A série The Walk, de Richard Paul Evans, narra a jornada de Alan, que decide caminhar de Seatle, onde vive, até uma cidade da Flórida, a cidade mais distante ao sul de onde ele está, após ter perdido tudo em sua vida.
É inegável a fluidez da narrativa do autor, o que permite uma leitura rápida e envolvente desde as primeiras páginas. Um de seus artifícios é o de, previamente, preparar o leitor para os acontecimentos futuros através do uso de frases que indicam que algo está prestes a acontecer, mas sem explicar exatamente como. Assim, a curiosidade é atiçada, estimulando ainda mais a leitura.
Por conta das capas dos livros, fiz um julgamento errado da série, acreditando que ela traria uma intensa história romântica. Ainda que haja uma história de amor em seu conteúdo, não é esse o seu foco.
Esperava encontrar em O Encontro uma intensa história de amor, por conta da capa e por conta da minha experiência anterior com outro livro de Richard Paul Evans. Meu engano poderia ser evitado caso eu tivesse lido a sinopse; por outro lado, quase não me restariam surpresas durante a leitura, já que a sinopse é praticamente um resumo do primeiro volume da série The Walk.
Ainda que não tenha sido difícil me envolver com o livro por causa da narrativa do autor, ele não me conquistou como eu previamente supus exatamente por não corresponder as minhas expectativas. O Encontro é a introdução da história a ser desenvolvida nos outros dois livros da série e, aqui, temos muito mais um homem em busca de algo que talvez nem ele saiba explicar após ter perdido tudo em sua vida do que uma história de amor propriamente dita. Como já disse, ela se faz presente no livro, mas ela não é acompanhada nem desenvolvida durante o enredo.
No resumo, O Encontro me decepcionou por causa da minha expectativa; contudo, isso não me impediu de enxergar a beleza da história nem as mensagens nela passadas. O livro é uma boa introdução para a série por situar o leitor nos acontecimentos da vida de Alan e por fazê-lo compreender os motivos que levaram o protagonista a fazer sua jornada.
Despida de minhas expectativas iniciais por agora saber sobre o que a série The Walk trata, pude aproveitar O Caminho pelo que ele realmente é e por tudo que oferece durante a leitura e, adianto, essa segunda experiência foi muito mais prazerosa do que a anterior.
Por conta de intercorrências durante a jornada de Alan, a história, inicialmente, toma um rumo um pouco diferente do desenrolar de O Encontroantes de continuar seu curso original. Tal modificação foi um dos motivos que me fez apreciar mais esse segundo volume, já que temos outra história a ser explorada nele.
Uma das coisas que mais me agradou no livro e que já se faz presente desde o primeiro são as pessoas que aparecem no caminho de Alan. Elas não apenas são interessantíssimas e dão mais vida à história por não serem meramente figurativas como dão a impressão de que poderiam ter, cada uma delas, um livro exclusivo sob seus pontos de vista. Todas elas trazem histórias diferentes em sua bagagem, e, assim, não apenas tornam a leitura mais interessante como também acrescentam algo à vida de Alan.
Minha sensação foi a de que cada uma das pessoas que passam por sua vida vão deixando um pedaço ou marca delas próprias, dando algo novo a ele após suas perdas e, assim, possibilitando a reconstrução de sua vida. Foram diversas as passagens que me fizeram refletir sobre as mais diversas situações e sobre a forma de como muitas vezes encaramos ou buscamos algo em nossas vidas.
Sem dúvida, achei o livro engrandecedor. Foi um daqueles que me trouxe lágrimas aos olhos em diversos momentos por ter me emocionado com tantos acontecimentos bonitos. Enquanto O Encontro é mais triste e, talvez por isso, não tenha me tocado tanto, O Caminho é recheado de esperança, bondade e amor, de uma maneira diferente do que eu esperava antes de começar a leitura da série. Foi um daqueles livros que fez com que eu me sentisse bem enquanto eu o lia, com a certeza de que há beleza no mundo mesmo em meio a tantas maldades e tragédias.
Não posso deixar de comentar sobre o final. Enquanto o fim de O Encontro me deixou levemente curiosa pelos acontecimentos futuros, o de O Caminho me deixou indignada em como um livro pode terminar dessa forma. Eu simplesmente preciso urgentemente da continuação porque a curiosidade específica por um acontecimento inesperado está me matando. Sinceramente, ainda bem que resolvi fazer essa leitura agora que A Felicidade, terceiro e último volume da série (até onde eu saiba) será lançado, porque não sei quanto eu aguentaria esperar por seu lançamento.
Em linhas gerais, não busque a leitura da série se você estiver procurando um romance no sentindo de acompanhar o desenvolvimento de uma relação amorosa entre duas pessoas. As capas dos livros enganam, porque The Walké a busca de um homem sobre si mesmo e sobre o sentido de sua vida após ela ter perdido por completo seu significado. The Walk é O Caminho de Alan em seu recomeço, sua busca pelO Encontro com A Felicidade.
Oie Mi!!!
As capas são realmente muito lindas, eu amei a sua resenha e também esperava por um romance alá Nicholas Sparkes (que sou super curiosa pra ler alguns livros dele). Gostei bastante da sua resenha, sinceramente não sei se seriam livros que eu me apegaria muito, porque eu gosto bastante de livros que trazem mais aventuras, claro adoro romances, mas livro que deixam o coração querendo pular pra fora do peito faz mais o meu gosto =D
Mas quem sabe eu lendo eu goste? Sempre que leio um livro indicado por você não me arrependo 😉 Beijos Flor