[Livros Na Telona] Razão e Sensibilidade - Jane Austen - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
14

mar
2012

[Livros Na Telona] Razão e Sensibilidade – Jane Austen

Sobre o Livro

Título: Razão e Sensibilidade
Autor: Jane Austen
Editora: Martin Claret
Número de Páginas: 298
Ano de Publicação: 2009
Skoob: Adicione
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Razão e Sensibilidade foi o primeiro livro da Jane Austen que li. Tinha 12 anos e, na época, não fazia ideia de quem ela era. Achei o livro na prateleira da biblioteca da escola, resolvi ler e adorei. Passado um tempo, trocando de canal pela TV, resolvi parar na TNT e comecei a assistir ao filme que estava passando e logo percebi se tratar do livro que, há pouco, havia lido.
Há um pouco mais de um ano resolvi relê-lo, já que eu era muito nova quando o fiz da primeira vez e apenas essa semana assisti novamente ao filme. Como já faz tempo que reli a obra, os detalhes me escaparão. Porém, como o objetivo do post é falar sobre a adaptação, acredito que os comentários que tenho sobre ela serão suficientes, até porque dei algumas folheadas no livro para relembrar algumas passagens.
Diferente das outras obras da autora, esse livro tem duas protagonistas: as irmãs Elinor e Marianne Dashwood, a razão e a sensibilidade, respectivamente. Ainda que em outros livros alguma outra personagem tenha uma importância significativa na história, o foco principal fica em apenas uma, o que não ocorre nesse caso. Em Razão e Sensibilidade, temos duas histórias narradas em um mesmo patamar.
Seria repetitivo dizer, considerando-se os últimos dois posts dessa coluna, que os elementos característicos de Austen estão presentes nesse livro, como o humor leve e irônico e a crítica social. Acredito que o grande destaque e diferencial do livro esteja na questão já dita das protagonistas.
Lembro que gostei muito mais da obra da primeira vez que a li, isso porque acabei me decepcionando um pouco na segunda vez. Sei que pode soar estranho, já que eu já havia lido o livro e, tecnicamente, conhecia a história. Entretanto, o tempo agiu em minha memória e eu havia me esquecido de praticamente tudo, inclusive acreditava que o fim seria diferente do que realmente foi. Vou me explicar melhor!
Elinor e Marianne, ainda que se deem bem, são completamente opostas. Elinor prefere conter seus sentimentos, colocando a razão à frente, por uma questão de segurança própria. Ainda, há momentos em que ela precisa guardar o que sente a não ser que queira desmoronar. Já Marianne considera essa contenção da irmã como um ato de frieza. A mais nova das Dashwoods é, acima de tudo, espontânea e passional, e não sabe agir contra aquilo que sente.
O que Jane Austen buscou, aqui, foi trazer um equilíbrio às protagonistas. Não que uma equilibre a outra, mas as colocou em situações em que elas devam vivenciar e buscar o que as equilibraria. Porém, o final que a autora destinou à Marianne não me agradou nem um pouco. Por mais que eu compreenda a intenção da autora e compreenda os rumos dados pela história, isso não significa que eu tenha gostado dele. Acredito que meus ideais românticos e fato de viver em uma época totalmente diferente da do livro tenham influenciado em minha opinião. E foi por não gostar do final que acabei me decepcionando, um pouco, ao reler a obra: em minha mente, a história terminava do jeito que eu preferiria que terminasse, e não como realmente termina.
De qualquer maneira, Jane Austen é sempre Jane Austen e seus livros não são menos incríveis por isso que me desagradou. Esse final, inclusive, se fosse diferente, iria contra a ideia do equilíbrio entre o racional e o emocional muito bem desenvolvidos pela autora.
Sobre o Filme
Como disse que os detalhes haviam me fugido, não conseguirei precisar as possíveis diferenças entre um e outro. Inclusive, quem me ajudou com elas foi minha amiga Laura que assistiu ao filme junto comigo e também já havia lido o livro. Juntas, fomos relembrando alguns pontos que, agora, trarei para vocês.
Todos as adaptações que assisti dos livros de Jane Austen foram fieis e bem feitas. A história dificilmente é alterada, talvez apenas um pouco mais resumida, mas a essência é sempre mantida, como foi o caso dessa adaptação.
O início da história, no livro, é narrado mais superficialmente e com uma maior velocidade do que é apresentado no filme. Ao contrário do que normalmente acontece, acredito que os diretores quiseram introduzir mais lentamente a história, até mesmo para poder criar um maior vínculo entre o espectador e as personagens, acredito. O filme é longo e isso possibilitou que fosse bem reproduzido, como um todo.
Kate Winslet ficou perfeita, para mim, como Marianne. Toda a intensidade da personagem, sua espontaneidade e suas emoções foram bem transmitidas pela atriz, que também é bela como a personagem aparenta ser. Já Emma Thompson, ainda que tenha o ar maduro e contido de Elinor, não me convenceu tão bem no papel simplesmente porque não achei que combinou com ela. A atriz é muito mais velha do que a personagem e achei discrepante demais a diferença de idade entre ela e Kate Winslet, principalmente porque Emma contracena com Hugh Grant, no papel de Edward Ferrars. Ele é apenas um ano mais novo do que a atriz, mas aparentava ser muito mais jovem em 1995, quando o filme foi lançado.
Dessa maneira, não consegui sentir muito bem a química entre ambos, o que não aconteceu entre Kate e Greg Wise, ator que interpretou John Willoughby.
Outro que merece destaque é Alan Rickman, no papel do Coronel Brandon. Toda a sensibilidade necessária ao personagem foi muito bem passada pelo ator, que, aliás, era bem charmoso.
O que, para mim, deixou a desejar foi, novamente, o final. Ainda que eu não tenha gostado muito da conclusão do livro, meu desagrado ocorreu simplesmente por uma incompatibilidade com minha expectativa. Não era o que eu desejava ver, mas era compreensível. Porém, no filme, senti falta de uma maior explicação, a que foi dada no livro e apenas ficou subentendida quando adaptada.
Para concluir, recomendo o filme tanto aos que leram o livro quanto aos que não leram. Essa é uma boa adaptação e, por outro lado, um bom filme independentemente do livro. Só não é, entretanto, o meu favorito da autora. Acredito que não chega a emocionar como Persuasão e Orgulho e Preconceito. Pelo menos a mim não emocionou dessa maneira.
Confira o Trailer do Filme

Observação: um comentário que não poderia faltar!
O elenco de Harry Potter está em peso nesse filme – Alan Rickman (Snape), Emma Thompson (Trelawney), Imelda Staunton (Umbridge), Elizabeth Spriggs (Mulher Gorda) – além do Hugh Laurie (sim, o House)!





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13 Respostas para "[Livros Na Telona] Razão e Sensibilidade – Jane Austen"

✿Nessa✿ - 14, março 2012 às (22:10)

Oi Mi*
Faz pouco tempo que comecei a me interessar pelas obras desta autora, e foi através dos blogues e de citações em livros que conheci ela.
Com certeza este é mais um que está na minha lista de leitura este ano! Parece ser muito bom o filme, pelas imagns que escolheu!!

Bjinhs
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com/2012/03/respondendo-memes.html

Vanessa Vieira - 14, março 2012 às (22:48)

Parabéns pela dica Aione! Já li Razão e Sensibilidade e amei! Assisti o filme e ele também é ótimo! Beijos!

Vanessa - 15, março 2012 às (01:37)

Você anda numa onda boa de jane Austen nos últimos tempos né, guria de bom gosto esta!!!
Adoro – acho lindo – Hugh Grant e este será mais um motivo para eu assistir este filme.

Vanessa – balaio

Julia G - 15, março 2012 às (11:36)

Oi Aione!
Sabe que só pela foto das atrizes nas personagens já tinha matado quem era quem, sem nem assistir o filme? Acho que, principalmente a Kate, como você citou, mostra isso muito bem.
Também não li o livro ainda, mas mesmo que você não tenha gostado tanto, um dia pretendo ler todas as obras de Jane Austen.

Beijos

leitoracompulsiva - 15, março 2012 às (14:07)

Oi Aione,
É quase vergonhoso, mas ainda não li nenhum livro da Jane Austen!
E por isso também não vi nenhum filme e nenhuma série!
Vou tentar começar algum dias desses!
beijos
Camis – Leitora Compulsiva

Danzinha - 15, março 2012 às (14:16)

Essa foi a obra que menos gostei da Jane, não sei precisar o porquê mas, para mim, não foi especial. O filme também não me conquistou, me lembro que foi extremamente maçante para mim concluir a obra. Acho que o fato de ter lido Orgulho e Preconceito antes, e ter amado perdidamente me fizeram olhar este livro com outros olhos. :/

Beijos

Amigas entre Livros

Esmalte de Morango - 15, março 2012 às (19:27)

Oi Mi.
Já devo ter comentado que, até o presente momento, ainda não li nada da Austen (e me sinto super envergonhada por falar isso). Mas, relevando isso, vou falar o que sempre digo: tenho muita curiosidade!
Achei super interessante você comentar que leu a obra aos 12 anos e que amou e agora ao reler percebeu os detalhes e etc. É… as opiniões mudam. rs
Adorei a postagem Mi e acho super interessante seu modo de escrever! *-*

Beijão, Meire.

Lucas Martins - 16, março 2012 às (00:55)

Eu tenho o filme no computador, mas ainda não li o livro.
Nossa, estou super atrasado com as leituras da Jane. Que vergonha!
Enfim, sorte que ainda não vi o filme, hahah Afinal, quero ler antes!
Bjão, Mi!

Eduarda Menezes - 17, março 2012 às (04:27)

hahahaha realmente, HP em peso, já tinha notado isso e não só nesse filme Mi, mas em alguns outros! Acho que isso é se deve ao fato de que quase todo autor inglês que se preze fez pelo menos uma pontinha em HP, já tinha visto isso em algum documentário uma vez! Eles até se ofereciam para aparecer na história, pois até os próprios conseguiam enxergar a magnitude daquilo que estavam participando, até porque HP vai entrar para sempre na história, então todo mundo quer um pitaco!
Enfim, me desviei do assunto do post, sorry! ^^
Também concordo com você que esse livro não emociona tanto quanto os outros da Austen, aliás, lembro perfeitamente de não ter gostado do final, mas no meu caso não por causa da Marianne, e sim porque achei que tudo se encerrou rápido demais, estava tão ansiosa pelo tão esperado final feliz da Elinor, que quando aconteceu passou tão rápido que não vi (li)! rs
Não vi o filme todo, uma vez vi passando mas não cheguei a assisti-lo inteiro, mas concordo demais em relação a Emma Thompson. Eu até gosto da atriz, mas no papel da Elinor simplesmente não deu certo, ficou incompatível com o Hugh, que tem mesmo cara de mocinho mais novo, ou melhor dizendo, bem mais novo que ela. Não teve química, infelizmente! Porém adorei “Snape” no papel que ele fez, e não lembro claramente, mas acho que até gostei do rumo que as coisas tomaram para Marianne, lembro bem do final, mas não lembro se me agradou ou não, mas acho que sim!
Muito boa sua análise! ^^ Bjos!

Anna Carolina Schermak Alves - 17, março 2012 às (15:17)

Ai meu deus Aione, porque você coloca esses filmes aqui quando eu não tenho tempo para assistir por causa da faculdade?
Preciso muuuuito ver e ler os livros da Jane >_< onde eu arrumo tempo heim heim?

http://www.pausaparaumcafe.com.br

Milena - 17, março 2012 às (21:38)

Oi, Mi!
Eu acho que não é novidade, mas mesmo assim vou falar.. eu adoro tanto os livros quanto os filmes baseados nas obras da Jane Austen! Ainda não tive oportunidade de ler a obra e assistir a esse filme, mas farei em breve! 😀 Obrigada pela dica!

Beijos!
http://livrosnacabeca.blogspot.com

Planet Pink - 18, março 2012 às (11:55)

Bem que eu tava conhecendo aquele do chapéu em algum lugar! hahaha Snapeee <3 kkkk

Ainda não li nada da Jane Austen = e nem vi nenhum filme adaptado também, na verdade tenho assistido poucos filmes ultimamente

Beijos!

Carolina Mello - 18, março 2012 às (19:00)

Eu tenho o livro e o filme aqui, mas ainda não li nem assisti. Logo logo mudarei isso, já que gosto muito da Jane!

Beijos, Carol.
http://www.perdidanaestante.blogspot.com

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