Sobre o Livro
Título: As Virgens Suicidas
Autor: Jeffrey Eugenides
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 232
Ano de Publicação: 2013
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: Buscapé
Em meio à Revolução Sexual no anos 70, a família Lisbon tenta manter vivo o conservadorismo, nadando contra a maré da sociedade. Nesse contexto, as cinco irmãs Lisbon – Cecília, Lux, Bonnie, Mary e Therese – vivem sob forte repressão de seus pais: a elas não é permitido sair de casa, garotos não podem visitá-las, suas roupas são as mais tradicionais o possível, entre outros aspectos. Todas essas características, aliadas à beleza e a aura de mistério que paira sobre elas, despertam a curiosidade de um grupo de garotos do bairro, narradores dessa história.
Quando Cecília, a mais jovem das garotas, tenta se suicidar, o casal Lisbon resolve amenizar parte da rigidez da educação dada as suas filhas e tentam integrá-las à comunidade, permitindo aos garotos, assim, um maior contato e mais informações sobre a família. Contudo, Cecília consegue finalmente dar fim a sua vida três semanas após sua primeira tentativa, iniciando uma série de outros acontecimentos ao longo do ano narrado na trama que culminarão com o suicídio de todas as outras meninas Lisbon.
A primeira característica a chamar a atenção na obra é sua narração pela voz coletiva do grupo de garotos, construída por suas observações e por diversos depoimentos de outros envolvidos na trama. Dessa maneira, os fatos apresentados são influenciados tanto pelo fascínio sentido pelas Lisbon, quanto pela curiosidade originada de seus modos de vida e pelos suicídios, além do próprio tempo decorrido entre a narração e o ano em que a tudo aconteceu: a história é contada ao leitor muitos anos após os suicídios terem acontecido. Sendo assim, o que temos é a impressão dos garotos sobre a família e os fatos, e não necessariamente a realidade, principalmente sobre o motivo dos suicídios.
Por termos as impressões dos garotos, a narrativa intercala momentos romantizados e idealizados, enaltecendo a feminilidade das garotas e da casa habitada por elas, com outros crus, quase fisiológicos, capazes de causar asco pela detalhada descrição.
Um ponto interessante sobre os suicídios, mais especificamente sobre o de Cecília, é o significado que toma na comunidade: aos poucos, os sentimentos de pena e assombro pela tragédia passam dar lugar à busca pelo motivo de ter acontecido, sobretudo responsabilizando a própria Cecilia, vista, de certa forma, como “maluca”, em uma tentativa de negar falhas no chamado sonho americano. Mais fácil acreditar que Cecília era quem tinha problemas do que o modo de vida americano – ou sua frustração por não vivê-lo – quem poderia gerá-los, de alguma forma.
Mesmo que o leitor tenha ciência dos acontecimentos que culminaram com os suicídios das Lisbon, em momento algum é realmente elucidado o motivo das meninas terem tirados suas próprias vidas, uma vez que não temos suas visões. Os garotos, apenas, podem supor motivos. Ainda que tenhamos, em alguns momentos, as falas das jovens, o que nos é reportado é apenas o que elas disseram, e não necessariamente o que queriam dizer ou pensavam sobre o assunto. Há uma distância entre os narradores e elas, e é impossível ultrapassar essa barreira para adentrar na mente das Lisbon, restando tanto aos garotos quanto aos leitores apenas suporem.
Em minha experiência, a leitura foi extremamente fluida e rápida, e não demorei a me envolver com a trama apresentada. Junto dos garotos, senti curiosidade pela vida das Lisbon e lamentei por não ter tido uma resposta concreta sobre seus suicídios, não tanto para compreendê-los, mas sim por não ter sido possível me aprofundar nas mentes das garotas e conhecido seus anseios, sentimentos e reflexões. Contudo, esse não foi um ponto negativo da obra, mas sim um aspecto maior para admirá-la, principalmente pela influenciada e atípica narrativa.
Sobre o Filme
É sempre gratificante assistir a uma adaptação fiel à obra original, e As Virgens Suicidas não deixa nada a desejar no quesito fidelidade.
Fiquei impressionada em como até detalhes foram incorporados, como a descrição de gestos que facilmente poderiam passar despercebidos. Falas e trechos da narrativa também se fazem presente, tornando o filme de Sofia Copolla extremamente representativo do livro de Jefrey Eugenides. Poucas foram as alterações e/ou omissões.
O elenco também foi muito bem escolhido, trazendo atores condizentes com as descrições presentes no enredo, algo que nem sempre acontece com adaptações. Mais do que a aparência física, o elenco captou a essência de seus personagens, transmitindo ao espectador a atmosfera exata do livro. Merece destaque Kirsten Dunst, que incorporou Lux, a segunda Lisbon mais nova, com maestria.
Achei interessante, ainda, a maneira de como o ar dos momentos românticos e idealizados da narrativa foram incorporados: através de cenas que remetem aos sonhos e ao imaginário. Vale ressaltar a trilha sonora que não apenas enalteceu esses momentos como ainda ajudou a dar o toque certo de drama quando necessário, mas sem exagerá-lo. Por mais tristes que sejam os acontecimentos, não é a intenção do filme ou do livro fazerem deles um sensacionalismo ou causar um apelo emocional.
De modo geral, o filme, em termos de adaptação, configura como uma das melhores que já assisti por sua extrema fidelidade. Além disso, vale a pena conferi-lo mesmo se a leitura não foi feita previamente: ele é plenamente capaz de transmitir a essência da orba de Eugenides.
Assista ao Trailer!
quem não gosta de assistir à um filme que seja super fiel ao livro né…
já comprei o DVD deste filme, mas estou enrolando para ver porque quero ler o livro primeiro
não tinha visto ninguém comparando os dois ainda, e fiquei super animada em saber que é tão fiel assim! *-*
semana que vem entro em férias, ai que sabe eu consiga comprá-lo para ler e assistir ele logo!!!
adorei este tipo de post Aione. não sei se você já tinha feito outros assim, mas é o primeiro que eu vejo aqui no seu blog, e gostei bastante!!! *-*