A trama se desenvolve mesclando acontecimentos passados e presentes, intercalando os capítulos segundo essas visões em uma tentativa de descobrir o real motivo para o desaparecimento de Lisa. Nos atuais, o enredo é contado em terceira pessoa pelo ponto de vista de Phoebe, atual namorada de Sam, irmão mais novo de Lisa; já os demais, pela visão de Lisa, também em terceira pessoa. As duas visões fornecem aos poucos pistas para que toda a história seja compreendida, mas isso só se torna realmente possível nos capítulos finais.
O primeiro ponto que chamou minha atenção foi o fato de o livro não ser um thrillercomum, mas de mesclar nele a fantasia. Lisa era aficionada por conhecer o Rei das Fadas, alegando, inclusive, ter recebido dele O Livro das Fadas, no qual os segredos desse mundo mágico e sombrio são revelados. Teria Lisa partido para esse mundo ou sido sequestrada por alguém completamente humano e perigoso que se utilizou do artifício da fantasia para atraí-la até o bosque? Dessa maneira, toda a história se baseia no paralelo fantasia/realidade, questionando o sentido dessa última: seria ela aquilo que existe ou aquilo em que acreditamos? Aliás, a condição para algo existir não depende de se acreditar nisso? Seria, talvez, a realidade algo além do que conhecemos?
Infelizmente, o livro não funcionou para mim. Não posso negar, passei a leitura inteira curiosa pelo desfecho, mas a promessa de que a solução estaria ligada ao sobrenatural acabou por me desanimar por não conseguir me envolver na trama. Eu sentia curiosidade, mas não sentia aquela angústia em precisar ler, não compartilhava das sensações das personagens. Há diversos momentos sombrios na história, que contribuiriam para um bom filme de terror, mas nem eles me afetavam. Meu envolvimento melhorou nas últimas 100 páginas, quando as evidências são intensificadas e parecem se tornar ainda mais misteriosas antes de, enfim, serem esclarecidas por completo.
Depois, a trama me soou forçada em alguns momentos, como se houvesse uma preocupação excessiva em criar o suspense. A autora foi sim bem sucedida, principalmente se levado em conta que só consegui entender a situação por completo quando ela foi revelada, mas tive a sensação de isso ter acontecido, em partes, mais pelo fato de o enredo beirar o confuso do que pelo suspense em si. O final, também, conta com diversas reviravoltas, e acabei me sentindo inconformada com uma delas, simplesmente por aquilo ter soado absurdo demais para mim.
Em minha opinião, houve um excesso de preocupação em criar um enredo complexo, bem desenvolvido e extremamente misterioso, o que acabou resultando em algo confuso e pouco convincente. Não nego, o livro é sim interessante, mas talvez tenha me decepcionado por eu ter criado uma expectativa inicial diferente sobre ele.
De qualquer maneira, ainda que eu tenha me envolvido pouco e não tenha me convencido da história, o suspense conseguiu manter minha atenção e minha curiosidade e o livro pode muito bem agradar outras pessoas, principalmente as que têm um gosto mais inclinado para o sobrenatural. Há um comentário bem positivo de Chevy Stevens, autora de Identidade Roubada e É Melhor Não Saber, na contra capa do livro. Considerando que amei seus livros, sua opinião certamente merece ser levada em conta.
OI MI!
Primeiro: Essa capa é muito muito muito ruim, caramba. kkk
Se você tivesse colocado no começo da resenha sobre o comentário da Chevy eu teria ficado super hiper animada pela história. Mas agora que conferi suas impressões mesmo a autora ter curtido não me anima. A história soou mesmo confusa. Não fez o meu estilo!
Super beijo Mi!
Brenda Lorrainy
cataventodeideias.com