El-Mohtar e Max Gladstone, foi vencedor do Prêmio BSFA de Melhor Ficção Curta, do Prêmio Nebula de Melhor Novela de 2019 e do Prêmio Hugo de 2020 de Melhor Novela. Em uma mescla de narrativa epistolar e ficção científica, retrata o amor de duas espiãs rivais através de diferentes linhas temporais.
Em um mundo futurístico em guerra, as espiãs Red e Blue passam a se corresponder por carta. O que começa como uma curiosa brincadeira se transforma pouco a pouco em algo mais, fazendo com que ambas arrisquem, além de suas posições — já que são rivais e programadas para combaterem uma a outra —, suas emoções e desejos mais profundos.
O primeiro ponto importante a se levantar sobre É Assim Que Se Perde A Guerra do Tempo é que, apesar do pano de fundo de ficção científica, esse não é o foco da história. Red e Blue vivem em um universo fantástico e em guerra, dividido entre Agência e Jardim, sendo parte humanas, parte máquinas e rivais. O cenário tem ares futuristas e de destruição, mas não há maiores explicações sobre o universo ou o motivo da guerra, todas as informações são dadas de forma indireta ao longo da narrativa e das cartas trocadas pelas personagens. Cada peça ajuda na construção desse mosaico indistinto, mas não o explica — isso porque a história não é sobre isso, mas sobre Red, Blue e o romance entre elas.
É Assim Que Se Perde A Guerra do Tempo é uma história de amor, escrita de maneira extremamente poética. A ligeira confusão que a leitura passa sobretudo no início é tanto pela ausência de explicações quanto pelo uso de linguagem figurada. Há diversas metáforas e símbolos ao longo da narrativa, que se intercala entre as narrativas de Red e Blue em terceira pessoa e entre as cartas que elas escrevem. A escrita é poderosa e profunda, especialmente pela forma como os autores conseguem extrair a beleza de cenários opostos ao que é belo, como se transformassem carvão em diamante por meio de palavras e ideias.
O tempo e sua ideia de infinitude aparece representado por fios longos, capazes de tanto se embolarem quanto de serem fluidos. Red e Blue viajam por diferentes cenários e momentos históricos, tornando o enredo mais dinâmico e interessante. É também no fator tempo que se dá a grande reviravolta da leitura, o que demonstra a habilidade dos autores em desenvolver uma história bem pensada, criativa e, acima de tudo, apaixonada. Foi um dos livros mais bonitos e românticos que li nos últimos tempos.
Para quem gosta de paixões proibidas, linguagem poética e diversos símbolos e camadas de significados, É Assim Que Se Perde A Guerra do Tempo é uma excelente pedida, destacando-se por fugir do convencional. A edição da Suma de Letras conta com a tradução de Natalia Borges Polesso — que realizou um excelente trabalho transpondo para o português a narrativa poética —, capa dura e uma belíssima diagramação ilustrada.