Título: Juntando Os Pedaços
Autor: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 392
Ano de Publicação: 2016
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Jack tem prosopagnosia, uma doença que o impede de reconhecer o rosto das pessoas. Quando ele olha para alguém, vê os olhos, o nariz, a boca… mas não consegue juntar todas as peças do quebra-cabeça para gravar na memória. Então ele usa marcas identificadoras, como o cabelo, a cor da pele, o jeito de andar e de se vestir, para tentar distinguir seus amigos e familiares. Mas ninguém sabe disso — até o dia em que ele encontra a Libby. Libby é nova na escola. Ela passou os últimos anos em casa, juntando os pedaços do seu coração depois da morte de sua mãe. A garota finalmente se sente pronta para voltar à vida normal, mas logo nos primeiros dias de aula é alvo de uma brincadeira cruel por causa de seu peso e vai parar na diretoria. Junto com Jack. Aos poucos essa dupla improvável se aproxima e, juntos, eles aprendem a enxergar um ao outro como ninguém antes tinha feito.
Juntando Os Pedaços é o segundo livro de Jennifer Niven publicado no Brasil. Seu outro título, Por Lugares Incríveis, fez da autora um dos grandes destaques YA em 2015 e uma das maiores atrações da Bienal Internacional de São Paulo em 2016.
Aqui, temos a história de Libby e Jack. Libby perdeu a mãe aos dez anos, e seu luto somado ao bullying que já havia sofrido fez com que ela desenvolvesse uma compulsão alimentar responsável por transformá-la na garota mais gorda dos EUA, a ponto de ela não mais ser capaz de sair de casa. Agora, quase 150 kg mais magra, mas ainda assim obesa, ela retorna à escola, precisando lidar não só com as crises de ansiedade que a acometem, mas principalmente com o fato de não saber como será recebida – e se o antigo bullying voltará a assombrá-la. Jack, por sua vez, é o típico garoto popular que, à primeira vista, todos gostariam de ser. O que ninguém sabe é que por trás de sua máscara social ele esconde um segredo: uma doença rara, a prosopagnosia, que o impede de reconhecer o rosto das pessoas, inclusive de seus familiares.
– Por que as pessoas se preocupam tanto com o meu tamanho?
Ela não responde, só pega minha mão e segura. Bailey não precisa responder, porque não existe resposta. Só que apenas as pessoas pequenas – pequenas por dentro – não aguentam o fato de alguém ser grande.página 107
Assim como no outro livro da autora, em Juntando Os Pedaços há uma alternância narrativa em primeira pessoa trazendo a perspectiva de cada um dos personagens. Também, alguns trechos apresentam variação cronológica, possibilitando flashbacks que melhor contextualizam os acontecimentos presentes e permitem compreender o crescimento das personagens.
Se eu já havia me apaixonado por Por Lugares Incríveis, faltam palavras para dizer o quanto Juntando Os Pedaços me conquistou. Jennifer Niven me emocionou desde sua carta aos leitores, que antecede a história e explica seus motivos para tê-la escrito, e me envolveu por completo com as narrativas de Libby e Jack. Sua escrita é fluida e cativante, e alterna momentos de leveza com outros mais intensos, reflexivos e sensíveis. Ainda, adorei as diferentes maneiras em que é possível compreender seu título, e a forma de como ele se liga ao enredo.
Foi impossível não sentir as dores principalmente de Libby. A gordofobia que a garota sofre é intensa e, assim como ela, somos incapazes de compreender como as pessoas podem ser tão cruéis, como alguém pode odiar tanto o que outra representa externamente. Porém, esse também foi um dos motivos que mais me fez amar a leitura: Libby é autêntica e corajosa, e por mais machucada, ela nunca abaixa a cabeça. Ao invés de ser narrado o processo de empoderamento da protagonista, temos o instante após ele ter ocorrido, então vemos a garota ser testada, no sentido de realmente colocar em prática os aprendizados que teve sobre si. E me encantei com sua presença, com sua personalidade segura e radiante, com sua bondade e seu brilho. Ela, sem dúvida alguma, rouba a cena e é a alma do livro.
Jack, por outro lado, está em processo de fortalecimento, de descoberta sobre ser mais do que acredita. Seu medo intenso de que alguém descubra sua doença o impede de ser quem é, de forma que nem o próprio garoto tenha essa consciência. E ao mesmo tempo em que é horrível imaginar estar em sua pele em tantas situações angustiantes, nas quais ele não é capaz de distinguir pessoas por não reconhecer seus rostos, é encantador perceber a dádiva de poder enxergar o que realmente importa em alguém, não as máscaras que nos recobrem, que sofrem as pressões dos padrões impostos cultural e socialmente. Há, ainda, alguns conflitos relacionados a sua família e esse foi o único ponto do livro que poderia ter sido melhor trabalhado. Fiquei com a sensação de incompletude, como se houvesse algo a mais para o personagem lidar e aprender; porém, isso não se concretizou.
A verdade é que não sei o que significa ver o mundo como as outras pessoas veem. […] Todos olham uns para os outros e veem a mesma coisa, mas eu tenho que me esforçar mais para enxergar o que está por trás do rosto. É como se desmontasse cada um e depois montasse de novo.
página 381
Jennifer Niven deu um show de representatividade em Juntando Os Pedaços. Os protagonistas são uma garota obesa e um jovem negro, algo quase nunca encontrado tanto em livros quanto filmes e séries. Não só ela os colocou em posição de destaque como deu a eles uma história delicada e bela, que me fez chorar e suspirar ao finalizar a leitura. Com isso, Niven reforçou a mensagem do livro de que qualquer um tem valor e direito a sua própria história. Acima de tudo, a autora mostrou que todos somos amados por alguém, independentemente de como ou quem somos, mesmo que haja um mundo dizendo que não merecemos, que haja quem nos diminua. E, por isso, Jennifer Niven aumentou ainda mais meu respeito e admiração por ela.
Acabei me estendendo nesta resenha, mas foi impossível me conter. Juntando Os Pedaços se tornou um dos meus YA queridinhos, tanto por ter me proporcionado uma leitura agradavelmente fluida, envolvente e deliciosa quanto por, principalmente, ter me tocado tanto. Mais do que uma história sobre lidar com adversidades, Juntando Os Pedaços é um livro sobre empoderamento, representatividade e, acima de tudo, sobre aprender a enxergar as pessoas como elas realmente devem ser vistas.
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