Título: A Vida Secreta das Abelhas
Autor: Sue Monk Kidd
Editora: Paralela
Número de Páginas: 232
Ano de Publicação: 2014
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O mundo de Lily, uma menina de 14 anos, é marcado pela dor e pela morte de sua mãe. Diante de um momento crítico, em que a única pessoa que lhe resta está em perigo, que Lily vai iniciar sua aventura, uma experiência que a abrirá finalmente para o amor. Um romance sobre o autoconhecimento, no qual a solidariedade humana é a abelha rainha que congrega todos os corações a sua volta.
Depois de ler A Invenção das Asas, da mesma autora, e me encantado com sua escrita, não poderia deixar passar a leitura do seu mais aclamado e famoso título publicado, A Vida Secreta das Abelhas.
A história se passa na década de 1960 e gira em torno de uma garota de 14 anos chamada Lily, que vive sozinha com o pai, T. Ray, um homem maldoso e cruel que a trata muito mal, desde que sua mãe morreu. A única pessoa com quem ela pode contar é Rosaleen, sua babá, que por ser negra num período em que ainda não havia a total igualdade de direitos, passava por situações constrangedoras envolvendo o preconceito racial. Depois de determinado acontecimento, a garota e a babá fogem para a cidade de Tiburon, onde Lily está certa de que encontrará as respostas para suas angústias. Lá, as duas conhecem as três irmãs Boatwright: August, May e June, produtoras do Mel da Madona Negra. A partir desse encontro, Lily começa a descobrir o mundo mágico das abelhas, do mel e de muito mais coisas do que se pode imaginar.
A trama é narrada em primeira pessoa pela própria Lily e, através dos seus pensamentos, sofrimentos e angústias, temos a oportunidade de descobrir como uma garota de 14 anos pode trazer dentro de si uma gama tão grande de conflituosos sentimentos. Tudo isso, principalmente, porque se sente muito culpada pela morte da sua mãe, e tenta recordar e desvendar ao longo da história o que teria de fato provocado sua morte.
Os personagens construídos pela autora são muito marcantes e de personalidades fortes, e cada um deles nos proporciona enxergar uma visão diferenciada da vida. No entanto, é Lily quem se destaca, tanto por agir inúmeras vezes no impulso como uma garota normal da sua idade, quanto por demonstrar sua inteligência e garra para lutar pelo que deseja.
O enredo proporciona ao leitor uma série de acontecimentos que giram em torno não só da vida pessoal de Lily como também do contexto social em que ela está inserida. Sempre que teve oportunidade, a autora trouxe à tona a discussão em torno do preconceito racial e de como essa era uma questão recorrente na época retratada. Além disso, traz um aspecto religioso que proporciona um ar de divino, de transcendental, a determinados acontecimentos, como se a fé movesse a história de alguns personagens. Mas, a meu ver, a autora mostrou, acima de tudo, a força da figura feminina, e mais, da figura feminina e negra, da garra e coragem que a mulher carrega consigo.
Indico a leitura principalmente para quem gosta de dramas que proporcionam reflexões sobre nossas culpas, ressentimentos, medos. Através da narrativa de Lily, sentimos um pouco da sua solidão, tristeza e culpa, porém acompanhamos também suas mudanças, seu amadurecimento e sua força para seguir em frente. A trama retrata o significado do amor, da amizade, da família e as consequências terríveis provocadas pelo preconceito. E mais uma vez a autora conseguiu me envolver e me prender à sua obra de uma forma sublime. A quem interessar, o livro foi adaptado para o cinema em 2008, sendo o filme homônimo.
Olá! Eu vi o filme e me encantei por ele, até havia pensado em procurar livro, mas no fim acabei esquecendo. Obrigado pela dica! Adorei a resenha. Beijos!