Título: A Grande Solidão
Título original: The Great Alone
Autor: Kristin Hannah
Tradução: Edmundo Barreiros
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 400
Ano de Publicação: 2018
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Atormentado desde que voltou da Guerra do Vietnã, Ernt Allbright decide se mudar com a família para um local isolado no Alasca.
Sua esposa, Cora, é capaz de fazer qualquer coisa pelo homem que ama, inclusive segui-lo até o desconhecido. A filha de 13 anos, Leni, também quer acreditar que a nova terra trará um futuro melhor.
Num primeiro momento, o Alasca parece ser a resposta para tudo. Ali, os longos dias ensolarados e a generosidade dos habitantes locais compensam o despreparo dos Allbrights e os recursos cada vez mais escassos.
Porém, o Alasca não transforma as pessoas, ele apenas revela sua essência. E Ernt precisa enfrentar a escuridão de sua alma, ainda mais sombria que o inverno rigoroso. Em sua pequena cabana coberta de neve, com noites que duram 18 horas, Leni e a mãe percebem a terrível verdade: as ameaças do lado de fora são muito menos assustadoras que o perigo dentro de casa.
A Grande Solidão é um retrato da fragilidade e da resistência humana. Uma bela e tocante história sobre amor e perda, sobre o instinto de sobrevivência e o aspecto selvagem que habita tanto o homem quanto a natureza.
A Grande Solidão, mais recente lançamento de Kristin Hannah, foi eleito pelo Goodreads Choice Awards como melhor livro de ficção histórica de 2018. E não é para menos: com esmero, a autora não apenas recria um cenário cativante e extremamente bem desenvolvido como também — e principalmente — personagens complexas, cujas vivências entregam um romance de sensibilidade ímpar.
A Guerra do Vietnã causou profundas transformações em Ernt Allbright, que decide se mudar com a família para o Alasca em busca de um recomeço. Embora os primeiros meses demonstrem que a escolha parece ter sido acertada, é durante o rigoroso inverno que Ernt tem sua essência revelada — e com ela, os perigos para sua esposa, Cora, e a filha, Leni, passam a ser muito mais aqueles encontrados dentro de casa do que na natureza selvagem que os cerca.
Passei muito tempo apenas encarando a tela do computador sem saber o que falar desse livro ou da escrita de Kristin Hannah que eu já não tenha dito sobre suas obras anteriores. Mais uma vez, a autora nos presenteia com uma história tão emocionante quanto bem construída, na qual a grande solidão do título não remete apenas ao cenário onde tudo se desenvolve, mas também à sensação de solidão inerente às nossas vivências; não importa o que vivamos ou com quem vivemos, absolutamente cada experiência é única e própria de quem as vive.
No caso de A Grande Solidão, a história é desenvolvida por uma narrativa onisciente e seletiva em terceira pessoa, que segue principalmente a perspectiva de Leni. Como a trama se desenvolve em três partes diferentes, acompanhamos diferentes fases da vida da protagonista, desde o início da adolescência até já a fase adulta. Com isso, temos a personagem buscando compreender, em diferentes momentos da vida, não apenas quem ela é, mas principalmente as pessoas que a cercam. A relação entre seus pais sempre foi complicada e apresentou a ela uma ideia conturbada sobre o amor. Com o passar do tempo, Leni continua tentando entender o sentimento, sua maneira de senti-lo e a forma de como ela o recebe.
Não bastasse a sensibilidade de Kristin Hannah para retratar as complicações das relações humanas e as dificuldades em se lidar com nossos próprios sentimentos — muitas vezes controversos e antagônicos entre si —, a autora estabelece com maestria um paralelo entre personagens e cenário. O Alasca não está presente apenas como pano de fundo, mas é por si uma força extremamente presente e conectada aos acontecimentos e personagens. É quase possível visualizar os locais mencionados, bem como experimentar as sensações que eles oferecem, tamanha a capacidade de descrição da autora.
Em linhas gerais, A Grande Solidão é mais uma obra incrível de Kristin Hannah. Assim como em seus outros livros, a temática da maternidade se faz presente e, aqui, se alia também a dos relacionamentos abusivos e violência doméstica. O fato desse ser um romance histórico possibilita, ainda, a visão das dificuldades legais enfrentadas pelas vítimas desses casos na época em que a história se passa, demonstrando a origem das barreiras ainda sentidas em dias atuais em situações semelhantes. Porém, não apenas pelos temas retratados, o livro se destaca por sua construção geral — de narrativa a personagens e cenas. Essa é mais uma daquelas leituras emocionantes e que nos toca de forma tão única quanto nossas experiências podem ser, e de forma tão intensa quanto a imersão em um cenário tão selvagem pode proporcionar.
Ah como eu estou precisando ler este livro. Mesmo conhecendo bem pouco as letras da autora, ela realmente tem uma maestria em falar de sentimentos que impressiona. É como se entrasse de fato na alma humana e pegasse tudo que sentimos e simplesmente jogasse nas páginas.
Sacada genial juntar o clima gelado do Alasca a almas bem bagunçadas e talvez já frias pelos acontecimentos da guerra.
Com certeza, o livro já esta na lista de mais desejados e o título? Sei lá…sou eu!
Beijo