[Resenha] A Sede (Harry Hole #11) – Jo Nesbø - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
05

set
2018

[Resenha] A Sede (Harry Hole #11) – Jo Nesbø

Título: A Sede
Autor: Jo Nesbø
Editora: Record
Número de Páginas: 532
Ano de Publicação: 2018
Skoob: Adicione
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Um assassino está a solta. Ele está na sua casa. E tem sede de sangue. Harry Hole está de volta para enfrentar o único assassino que escapou de suas garras.
Uma mulher é morta em seu apartamento depois de um encontro marcado pelo Tinder. As marcas no corpo mostram que a polícia está lidando com um assassino peculiar, quase sobrenatural. No pescoço, uma mordida brutal, com alguns fragmentos de tinta e ferro. Em toda a parte, indícios de que o criminoso bebeu o sangue de sua vítima. Logo em seguida outra mulher morre em condições semelhantes.
A equipe de investigação, agora liderada por Katrine Bratt, se vê pressionada pela mídia a solucionar esses casos o quanto antes. A repercussão é tamanha que o chefe de polícia, Mikael Bellman, precisa resolver os crimes o mais rápido possível para que sua reputação permaneça inabalada. Sua única saída é chantagear Harry Hole para trazê-lo de volta à Divisão de Homicídios. Ele não parece disposto a ajudar, mas semelhanças com casos passados colocam Harry frente a frente com o único monstro que já escapou de suas caçadas.

A Sede, décimo primeiro volume da série Harry Hole de Jo Nesbø, não apenas segue o padrão de qualidade dos demais livros do autor como também está mais atual do que nunca. Nesse livro, duas mulheres são assassinadas após comparecerem a encontros marcados pelo Tinder. Além dessa semelhança, as duas foram encontradas com marcas de mordida, causadas por um antigo instrumento utilizado no período de escravidão.

Assim como o Tinder, outras referências do tipo aparecem na trama dando a ela um ar mais moderno. Isso aliado ao humor peculiar, perspicaz e por vezes sarcástico do autor fazem da leitura mais atrativa nesses momentos. De qualquer maneira, esses são apenas detalhes em mais uma obra de Jo Nesbø extremamente bem construída e sagaz, que seria incrível mesmo sem as alusões à vida contemporânea ocidental.

Como nos demais livros da série, A Sede traz uma narrativa em terceira pessoa que alterna perspectivas de diferentes personagens — de protagonistas a secundários, de policiais a assassinos —, fazendo da trama mais complexa por toda sua abrangência. Também, ao habilmente apresentar fragmentos de cenas e mesclando tramas secundárias com a principal, o autor cria o clima de mistério no enredo e ludibria o leitor a todo instante, manipulando-o para depois surpreendê-lo quando enfim revela o panorama completo do caso. Mais uma vez, pude constatar o quanto Jo Nesbø é magistral na construção da estrutura da obra: absolutamente nada do que o autor insere na narrativa é em vão, e mesmo as informações que aparentemente são banais e irrelevantes fazem parte de seu grande-quebra cabeça.

Acredito que não haja muito o que ser dito da leitura que eu ainda não tenha mencionado em resenhas dos livros anteriores, considerando-se que grande parte de suas qualidades são comuns ao estilo da série como um todo. A particularidade de A Sede está sobretudo em sua atualidade; a brilhante construção do enredo e das personagens, muito bem delineadas, não são novidade em se tratando de Jo Nesbø. Novamente, encontrei uma leitura detalhada, intrigante e bem elaborada que ora me divertia e ora me causava asco pelas passagens ligadas aos assassinatos e que, mais uma vez, me fez enxergar o autor como referência no assunto thriller policial.

SÉRIE: HARRY HOLE


Observação: é possível ler os livros de maneira independente, já que cada um narra um diferente caso. Contudo, há o desenvolvimento da trajetória pessoal de Harry Hole, e aos que pretendem acompanhá-la, indico as leituras em ordem cronológica, partindo do primeiro volume e seguindo a ordem correta dos livros.





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5 Respostas para "[Resenha] A Sede (Harry Hole #11) – Jo Nesbø"

RUDYNALVA CORREIA SOARES - 05, setembro 2018 às (23:54)

Aione!
Tenho acompanhado suas resenhas da série e a cada nova fico impressionada em como o autor soube desenvolver cada enredo e nesse ainda mais, porque nem dá para desconfiar quem é o culpado e ainda tem um pouco mais sobre a família do detetive.
“Só são verdadeiramente felizes aqueles que procuram ser úteis aos outros.” (Albert Schweitzer)
cheirinhos
Rudy
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Anna Mendes - 06, setembro 2018 às (09:53)

Oi Aione!
Amei a resenha! <3
Que premissa incrível a desse livro! Ainda não li nada do autor, mas os seus elogios sobre os livros dele me deixam sempre muito curiosa para fazer a leitura!
Quero ler primeiro Boneco de Neve! Ele já está nas minhas metas de leitura para esse ano 🙂
Bjos!

Ana Carolina Alves - 06, setembro 2018 às (10:35)

Oi Aione!
” Boneco de Neve” é um livro que está há alguns anos na minha lista de desejados e só ouço elogios de seus livros. Pretendo dar uma chance ao autor, assim que possível for.
Sobre esse tema tão atual, relacionamentos que começam na internet, o Harlan Coben também escreveu um romance nessa temática e foi maravilhoso.
Beijos,
Ana.

Luana Martins - 06, setembro 2018 às (23:26)

Oi, Aione
Sou apaixonada por thrillers, mas ainda não li nada de Jo Nesbo.
Só conheço essa série através das resenhas e preciso muito ler, estou muito curiosa porque todos falam maravilhas de seus livros.
Mas vai demorar um pouco para ler porque gosto de ler na ordem.,
Beijos

Ana I. J. Mercury - 30, setembro 2018 às (22:36)

Não gosto muito de livros policiais, mas do Jo Nesbo tenho muita vontade de ler, pois as resenhas dele são bem positivas.
Gostei do tinder ter sido inserido na história, deixou um ar mais moderno e mesmo, natural.
Anotado aqui!
Vamos ver se tomo coragem e leio! kkkkkk
bjsss

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