Título: O Homem de Giz
Título original: The Chalk Man
Autor: C. J. Tudor
Tradutor: Alexandre Raposo
Editora: Intrínseca
Número de Páginas: 272
Ano de Publicação: 2018
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Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King.
Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás. Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.
O Homem de Giz é o romance de estreia de C.J. Tudor. Mesclando uma narrativa que se alterna entre passado e presente, a autora cria com habilidade não apenas a atmosfera de suspense essencial em um thriller, mas, principalmente, constrói com maestria as personagens e os conflitos por elas vividos.
Em 1986, Eddie e seus amigos encontraram um corpo desmembrado no bosque em que costumavam brincar, mudando suas vidas para sempre. Em 2016, a morte de um dos amigos de Eddie acompanhada do recebimento de bilhetes com homens de giz desenhados, remetendo aos acontecimentos de 30 anos atrás, faz com que ele se pergunte sobre o que de fato aconteceu em sua pré-adolescência.
Não sei o que mais me encantou em O Homem de Giz, se a forma de como a trama foi belamente construída ou se a própria voz narrativa, representada pela perspectiva de Eddie em primeira pessoa. A questão é que, para mim, o suspense da história fica quase em segundo plano, não sendo o objetivo da leitura, mas sua consequência.
Embora eu tenha lido poucos livros de Stephen King até hoje, foi impossível não sentir um pouco do estilo do autor na escrita de C.J. Tudor, especialmente pensando na novela “O Corpo”, de Quatro Estações: da mesma forma que na história de King, em O Homem de Giz também temos um homem rememorando sua infância e o fato de como o encontro com a morte alterou sua perspectiva de vida. Além disso, encontramos em diversos pontos da leitura descrições típicas do horror, com cenas que causam desde o nojo e repulsa até o suspense propriamente dito.
Quando digo que o suspense não é o objetivo da leitura me refiro ao fato de C.J. Tudor desenvolver, em um primeiro plano, os conflitos internos das personagens em vez do caso do assassinato. A autora narra em detalhes o dia-a-dia das crianças e imprime uma visão muito típica dessa fase da vida, agora repensada pela maturidade do Eddie adulto. Com habilidade, ela coloca temas próprios da infância, ligados ao crescer e à perda da inocência, sem deixar de fazer críticas — como ao fervor religioso carregado de hipocrisia. É a partir dessa construção das personagens e das reflexões que Eddie faz sobre erros, causas e consequências que o suspense é criado, formando uma teia de eventos que só pode ser visualizada em sua totalidade em um panorama geral, proporcionado ao fim da leitura, permitindo-se assim a compreensão entre cada conexão.
Por, talvez, esperar um thriller psicológico mais típico, voltado aos eventos da trama, demorei alguns capítulos para me conectar com O Homem de Giz. Contudo, a partir do momento que compreendi o estilo de C. J. Tudor e fui capaz de me inserir no universo por ela criado, simplesmente não consegui mais largar a leitura. Fui consumida não apenas pela curiosidade de compreender o caso, mas principalmente pelas questões existenciais levantadas por Eddie e pelos fatores que afetam sua perspectiva sobre os acontecimentos do passado. Uma leitura de primeira, digna de elogios especialmente se levado em conta o fato desse ser um livro de estreia.
Oi, Aione!
Já tinha visto esse livro, porém, lendo sua resenha fiquei APAIXONADA! Muita vontade de leeeer, mais um para a lista (ela só cresce, socorro!).
E de capa dura, que coisa mais linda, amo!
É uma pena que o suspense não seja o objetivo da leitura, mas acredito que isso não interfira para mim na leitura, por que gosto disso de conhecer os conflitos internos dos personagens.
Que bom que no fim, você conseguiu se envolver na leitura, por que ninguém merece ‘perder tempo’ com uma leitura ruim, né? ehehe.
Beijos!