Sobre o Livro
Título: Extraordinário
Autor: R. J. Palacio
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 320
Ano de Publicação: 2013
Skoob: Adicione
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Já havia ouvido em diversos momentos que a leitura de Extraordinário, de R. J. Palacio, era obrigatória e, por isso, tinha curiosidade em realizá-la. Com o lançamento do filme, o livro acabou ganhando preferência em minha lista de leituras e finalmente consegui lê-lo antes que 2017 efetivamente acabasse.
Auggie nasceu com uma síndrome genética responsável por conferir a ele uma deformidade facial, que o fez passar por diversas cirurgias. Por isso, o garoto nunca havia frequentado uma escola, sendo educado em casa pela mãe. Contudo, seus pais optam por matriculá-lo em um colégio particular quando ele atinge a quinta série e Auggie se vê frente o obstáculo de ser tratado como um garoto como todos os outros, ainda que seu rosto seja tão diferente dos demais.
Apesar da premissa em si do livro ser bastante triste, considerando-se todas as dificuldades enfrentadas por Auggie e seus familiares, a narrativa de Extraordinário não o é. Ao contrário, há leveza na escrita de R. J. Palacio, principalmente porque os capítulos são narrados através das vozes de crianças: quem nos conta a história são Auggie, sua irmã e alguns de seus amigos.
Dessa maneira, há tanto um maior dinamismo na narrativa quanto também a oportunidade de o leitor encarar a história por diferentes perspectivas. Assim, somos capazes de enxergar os fatos não só pela ótica de Auggie, mas também pela ótica das pessoas que o cercam. Com isso, compreendemos os diferentes impasses e dificuldades sentidos, o que torna a leitura, sem dúvidas, muitos mais humana: em vez de julgarmos as personagens, entendemos o posicionamento de cada uma delas.
Há diversas passagens emocionantes em Extraordinário, que são intensificadas pela leveza da narrativa, tão facilmente envolvente. Dessa maneira, embora a leitura em si não seja triste, há momentos que o são. Independentemente deles, a mensagem do livro é bonita e tocante, de forma a ser bastante difícil lê-lo sem derrubar nenhuma lágrima.
Sendo bastante sincera, esperei que Extraordinário mexesse muito mais comigo do que de fato mexeu. Embora tenha visto a beleza de sua mensagem e me encantado com a coragem de Auggie em se mostrar tão comum como os demais garotos de sua idade, inclusive ao manter uma maturidade típica de alguém com dez anos, o livro não foi daqueles que mudou minha vida ou me impactou profundamente. Ao falar de sermos gentis com o próximo, torna-se universal, e não apenas ligado à situação específica que retrata; ainda assim, foi uma leitura gostosa, envolvente e emocionante em alguns momentos, mas nada muito além disso.
Sobre o Filme
Se o livro não me emocionou tanto quanto supus que emocionaria, a adaptação de Extraordinário me fez chorar durante praticamente todo o filme. E, apesar da minha reação ter sido bastante diferente frente ambas as mídias, o filme, na realidade, é bastante fiel à obra de R. J. Palacio.
Foram pouquíssimas as alterações realizadas na adaptação: a caracterização de algumas personagens, supressão de algumas cenas e inclusão de outras. Porém, no geral, tudo é muito similar ao livro: falas, acontecimentos, ordem de episódios e, até mesmo, a multiplicidades de vozes narrativas. Assim como no livro, o filme também alterna perspectivas e nos permite enxergar as situações pela ótica de diferentes personagens.
Se a história em si já é emocionante, transpô-la para um filme intensificou ainda mais as sensações. Acho que ver as cenas e as atuações deixou tudo mais real e mais próximo de nós, e por isso acabei me emocionando muito mais do que no livro. E da mesma maneira que há leveza durante a leitura, ela também se faz presente no filme por meio de passagens divertidas e pelo próprio fato do filme ser majoritariamente interpretado por crianças. E, é claro, há as passagens mais tristes, também presentes na obra original. Muitas cenas são de cortar o coração, e ouvir fungadas pela sala do cinema não é assim tão surpreendente.
Independentemente de momentos tristes ou alegres, acima de tudo há uma mensagem belíssima sobre empatia em Extraordinário. A história não fala apenas sobre ser gentil com quem é diferente, mas que essa diferença existe em todos, justamente por cada um de nós enfrentar nossas próprias batalhas, muitas vezes desconhecidas a quem está de fora. Como em muitas outras tramas, há a lembrança de que não sabemos pelo que outra pessoa está passando e cabe a nós ser sempre gentil com o próximo, respeitando suas próprias dificuldades. E o filme deixa tudo isso muito claro, especialmente na cena final, uma das mais emocionantes de todo o longa — exatamente como no livro.
Sendo, mais uma vez, bastante sincera, talvez eu tenha preferido o filme ao livro, dessa vez, e a única explicação para isso é que o longa me envolveu e me tocou muito mais do que a leitura foi capaz de fazer. Surpreendente, eu sei, já que estou muito mais habituada ao contrário. Como disse, o filme é bastante fiel ao livro e traz exatamente a mesma mensagem; contudo, a transposição para o cinema foi muito feliz, simplesmente por deixar tudo ainda mais humano. Dessa vez, o branco das páginas contraposto ao negro das letras não foi tão capaz de me fazer enxergar cores e formas e de me fazer sentir tantas diferentes emoções quanto vê-las estampadas em uma tela.
Olá Aione! Durante todo 2017 quis ler Extraordinário mas com o escasso tempo para leitura acabei dando prioridade a outros livros. Com toda comoção das mídias pelo filme não duvidava que faria sucesso. O filme eu também não assisti, não queria ver sem ter lido a obra primeiro. Tantos elogios ao longa deixam os leitores aliviados pois terão suas expectativas atendidas. Nesse ano irei DEFINITIVAMENTE ler a obra e aproveitar cada lição de vida que ela nos dá. Beijos