[Resenha] A Segunda Pele da Acácia Mimosa - Ana Gil Campos - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
17

abr
2015

[Resenha] A Segunda Pele da Acácia Mimosa – Ana Gil Campos

mimosa capa

Título: A Segunda Pele da Acácia Mimosa
Autor: Ana Gil Campos
Editora: Chiado Editora
Número de Páginas: 170
Ano de Publicação: 2014
Compre: Chiado Editora

“Sara, uma mulher determinada e ambiciosa, no pico da sua carreira como arquitecta sente um grande vazio interior, uma frustração que a consome apesar de ter uma vida aparentemente perfeita. Assim, desloca-se perturbada a Vieira do Minho, a sua terra natal no norte de Portugal, para procurar ajuda da única pessoa que a pode ajudar. A Sara quer desaparecer da sua vida sem que ninguém perceba! De regresso a Lisboa, vê-se nos meandros da maçonaria feminina onde ser apercebe, em pânico, estar envolvida num caso de corrupção com uma ministra do governo português. O seu casamento também se encontra em crise, pois vive de aparências. O casal vive como dois estranhos dentro de casa, completamente desligados um do outro, onde a tensão é constante. O Pedro, o seu marido que também é arquiteto, aceita o compromisso de trabalhar em São Paulo e faz-lhe um ultimato: ou vai viver com ele para o Brasil ou o casamento está definitivamente terminado. Desesperada e sem saber o que fazer relativamente à maçonaria, ao seu envolvimento no caso de corrupção e ao próprio casamento, resolve fugir para Barcelona, onde se refugia na casa do seu amigo Barden, alto membro da maçonaria espanhola. Durante estas semanas em Barcelona vai descobrir o verdadeiro segredo maçônico e tomar as decisões mais importantes e determinantes da sua vida.”

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“A minha missão é esta, encontrar um rumo. Há alturas da vida em que temos de parar, para nos encontrarmos novamente.”

página 22

 

A Segunda Pele da Acácia Mimosa é o primeiro romance da autora portuguesa Ana Gil Campos. Com um título curioso e uma sinopse muito atrativa, o livro é composto por quatro capítulos denominados Sabor Metálico, Sabor Azedo, Sabor Salgado e Sabor Fresco – o que intuitivamente, me pareceu fazer parte de todo o mistério que cerca a personagem central e a trama como um todo.

Em primeira pessoa, acompanhamos a vida de Sara, uma arquiteta com uma carreira muito sólida, mas com a vida pessoal devastada. Em meio a uma crise no seu casamento e a outras frustrações pessoais, ela busca uma mudança de vida. No entanto, existe um detalhe que dificulta a simplicidade que poderia haver nessa mudança: os segredos maçônicos com os quais ela se envolve. Desse modo, acompanhamos Sara numa busca por resoluções para a confusão que anda a sua vida e, ao mesmo tempo, a autora vai nos contando um pouco da história da maçonaria, bem como alguns dos hábitos das pessoas que a aderem como modo de vida.

A narrativa é bastante envolvente e a escrita da autora é descritiva, reflexiva, sensível, por vezes profunda, e, até me arriscaria a dizer, um pouco intimista, de forma a nos fazer pensar em nossa própria vida e nas decisões que tomamos.

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Sara é o tipo de protagonista que está despida de qualquer máscara, está entregue no texto com todas as suas qualidades e defeitos, e vamos descobrindo com ela o que há por descobrir em sua essência e isso, a meu ver, torna a leitura muito interessante. Além disso, por ser uma mulher muito culta que aprecia a arte e a leitura e faz diversas reflexões sobre tais aspectos, não pude deixar de ser cativada por algumas de suas qualidades, mesmo discordando de muitas de suas atitudes.

 



“O que me faz confusão é não ver um único livro… Como é que uma pessoa que não lê consegue alimentar o espírito, refletir no mais importante?”

página 26

 

Na maior parte do livro, o leitor percorre juntamente com a protagonista os mistérios da maçonaria e consequentemente do ser humano que a compõe. Sara transparece tristeza, angústia, solidão e busca por paz interior, e suas descobertas, mais do que meros fatos ficcionais, me parecem fazer parte do conjunto da nossa realidade nos dias atuais, em que tudo se torna tão efêmero e as pessoas tão complicadas, presas nos seus próprios limites e nas decisões que tomam ao longo da vida. No decorrer dos capítulos foi impossível não me envolver com os medos e angústias de Sara e compreender, de algum modo, o sentido de tudo que a perturbava tanto. Esse envolvimento demorou um pouco a acontecer, mas, quando ocorreu, mudou toda a minha visão em relação à personagem.

 



“Vivo num vazio preenchido por tristeza sem perceber como entrei aqui. Tentei ignorar este oco lugar ainda sem nome, mascará-lo, dar-lhe tempo para desaparecer, mas parece que se apoderou dos meus sentidos impedindo-me de viver a minha vida como sempre a vivi.”

página 11

 

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Fui envolvida e cativada pela escrita da autora; esse é o tipo de livro que aborda assuntos dos mais variados, como relacionamentos amorosos, amizades, segredos e descobertas, e que nos deixa inúmeras mensagens sobre a vida e sobre as nossas escolhas – uma narrativa que se encaixa perfeitamente no tipo de leitura que aprecio. Terminei o livro muito satisfeita, por ter tido a oportunidade de ler uma obra tão bacana de uma autora estreante e por ter aproveitado a leitura ao máximo, tendo retirado dela reflexões que levarei sempre comigo.





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12 Respostas para "[Resenha] A Segunda Pele da Acácia Mimosa – Ana Gil Campos"

Bruna Soares - 17, abril 2015 às (11:58)

Sua resenha está muito bem escrita, como sempre, mas no entanto essa obra não conseguiu me cativar e despertar em mim a curiosidade e vontade de ler. Acho que não combina muito comigo e essa capa também não é algo muito atraente em minha opinião. Fico feliz que tenha gostado, mas para mim não funcionou ):
Beijos

Cristiane Oliveira - 17, abril 2015 às (15:21)

Oi Clivia. Que legal ler livro escrito em Portugal. Eu tenho curiosidade de ler, mas acho que nunca li nada assim. A sinopse também é super interessante, tenho bastante curiosidade com este tema de maçonaria.
Beijos

Rudynalva - 18, abril 2015 às (00:15)

Clivia!
Livros que podem mudar nossas visões em determinados aspectos, sempre trazem aprendizado e são ótimos.
O que estranhei é que a maçonaria é um entidade onde só os homens frequentavam até um tempo atrás, mas pelo visto, mudaram as normas já que a protagonista dala em primeira pessoa.Como se participasse.
Bom final de semana!
“O segredo da felicidade é encontrar a nossa alegria na alegria dos outros.” (Alexandre Herculano).
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/

Rosana - 18, abril 2015 às (14:07)

Caraca que capa mais estranha! Gostei da resenha, mas não fiquei tão cativada assim para ler o livro.

Danielle Thamires - 18, abril 2015 às (15:42)

A temática desse livro não me atraiu; e a capa também não ajudou a aguçar meu interesse por ele …

Maria Alves - 18, abril 2015 às (20:16)

Parece ser uma historia cativante e emocionante, já que nos leva a questionar sobre os acontecimentos da vida e por tudo que acontece tanto com a personagem como com nos mesmos. Achei a capa bem sinistra, não é uma capa que chama a atenção.

Leticia - 18, abril 2015 às (23:39)

Oi Clivia…
Volto a dizer..seu gosto é bem parecido com o meu..rs
Gostei desse livro, ainda não o conhecia.
Adoro quando a leitura nos faz pensar sobre a vida. Adorei a resenha.

livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

Diane Ramos - 20, abril 2015 às (14:51)

Olá! Adorei sua resenha 🙂
Me interessei bastante em “A segunda pele da acácia mimosa” , a leitura desse livro parece ser muito bacana . Apesar de ter conhecido esse livro hoje , já o adcionei na minha meta de leitura hahaha…

http://coisasdediane.blogspot.com.br/

Rebecca Martins - 22, abril 2015 às (15:22)

Oi civia,
Sendo bem sincera, não gosto muito de livros deste tipo não. Sei que muita gente gosta, mas não é um dos meus gêneros.
Beijos <3

Reniére Pimentel - 27, abril 2015 às (22:33)

Nossa, confesso que a capa me pareceu bastante assustadora e o título contribuiu para o mistério que a capa transmite. Entretanto, fiquei bastante intrigada com a história, gosto de livro que envolvam segredos e sociedades secretas.

Paac Rodrigues - 30, abril 2015 às (16:12)

Gostei da sua resenha mas a premissa do livro infelizmente não me atraiu muito.

Victor Nascimento - 21, junho 2017 às (16:06)

Oi Clivia!
Sou parceiro da Chiado há alguns anos e nunca me interessei por este título, mas após ler sua resenha tive uma grande curiosidade e sem sombra de dúvidas vou solicitar um exemplar para ler e desmistificar esse desinteresse.

Grande abraço,
Victor N Souza
http://www.cafeidilico.com

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