Título: Eu achava que isso só acontecia comigo
Título original: I thought it was just me
Autor: Brené Brown
Tradutor: Lívia Almeida
Editora: Sextante
Número de Páginas: 304
Ano de Publicação: 2019
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A busca pela perfeição é exaustiva e implacável. Somos constantemente bombardeados pelas expectativas sociais que nos ensinam que ser imperfeito é sinônimo de ser inadequado.
Para onde quer que se olhe, há mensagens nos dizendo quem, o que e como deveríamos ser. Dessa forma, aprendemos a esconder nossas lutas e nos proteger da vergonha, do julgamento, da crítica e da culpa, buscando segurança no fingimento e na perfeição.
Brené Brown é referência no tema do poder da vulnerabilidade e tem inspirado milhões de pessoas com seus livros e palestras. Com base em sete anos de sua pesquisa inovadora e centenas de entrevistas, este livro revela uma verdade transformadora: nossas imperfeições são o que nos conectam uns aos outros e à nossa humanidade.
Vivemos em uma cultura que nos diz que devemos rejeitar nosso corpo, nossas histórias autênticas e até nosso verdadeiro eu a fim de nos adequar e sermos aceitos. Vícios, perfeccionismo, medo e culpa são apenas alguns dos sinais externos dos efeitos da vergonha nos aspectos mais banais e visíveis de nossa vida – da saúde mental e física à imagem corporal, incluindo nossas relações com parceiros, filhos, amigos, dinheiro e trabalho.
Brené mostra que nossas vulnerabilidades não são fraquezas; são lembretes poderosos para manter nossos corações e mentes abertos à realidade de que estamos todos juntos nisso. E apresenta estratégias para transformar nossa capacidade de amar, trabalhar, ser pai ou mãe e construir relacionamentos.
Eu achava que isso só acontecia comigo é um livro que nos oferece uma gama de informações acerca de um tema central, apresentado aqui a partir da experiência de pesquisa da autora e estudiosa Brené Brown: a vergonha. Porém, é importante ressaltar que o livro explora muitas outras questões a partir dessa, como as cobranças sociais, o medo, expectativas, autoestima, empatia, entre outras.
A temática pode ser considerada por muitos como obsoleta, mas que em se tratando de comportamento humano se mostra cada vez mais contemporânea e importante de ser compreendida. Afinal, quantas vezes deixamos de ser nós mesmos ou deixamos de fazer o que desejamos por vergonha? O sentimento de pertencimento ocasionalmente nos impede de viver de acordo com o que desejamos e esse livro nos ajuda a valorizar nossos desejos e compreender os variados desconfortos que podem ser evitados se tivermos a estratégia e a informação corretas.
Conforme a percepção da autora, a vergonha é algo universal e faz parte da nossa cultura. Sendo assim, de acordo com suas pesquisas, ela é um problema social, não pessoal, e tem relação direta com o esforço que precisamos fazer para nos sentir confortáveis com nós mesmos perante as expectativas que a sociedade cria sobre nós.
Um aspecto interessante nessa obra é que ela resulta de pesquisas feitas com mulheres demonstrando como a vergonha as afeta. Com isso, podemos compreender a partir de certas situações e vivências o impacto dessa questão na vida delas, as quais podem refletir também as nossas. Para além de nos proporcionar informações especializadas e estudos direcionados sobre situações do nosso cotidiano social, Brené Brown traduz essas situações e as apresenta de maneira clara, sensível e muito leve.
A cada página aprendemos um pouco mais com a pesquisa da autora e conhecemos ainda mais sobre nós mesmos, pois é extremamente fácil se identificar com várias das reflexões apresentadas, as quais podem ser recorrentes no nosso dia-a-dia. O mais interessante é que, através de Eu achava que isso só acontecia comigo, temos a chance de desenvolver a capacidade de lidar com o impacto que tais situações nos causam.
Portanto, esse é um livro que nos proporciona algumas descobertas e ensinamentos por meio de uma leitura fluida, clara e agradável. Como o próprio título indica, a leitura demonstra nosso engano ao tratar como exclusivas situações que, na verdade, são comuns a diversas pessoas. Assim, ao nos capacitar a exercer a habilidade de nos colocar no lugar do outro, possibilita também a conexão necessária para ajustarmos nosso próprio caminho e para enfrentarmos os desafios constantes.
Clivia!
Não acredito que o tema VERGONHA eteja obsoleto, muito pelo contrário, creio que seja um tema bem atual, porém que seja embotado, porque as pessoas sentem-se inibidas em se mostrarem com vergonha. É um assunto delicado de ser tratado.
E fiquei feliz em ver que através das pesquisas, a autora pode trazer o tema à tona e de maneira criteriosa.
cheirnhos
Rudy