[Resenha] Eu achava que isso só acontecia comigo — Brené Brown - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
07

maio
2019

[Resenha] Eu achava que isso só acontecia comigo — Brené Brown

Título: Eu achava que isso só acontecia comigo
Título original: I thought it was just me
Autor: Brené Brown
Tradutor: Lívia Almeida
Editora: Sextante
Número de Páginas: 304
Ano de Publicação: 2019
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A busca pela perfeição é exaustiva e implacável. Somos constantemente bombardeados pelas expectativas sociais que nos ensinam que ser imperfeito é sinônimo de ser inadequado.
Para onde quer que se olhe, há mensagens nos dizendo quem, o que e como deveríamos ser. Dessa forma, aprendemos a esconder nossas lutas e nos proteger da vergonha, do julgamento, da crítica e da culpa, buscando segurança no fingimento e na perfeição.
Brené Brown é referência no tema do poder da vulnerabilidade e tem inspirado milhões de pessoas com seus livros e palestras. Com base em sete anos de sua pesquisa inovadora e centenas de entrevistas, este livro revela uma verdade transformadora: nossas imperfeições são o que nos conectam uns aos outros e à nossa humanidade.
Vivemos em uma cultura que nos diz que devemos rejeitar nosso corpo, nossas histórias autênticas e até nosso verdadeiro eu a fim de nos adequar e sermos aceitos. Vícios, perfeccionismo, medo e culpa são apenas alguns dos sinais externos dos efeitos da vergonha nos aspectos mais banais e visíveis de nossa vida – da saúde mental e física à imagem corporal, incluindo nossas relações com parceiros, filhos, amigos, dinheiro e trabalho.
Brené mostra que nossas vulnerabilidades não são fraquezas; são lembretes poderosos para manter nossos corações e mentes abertos à realidade de que estamos todos juntos nisso. E apresenta estratégias para transformar nossa capacidade de amar, trabalhar, ser pai ou mãe e construir relacionamentos.

Eu achava que isso só acontecia comigo é um livro que nos oferece uma gama de informações acerca de um tema central, apresentado aqui a partir da experiência de pesquisa da autora e estudiosa Brené Brown: a vergonha. Porém, é importante ressaltar que o livro explora muitas outras questões a partir dessa, como as cobranças sociais, o medo, expectativas, autoestima, empatia, entre outras.

A temática pode ser considerada por muitos como obsoleta, mas que em se tratando de comportamento humano se mostra cada vez mais contemporânea e importante de ser compreendida. Afinal, quantas vezes deixamos de ser nós mesmos ou deixamos de fazer o que desejamos por vergonha? O sentimento de pertencimento ocasionalmente nos impede de viver de acordo com o que desejamos e esse livro nos ajuda a valorizar nossos desejos e compreender os variados desconfortos que podem ser evitados se tivermos a estratégia e a informação corretas.

Conforme a percepção da autora, a vergonha é algo universal e faz parte da nossa cultura. Sendo assim, de acordo com suas pesquisas, ela é um problema social, não pessoal, e tem relação direta com o esforço que precisamos fazer para nos sentir confortáveis com nós mesmos perante as expectativas que a sociedade cria sobre nós.

Um aspecto interessante nessa obra é que ela resulta de pesquisas feitas com mulheres demonstrando como a vergonha as afeta. Com isso, podemos compreender a partir de certas situações e vivências o impacto dessa questão na vida delas, as quais podem refletir também as nossas. Para além de nos proporcionar informações especializadas e estudos direcionados sobre situações do nosso cotidiano social, Brené Brown traduz essas situações e as apresenta de maneira clara, sensível e muito leve.

A cada página aprendemos um pouco mais com a pesquisa da autora e conhecemos ainda mais sobre nós mesmos, pois é extremamente fácil se identificar com várias das reflexões apresentadas, as quais podem ser recorrentes no nosso dia-a-dia. O mais interessante é que, através de Eu achava que isso só acontecia comigo, temos a chance de desenvolver a capacidade de lidar com o impacto que tais situações nos causam.

Portanto, esse é um livro que nos proporciona algumas descobertas e ensinamentos por meio de uma leitura fluida, clara e agradável. Como o próprio título indica, a leitura demonstra nosso engano ao tratar como exclusivas situações que, na verdade, são comuns a diversas pessoas. Assim, ao nos capacitar a exercer a habilidade de nos colocar no lugar do outro, possibilita também a conexão necessária para ajustarmos nosso próprio caminho e para enfrentarmos os desafios constantes.





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7 Respostas para "[Resenha] Eu achava que isso só acontecia comigo — Brené Brown"

RUDYNALVA - 07, maio 2019 às (23:02)

Clivia!
Não acredito que o tema VERGONHA eteja obsoleto, muito pelo contrário, creio que seja um tema bem atual, porém que seja embotado, porque as pessoas sentem-se inibidas em se mostrarem com vergonha. É um assunto delicado de ser tratado.
E fiquei feliz em ver que através das pesquisas, a autora pode trazer o tema à tona e de maneira criteriosa.
cheirnhos
Rudy

Angela Cunha - 08, maio 2019 às (07:43)

O tipo de livro que preciso! rs
Sabe, eu era uma pessoa vergonhosa demais e até hoje, há situações que me mudam completamente, onde as palavras somem, o rosto queima e eu acabo abaixando a cabeça para não ter que encarar as pessoas ou as situações.
Por isso, me identifiquei total com o tema do livro e com certeza, quero muito ler sobre tudo isso!!!
Beijo

Scheila - 08, maio 2019 às (09:25)

Aione,
Esse livro é tipo um ‘auto-ajuda’, né?! Eu particularmente faço poucas leituras assim, mas as vezes precisamos, e muito.
Principalmente com esse assunto.. Legal a forma que ela abordou o tema, com pesquisas com diversas mulheres, para sabermos que não só a gente passa por tais coisas.. vergonha, baixa auto-estima..
Realmente parece uma leitura bem gostosa de se fazer.
Beijos.

Ludyanne Carvalho - 08, maio 2019 às (16:45)

Confesso que passaria longe desse livro e nem sei dizer o porquê , mas depois dessa resenha linda eu senti o interesse.
Gosto de histórias assim; me parece reflexiva, com temas relevantes.
E é bom saber que é fluida.
Dica anotada!

Beijos

Theresa Cavalcanti - 09, maio 2019 às (00:22)

Oi Clivia,

Acho a temática do livro muito importante! é comum você ver as pessoas deixando de fazer coisas que querem ou precisam, por vergonha e medo. Gente que não tem coragem nem de usar uma roupa de banho na praia, porque não está com o corpo que é a sociedade coloca como padrão. E isso é ridículo, até porque somos nós que fazemos a sociedade, e quem tem que decidir se estamos bem com nosso corpo ou não, é a gente mesmo!

Anna Mendes - 09, maio 2019 às (13:52)

Oi Clívia! Amei a resenha!! <3
Eu ainda não li nada dessa autora, mas tenho muita curiosidade de conhecer as obras dela!
A Coragem de Ser Imperfeito já está na minha lista de desejados há algum tempo, e agora Eu achava que isso só acontecia comigo vai entrar para a lista também.
Não acredito que a vergonha seja um tema obsoleto, muito pelo contrário. É um tema do meu interesse e já fiquei muito curiosa para fazer a leitura e para ver como vou me identificar com relação aos estudos feitos pela autora.
Bjos!

Ana I. J. Mercury - 31, maio 2019 às (22:37)

Eu não conhecia o livro, mas fiquei com muita vontade de lê-lo!
Sou muito tímida, e por conta disso, já deixei e deixo de fazer muitas coisas que tenho vontade.
É horrível ser assim, e claro que já quero pra hoje esse livro!
Preciso!
bjs

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