Título: Eu Estive Aqui
Autor: Gayle Forman
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 240
Ano de Publicação: 2015
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Quando sua melhor amiga, Meg, toma um frasco de veneno sozinha num quarto de motel, Cody fica chocada e arrasada. Ela e Meg compartilhavam tudo… Como podia não ter previsto aquilo, como não percebera nenhum sinal?
A pedido dos pais de Meg, Cody viaja a Tacoma, onde a amiga fazia faculdade, para reunir seus pertences. Lá, acaba descobrindo muitas coisas que Meg não havia lhe contado. Conhece seus colegas de quarto, o tipo de pessoa com quem Cody nunca teria esbarrado em sua cidadezinha no fim do mundo. E conhece Ben McCallister, o guitarrista zombeteiro que se envolveu com Meg e tem os próprios segredos.
Porém, sua maior descoberta ocorre quando recebe dos pais de Meg o notebook da melhor amiga. Vasculhando o computador, Cody dá de cara com um arquivo criptografado, impossível de abrir. Até que um colega nerd consegue desbloqueá-lo… e de repente tudo o que ela pensou que sabia sobre a morte de Meg é posto em dúvida.
Eu estive aqui é Gayle Forman em sua melhor forma, uma história tensa, comovente e redentora que mostra que é possível seguir em frente mesmo diante de uma perda indescritível.
Por já ter lido três outras obras de Gayle Forman, me sinto a vontade em dizer que admiro os livros da autora e sua escrita. Assim, já iniciei a leitura de Eu Estive Aqui preparada para gostar dela e não me decepcionei.
Gayle Forman, até o momento, escreveu seus livros voltados ao público jovem adulto (seu primeiro trabalhado voltado ao público adulto está em fase de produção). Em Eu Estive Aqui, como em suas demais obras, encontramos temáticas comuns a esse fase da vida, período de transição para a idade adulta: mudanças e as dificuldades em se lidar com elas, a busca pela própria identidade e por seu lugar ao mundo, o confrontamento com o meio familiar. Porém, aqui, a autora aborda também uma questão bastante delicada – o suicídio.
“Mas minha vontade é gritar para as pessoas pararem de me perguntar isso. Porque não sei o que Meg me contou e eu ignorei, e o que ela não me contou. Se tem uma coisa que sei é que ela não me contou que estava sofrendo tanto que a única maneira de acabar com a dor era encomendar uma dose de veneno industrial e mandá-lo goela abaixo.”
página 29
Em primeira pessoa, quem nos narra a trama é Cody, melhor amiga de Meg, jovem de 19 anos que cometeu suicídio após sua ida para a faculdade. Algo que muito me agrada na escrita de Forman é a maneira de como ela é capaz de se fundir às suas personagens e assumir as características delas. Em muitos momentos em Eu Estive Aqui, encontramos uma escrita curta, direta e intensa, extremamente representativa de toda a raiva sentida por Cody, em meios aos seus complexos sentimentos. A protagonista, que antes precisava lidar com suas frustrações ligadas tanto ao seu crescimento familiar quanto com seus planos de ida à faculdade inatingidos, agora precisa encarar, também, o luto pela amiga, a incompreensão por Meg ter tirado a própria vida, a dor e a culpa por não saber o que pode tê-la levado a essa decisão. Aliás, é interessante, também, como a autora expõe a dualidade entre Meg e Cody através da visão de Cody: como pode uma garota que tudo tinha acabar com a própria vida? Como pode continuar vivendo uma garota que vivia à sombra da outra?
Conforme a história avança, não apenas fui me envolvendo mais com as emoções de Cody, como também fui tomada pela curiosidade, nascida das descobertas da protagonista a cerca do suicídio de Meg. Gayle Forman inseriu uma pitada de suspense em sua obra de forma a deixá-la ainda mais atraente e convidativa.
“Queria não ter feito isso. Porque, quando o olho pela última vez, ele exibe um esgar que é uma mistura de raiva e culpa. Conheço muito bem essa expressão: eu a vejo todos os dias no espelho.”
página 33
Apesar de ter gostado muito da leitura, de modo geral, confesso que, em alguns momentos, tive certa dificuldade de compreender as emoções de Cody. Elas, na maior parte das vezes, são bastante claras e intensas, contudo a personagem é extremamente complexa e também tem certa dificuldade em lidar com suas emoções. Assim, em determinados trechos, a própria Cody não consegue expressar tão claramente todo seu turbilhão de sentimentos, de forma que é necessária a leitura total do livro para compreendermos melhor tudo o que a protagonista vive internamente. Também, senti que não houve muita clareza com relação à mãe de Cody e o complicado relacionamento entre elas, talvez, provavelmente, pela narrativa se dar em primeira pessoa e Cody não compreender a própria mãe. Ainda assim, senti falta de uma voz maior para Tricia, a fim de a compreendermos um pouco mais.
Gayle Forman conseguiu trabalhar muito bem as temáticas escolhidas por ela para comporem a obra e novamente demonstrou, para mim, a importância dessas questões, cada vez mais frequentes, na literatura jovem adulta. Sua nota, ao final, deu ainda mais vida à história que ela nos conta e a tornou ainda mais emocionante. Eu Estive Aqui, embora tenha sido uma leitura que fui capaz de conter as lágrimas enquanto a realizava, sem dúvida me emocionou e proporcionou bons momentos de entretenimento, ao mesmo tempo em que instigou mais uma reflexão sobre essa triste realidade que envolve o suicídio e suas motivações.
Quanto tempo que não venho aqui!!!
Não me interessei em ler nenhum dos livros da Gayle Forman, não me chamaram realmente a atenção. Mas acho que vou assistir o filme…
Beijos.