Título: O Bangalô
Autor: Sarah Jio
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 320
Data de Publicação: 2015
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Verão de 1942. Anne tem tudo o que uma garota de sua idade almeja: família e noivo bem-sucedidos.
No entanto, ela não se sente feliz com o rumo que sua vida está tomando. Recém-formada em enfermagem e vivendo em um mundo devastado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, Anne, juntamente com sua melhor amiga, decide se alistar para servir seu país como enfermeira em Bora Bora.
Lá ela se depara com outra realidade, uma vida simples e responsabilidades que não estava acostumada. Mas, também, conhece o verdadeiro amor nos braços de Westry, um soldado sensível e carinhoso.
O esconderijo de amor de Anne e Westry é um bangalô abandonado, e eles vivem os melhores momentos de suas vidas… Até testemunharem um assassinato brutal nos arredores do bangalô que mudará o rumo desta história.
A ilha, de alguma forma, transforma a vida das pessoas, e este livro certamente transformará você.
Desde As Violetas de Março me considero fã assumida de Sarah Jio, ainda que esse tenha sido o primeiro livro que li da autora; me apaixonei tanto por ele que bastou apenas uma leitura para que eu assim me declarasse sobre ela. Neve Na Primavera reforçou minha opinião sobre Jio e sua escrita, mesmo que esse não tenha me arrebatado com a mesma intensidade que o primeiro. Agora, com O Bangalô, estou ainda mais convicta de meu apreço pelas obras da autora.
A história começa com Anne, protagonista, sendo questionada pela neta acerca de seu passado durante a Segunda Guerra Mundial, quando foi enfermeira em Bora Bora. Dessa maneira, mergulhamos em sua narrativa, conhecendo sua vida anterior ao serviço prestado, os motivos de sua escolha e, finalmente, o período de quase um ano em que lá viveu. Somente nos últimos capítulos retornamos ao presente, para, assim, acompanhar o desfecho de mais esse belíssimo enredo.
“- É um mundo louco lá fora, Anne. Guerra. Mentiras. Traição. Tristeza. Tudo ao nosso redor. – Ele pegou meu rosto entre as mãos. – Da próxima vez que se preocupar que eu esteja me distanciando, venha aqui. Venha ao bangalô e sentirá o meu amor.”
página 146
Confesso que, dentre as três obras de Sarah Jio, essa foi a que menos me conquistou. Na realidade, me senti um pouco distante da trama durante a narrativa de Anne, sempre em primeira pessoa, sobre sua vivência na ilha. Por mais romântica que seja a escrita da autora, encontrei certa resistência ao me envolver com todas as emoções por ela descritas: sinto que julguei a atitude das personagens, ao invés de compreendê-las, e tive uma leve sensação de superficialidade em alguns momentos da narrativa, talvez por ela não ter, de todo, me convencido nesses instantes. Ainda, muitos dos grandes mistérios da trama foram, para mim, um tanto quanto previsíveis, já que foram poucos os que não consegui imaginar antes e ter, de fato, me surpreendido com eles.
Contudo, quando a narrativa retorna aos dias atuais e, assim, temos o impacto dos quase 70 anos transcorridos no enredo – e isso não é um spoiler, visto que o livro já se inicia nesse período -, fui tomada por todas as emoções que, provavelmente, não me assolaram durante a leitura. Senti angústia, tristeza, alegria, emoção, encantamento, enfim, um misto total de sentimentos que só poderiam resultar neles sendo transbordados através de lágrimas.
“- Essa guerra – continuei chorando – mudou tudo, todos nós.
– É verdade – concordou papai solenemente, estacionando o carro na garagem de sempre. Tudo era o mesmo, claro, exatamente como era quando eu fui embora. Mas não; eu sabia disso. E eu nunca poderia voltar a ser do jeito que fora antes.”
página 229
Foi só quando me emocionei dessa maneira que consegui refletir melhor tanto sobre as personagens e sua atitudes, quanto meus próprios sentimentos frente a elas: na realidade, talvez meu distanciamento com a leitura tenha sido resultado de uma confusão enorme que senti sobre cada personagem, sobre cada desenrolar. Discordei de muitos acontecimentos, senti uma imensa revolta com eles – inclusive sobre decisões da própria protagonista. Entretanto, ao final, entendi que Sarah Jio conseguiu captar muito bem situações extremamente reais, visto que não é incomum que nos encontremos em situações que nos tirem de nossa zona de conforto, que nos façam agir de forma que até nós mesmos deixemos de nos reconhecer. Em O Bangalô, temos a busca pela felicidade, a dificuldade na tomada de decisões capazes de afetarem vidas inteiras, as mudanças pelas quais todos nós estamos sujeitos no decorrer de nossas existências. E todos esses ingredientes estão mergulhados em uma história de amor extremamente romântica, intensa e tão agridoce quanto histórias assim costumam ser.
Em linhas gerais, odiei O Bangalô na mesma intensidade em que o amei, e finalizei a leitura sem saber, ao certo, como me sentir sobre ela. O que sei, com certeza, é que ela mexeu comigo em diversos aspectos, e tanto suas cenas em meio a um cenário paradisíaco, tão bem visualizado por mim através das descrições de Sarah Jio, quanto os próprios horrores narrados e os fortes sentimentos, primeiramente apenas descritos; depois, despertados ao virar de cada uma das páginas, ficarão gravados em minha mente – e não se apagarão de lá com tanta facilidade.
Nossa, que saudade de passar aqui no seu blog…
Eu li as primeiras páginas deste livro naquele encarte que a Editora enviou aos parceiros e gostei muito, fiquei com gosto de quero mais… Anotei mentalmente os pontos que você citou mas, como é a minha primeira experiência com a escrita da autora, não posso avaliar muito os livros dela. Irei lê-lo assim que chegar aqui.
Um beijo, Vanessa Meiser – Retrô Books
http://balaiodelivros.blogspot.com.br/