Título: O Beijo Traiçoeiro
Autor: Erin Beaty
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 440
Ano de Publicação: 2017
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Com sua língua afiada e seu temperamento rebelde, Sage Fowler está longe de ser considerada uma dama — e não dá a mínima para isso. Depois de ser julgada inapta para o casamento, Sage acaba se tornando aprendiz de casamenteira e logo recebe uma tarefa importante: acompanhar a comitiva de jovens damas da nobreza a caminho do Concordium, um evento na capital do reino, onde uniões entre grandes famílias são firmadas.
Para formar bons pares, Sage anota em um livro tudo o que consegue descobrir sobre as garotas e seus pretendentes — inclusive os oficiais de alta patente encarregados de proteger o grupo durante essa longa jornada. Conforme a escolta militar percebe uma conspiração se formando, Sage é recrutada por um belo soldado para conseguir informações. Quanto mais descobre em sua espionagem, mais ela se envolve numa teia de disfarces, intrigas e identidades secretas. E, com o destino do reino em jogo, a última coisa que esperava era viver um romance de tirar o fôlego.
Prometendo uma mescla de espionagem e Jane Austen, O Beijo Traiçoeiro, de Erin Beaty, é o primeiro volume de mais uma trilogia YA que chega ao Brasil. O próximo volume tem lançamento previsto para maio de 2018 lá fora, ainda sem informações divulgadas pela editora Seguinte, responsável pela publicação nacional da obra, sobre quando a continuação chegará por aqui.
O livro traz a história de Sage Fowler, que se torna aprendiz de casamenteira e parte com uma comitiva de jovens damas da nobreza, que pretendem participar de um evento na capital do reino com o propósito de realizar uniões matrimoniais entre grandes famílias, para descobrir mais informações sobre elas e, assim, auxiliar a casamenteira na escolha de pares ideias. Contudo, Sage acaba sendo recrutada pela escolta militar para trabalhar como espiã, já que, aparentemente, há uma conspiração se formando em torno do reino. É quando ela se envolve em muito mais do que havia imaginado, inclusive em um romance – o que ela jamais desejou.
Sendo muito sincera, tive extrema dificuldade em seguir com a leitura de O Beijo Traiçoeiro. O início da leitura, além de lento, acaba sendo um tanto quanto confuso pela falta de contextualização da trama. A atmosfera a la Jane Austen prometida se deve à divisão da sociedade entre plebeus e nobreza, trajes vitorianos e a necessidade da realização de casamentos como acordos familiares. Contudo, em momento algum há a menção de quando a história se passa, se ela, de fato, acontece em meio ao século XIX, como os romances de Austen. Ainda, o livro é narrado em terceira pessoa, ora pela perspectiva de Sage, ora pela dos militares, e quando essa segunda tem início, somos bombardeados com inúmeros nomes de locais e povos diversos, sem que haja uma explicação clara sobre o que é o que. Assim, nesse ponto, eu já estava confusa e distante o suficiente da leitura para acompanhar essa contextualização e compreender o universo criado por Beaty.
Não bastasse a história seguir lentamente, a própria construção da personagem de Sage foi realizada de maneira um tanto quanto problemática, no sentido de que, para fazê-la alguém diferente e superior das demais, as outras precisaram ser rebaixadas. As ladies que Sage acompanha são retratadas como frívolas e superficiais para que Sage seja considerada sagaz e de personalidade forte. Em minha visão, a protagonista poderia muito bem se opor à ideia de seguir as regras da sociedade sem que aquelas que as seguem fossem consideradas inferiores.
Assim, por conta do início perturbado (correspondente basicamente às 100 primeiras páginas), toda minha leitura posterior foi também afetada. Não consegui me envolver com a história ou personagens, e fiz uma leitura um tanto quanto superficial, dificilmente conseguindo me prender ao que lia e aos detalhes. Entretanto, seria mentira dizer que não senti uma considerável melhora do livro da metade para o final, sobretudo por conta do romance e da estratégia que Erin Beaty utilizou para construir o conflito romântico. Fui realmente surpreendida e achei um tanto quanto inteligente sua escolha, trazendo um diferencial para a obra. Ainda, o final é recheado de adrenalina e a autora já mostra, no primeiro volume, não ter piedade do rumo dado a alguns pontos do enredo, fazendo com que ele siga como deve seguir.
O Beijo Traiçoeiro termina com os principais pontos nele desenvolvidos finalizados, mas ainda assim mantendo abertura para os próximos volumes (e, portanto, tornando necessária a leitura dos livros em ordem). Apesar de sua premissa ter chamado minha atenção e de eu ter encontrado pontos positivos enquanto o lia, o livro, no geral, não conseguiu me prender e me manteve confusa praticamente sobre ele todo quanto ao trabalho militar realizado, principalmente pelo excesso de nomes e contextos criados pela autora, não explicados de maneira clara. Talvez, se eu tivesse me situado melhor, teria me envolvido mais com a obra e, assim, meu resultado final com ela teria sido diferente.
Gosto de resenhas sinceras e fiquei atenta a todos os pontos que você citou e que te deixaram meio confusa sobre o andamento da história, ainda tô curiosa sobre ela, mas confesso que achei importantes os pontos que você citou, quero ler sim, mas talvez adie um pouco e espere os próximos volumes serem lançados mesmo que essa história tenha um final satisfatório 😉 A capa é linda e a resenha tá ótima.