O Jardim Esquecido — Kate Morton
Título: O Jardim Esquecido
Título original: The Forgotten Garden
Autor: Kate Morton
Tradução: Léa Viveiros de Castro
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 496
Ano de Publicação: 2018
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Uma criança abandonada, um antigo livro mágico, um jardim secreto, uma família aristocrática, um amor negado. Em mais uma obra-prima, Kate Morton cria uma história fantástica que nos conduz por um labirinto de memórias e encantamento, como um verdadeiro conto de fadas.
Dez anos após um trágico acidente, Cassandra sofre um novo baque com a morte de sua querida avó, Nell. Triste e solitária, ela tem a sensação de que perdeu tudo o que considerava importante. Mas o inesperado testamento deixado pela avó provoca outra reviravolta, desafiando tudo o que pensava que sabia sobre si mesma e sua família.
Ao herdar uma misteriosa casa na Inglaterra, um chalé no penhasco rodeado por um jardim abandonado, Cassandra percebe que Nell guardava uma série de segredos e fica intrigada sobre o passado da avó.
Enchendo-se de coragem, ela decide viajar à Inglaterra em busca de respostas. Suas únicas pistas são uma maleta antiga e um livro de contos de fadas escrito por Eliza Makepeace, autora vitoriana que desapareceu no início do século XX. Mal sabe Cassandra que, nesse processo, vai descobrir uma nova vida para ela própria.
RESENHA ESCRITA
O Jardim Esquecido foi meu segundo contato com as obras de Kate Morton, iniciado por A Casa do Lago. O segundo livro publicado da autora foi primeiramente trazido para o Brasil pela editora Rocco, sob o título O Jardim Secreto de Eliza, recebendo agora uma nova edição pela Arqueiro.
Após a morte da avó, Cassandra recebe de herança um chalé na Cornualha e a notícia de que Ness tinha um passado misterioso. Em uma tentativa de descobrir os segredos de sua família, ela parte para a Inglaterra tendo como única pista um livro infantil de contos de fadas escrito por Eliza Makepiece, que pertencia à Nell.
Assim como em minha outra leitura de Kate Morton, encontrei em O Jardim Esquecido uma narrativa repleta de esmero: cenários, eventos e personagens são construídos com cuidado e detalhamento, de maneira que o livro se desenvolva com mais calma. Da mesma forma que em A Casa do Lago, a leitura é mais lenta justamente por toda sua riqueza de informações, ainda que, agora, meu envolvimento inicial tenha sido menor do que da primeira vez, na qual devorei o livro mesmo com sua densidade de informações.
E as semelhanças continuam, indicando ser esse o estilo da autora: aqui também há narrativas alternadas em épocas diferentes, de maneira a acompanharmos perspectivas de personagens diferentes em contextos também diferentes. Enquanto Cassandra investiga, em 2005 o passado da avó, vemos Ness em 1975 em busca de suas próprias origens e, paralelamente, temos a perspectiva de Eliza no início dos anos 1900, o que faz de sua história mais próxima do leitor, uma vez que ele pode acompanhá-la diretamente e não apenas pelas descobertas de Cassandra e Ness. Ao alternar os pontos de vista e as épocas, Kate Morton constrói o enredo de forma mais elaborada, mantendo o suspense em doses exatas e criando um jogo muito bem elaborado na medida em que as peças do quebra-cabeça começam a se encaixar. Também, drama e romance aparecem bem concatenados, dando à leitura seu toque emocional.
Outra semelhança com A Casa do Lago é que O Jardim Esquecido também traz em seu conteúdo uma personagem escritora e, em ambos os casos, o fazer poético das personagens acaba se interligando com a história contada por Morton, dando às obras um aspecto, em partes, metalinguístico. Também, se A Casa do Lago me remeteu a obras como Reparação, de Ian McEwan, e Os Homens Que Não Amavam As Mulheres, de Stieg Larsson, O Jardim Esquecido certamente teve seus tons de O Jardim Secreto, de Frances Hodgson Burnett.
Devo confessar que O Jardim Esquecido me impactou muito menos do que a outra obra da autora, uma das minhas melhores leituras em 2017. Talvez, por meu envolvimento inicial ter sido menor, eu tenha demorado mais para ingressar no universo das personagens, ao mesmo tempo em que, dessa vez, as revelações também me pareceram menos surpreendentes. De qualquer maneira, mais uma vez me encantei pela leitura, especialmente pelo livro ser tão bem construído e por trazer personagens tão palpáveis. Há um quê de magia que permeia a história, bem como há uma doçura na forma de Kate Morton narrá-la, e tais elementos certamente tornaram meu contato com a obra delicado e extremamente prazeroso.
Oi Aione,
A história me lembrou um pouco de “O Jardim Secreto”, e fiquei encantada com tudo o que o livro propõe. Mesmo não tendo magia explicitamente no enredo, eu achei a história toda bem mágica, principalmente o que essas mulheres vivem, e fiquei bem curiosa sobre o livro de Cassandra.
Fiquei encantada nessa edição, quero na minha prateleira, rs.
Beijos