Título: Adormecida
Autor: Anna Sheehan
Editora: Lua de Papel
Número de Páginas: 272
Data de Publicação: 2012
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Rose Fitzroy esteve dormindo profundamente por décadas. Imersa num sono induzido, esquecida em um porão por mais de 60 anos, a jovem foi tratada como desaparecida enquanto os anos sombrios pairavam sobre o mundo. Despertada como por encanto e descobrindo-se herdeira de uma corporação multimilionária, Rose vai entendendo pouco a pouco, tudo o que aconteceu em sua ausência.
Ela descobre que seus pais estão mortos. O rapaz por quem era apaixonada não é mais que uma mera lembrança. A Terra se tornou um lugar estranho e perigoso, especialmente para ela, que terá de assumir seu lugar à frente dos negócios.
Desejando adaptar-se à nova realidade, Rose só consegue confiar numa única pessoa estranhamente familiar. Rose até gostaria de deixar o passado para trás, no entanto, ao pressentir o perigo, percebe que precisa enfrentá-lo – ou não haverá futuro.
Não sei se escrever essa resenha logo após finalizar a leitura é a coisa mais sábia a ser feita. Para ser sincera, ainda estou tentando digerir tudo que li. Tendo como base o sono secular da princesa Aurora, Adormecida se desenvolve através de uma história com cenário futurista e um enredo extremamente original.
Tinha altas expectativas com esse livro há anos e, confesso, achei que gostaria mais de seu desenvolvimento – que não deixa de ser cativante e interessante. Rose desperta após 62 anos em estase, um processo no qual um corpo é preservado, porém mantido inativo. Assim, Rose permaneceu viva, mas sem envelhecer. Ao acordar, o mundo ao seu redor mudou, a humanidade passou por um período sombrio e ela se vê sozinha, visto que todos os seus conhecidos já faleceram há anos.
“-(…) Mas com um pouco de persistência, qualquer coisa pode voltar a crescer.
– Acho que tudo o que se tem de fazer é sobreviver.”
página 60
A partir dessa premissa é natural que surja a curiosidade. O que de fato aconteceu com ela para ter sido mantida adormecida por tantos anos? Como era sua vida anterior? Como é o mundo agora? Apesar do universo distópico, esse não é o foco do enredo, apenas seu cenário. Também, a época em que a história se passa não é diretamente informada, mas, através de informações dadas, é possível mensurá-lo entre os séculos 22 e 23.
Em primeira pessoa, temos acesso aos pensamentos de Rose e às suas emoções; contudo, sua natureza submissa faz com que muitos deles sejam censurados e, consequentemente, ocultos do leitor, somente capaz de compreender toda a trama nos capítulos finais – repletos de ação e intensas emoções.
Adormecida traz temáticas importantes como a evolução da ciência, a ganância e as consequências do desenvolvimento de um capitalismo desenfreado, propício ao aparecimento de uma sociedade voltada aos auto-benefícios. Entretanto, não foram esses os responsáveis pelo meu encantamento e pelo meu arrebatamento – até porque não são o cerne da trama, como mencionado, ainda que importantes.
“Fui arrancada do meu tempo, e meu mundo tinha morrido ao meu redor. Nada pertencia a mim. Nada no mundo, nem a minha vida, nem mesmo meus próprios sentimentos.”
página 20
A história de Rose é uma das mais tristes que já pude acompanhar em uma ficção, em todos os aspectos de sua vida. Não apenas isso, a trama se mostra intensa e original, de forma a me deixar sem palavras ao chegar em seu ponto final, tentando assimilar todos os acontecimentos. Conheci Rose ao longo das páginas e me simpatizei com ela; entretanto, só realmente a compreendi quando sua essência é revelada e, principalmente, quando ela própria compreende sua vida.
Foi principalmente pelos últimos capítulos que favoritei o livro. Seu desenvolvimento foi morno, comparado ao final, capaz de marcar como brasa. Tenho certeza de que não esquecerei de Rose, e carregarei em minha memória sua história como um infeliz e sensível romance.
Eu tenho esse livro, comecei as primeiras páginas mas nunca terminei. Esse era o impulso que faltava rs