[Resenha] A Razão do Amor — Ali Hazelwood - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
03

fev
2023

[Resenha] A Razão do Amor — Ali Hazelwood

A carreira de Bee Königswasser está indo de mal a pior. Quando surge um processo seletivo para liderar um projeto de neuroengenharia da Nasa, ela se faz a pergunta que sempre guiou sua vida: o que Marie Curie faria? Participaria, é claro. Depois de conquistar a vaga, Bee descobre que precisará trabalhar com Levi Ward – um desafio que a mãe da física moderna nunca precisou enfrentar.
Tudo bem, Levi é alto e lindo, com olhos verdes incríveis. E, aparentemente, está sempre pronto para salvá-la quando ela mais precisa. Mas ele também deixou bastante claro o que pensa de Bee quando os dois estavam no doutorado: rivais trabalham melhor quando estão cada um em sua própria galáxia, muito, muito distantes.
Quando o projeto começa a ficar conturbado, Bee não sabe se é seu córtex cerebral lhe pregando peças, mas pode jurar que Levi está apoiando suas decisões, endossando suas ideias… e devorando-a com aqueles olhos. Só de pensar nas possibilidades, ela já fica com os neurônios em polvorosa.
Quando chega a hora de se decidir e arriscar seu coração, só há uma pergunta que realmente importa: o que Bee Königswasser fará?

 

Ficha Técnica

Título: A Razão do Amor
Título original: Love on the brain
Autor: Ali Hazelwood
Tradução: Raquel Zampil
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2022
Skoob: Adicione
Compre: Amazon

 

Resenha: A Razão do Amor

A razão do amor é o segundo romance de Ali Hazelwood, que repete o sucesso de A hipótese do amor ao trazer uma história ambientada no mundo acadêmico — embora os livros não tenham conexão entre si. Publicado em 2022 pela Arqueiro, tem tradução de Raquel Zampil.

A premissa é bastante simples: a neurocientista Bee Königswasser conquista uma vaga para trabalhar em um projeto da Nasa, o que alavancaria sua carreira… não fosse seu parceiro de trabalho ser justamente Levi Ward, que sempre deixou bastante expressa sua repulsa por ela.

Dessa maneira, A razão do amor entrega um romance tipicamente enemies to lovers, sendo os protagonistas inicialmente inimigos, mas cuja relação aos poucos se modifica. Ali Hazelwood constrói bem os personagens, de forma que o passado traumático de Bee interfere em suas impressões. Também, o envolvimento entre ela e Levi cativa, seja pela boa interação que desenvolvem, seja pela química que a autora trabalha muito bem. O livro contém poucas cenas eróticas, mas elas suprem o necessário em um romance adulto picante.

Os pontos que mais gostei na história foram a narrativa em primeira pessoa novamente muito bem-humorada — há ótimas tiradas e piadas — e a presença da neurociência, que acrescenta informações interessantes ao enredo. Curiosidades sobre Marie Curie também se fazem presente em A razão do amor assim como o universo acadêmico e suas problemáticas — a marca registrada de Ali Hazelwood. Vale dizer que o Twitter é mais um universo que aqui aparece, algo que conversa bastante com a atualidade e tem peso significativo na trama.

Embora a leitura tenha sido gostosa, gostei bem menos de A razão do amor do que do romance de estreia da autora. No geral, o livro é repetitivo: repete a fórmula do primeiro e repete comentários ao longo das próprias páginas. Por exemplo, a discussão sobre machismo e desigualdades de gênero é muito pertinente e deveria aparecer nos dois livros; porém, nesse segundo, Ali Hazelwood pesa a mão e erra a dose, tornando algumas observações cansativas e diminuindo a importância da reflexão. Algumas passagens poderiam ser retiradas sem prejuízos, o que tornariam a leitura mais dinâmica e potente em sua mensagem.

Enquanto A hipótese do amor entrou para minha lista de melhores leituras de 2022, A razão do amor foi uma experiência agradável, mas bastante distante da primeira. É um bom entretenimento, mas que deixa a desejar por ser repetitivo. Ainda que eu goste da proposta da autora, tenho minhas dúvidas se continuarei acompanhando suas publicações: não estou disposta a ler um terceiro romance tão similar como foram os dois primeiros.





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