Título: A Lenda do Cavaleiro Sem Cabeça
Autor: Washington Irving
Editora: Leya
Número de Páginas: 72
Ano de Publicação: 2011
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Sendo um conto infantil, a história não verdadeiramente aterroriza o leitor. Ao contrário, é leve e contada com um ar divertido, tornando a leitura ainda mais rápida. É preciso dizer, também, que não há diálogos na história nem separação de capítulo, o que reforça ainda mais a sensação de ela estar sendo diretamente contada por alguém e implica em um aumento de sua velocidade de leitura, uma vez que é contada interruptamente. É realmente o tipo de livro para se sentar e ler de uma só vez. Qualquer pausa pode quebrar o fluxo, porém as 70 páginas mescladas com ilustrações permitem que a leitura seja feita de uma só vez.
Minha observação é que, de modo algum, a sinopse da aba seja lida (pelo menos a dessa edição da Editora Leya – linda, por sinal). Ela, além de contar quase toda a história, ainda remete a um enredo que não acontece. Não a leia, isso pode causar falsas expectativas.

Ichabod Crane, apesar de ter mantido sua excentricidade nessa versão, não é um professor, mas sim um investigador que parte para Sleepy Hollow a fim de desvendar o mistério dos assassinatos que por lá têm acontecido. Até mesmo sua história com Katrina Van Tassel é diferente da do livro.
Também, o filme tem muito mais terror em suas cenas do que o livro, ainda que tal terror acabe por ser cômico por conta de suas cenas sangrentas. Não sei dizer se a intenção do filme era ser irônica e, por isso, muitas das cenas serem bem falsas, ou se essa falsidade ser tão visível por conta da época em que foi produzido. Levando-se em conta as bizarrices dos filmes de Tim Burton, fico com a primeira opção.
A adaptação da Disney, por outro lado, é extremamente fiel ao livro, inclusive por ser contada por um narrador onisciente. O desenho é tão fiel que, enquanto eu fazia a leitura, fui-me lembrando das cenas, as quais eu não assistia desde criança. Por outro lado, por ser um desenho, é ainda mais infantil do que o livro.
Assim como o livro, o desenho é curtinho, com pouco mais de 30 minutos. Deixarei o vídeo da animação no Youtube aqui no post, para quem tiver interesse poder assisti-la.
Por fim, devo dizer que as duas adaptações são extremamente diferentes por, provavelmente, terem sido produzidas com propósitos diferentes. A versão da Disney é uma representação da obra de Washington Irving e, por isso, tão fiel. A de Tim Burton, por outro lado, é apenas uma adaptação, que se baseou na obra literária para criar seu próprio rumo, como uma segunda história completamente diferente.
Indico ambas: uma para se ter o gostinho de assistir a história lida e a outra para passar duas interessantes horas na companhia de Johnny Depp, com uma versão mais aterrorizante e diferente da vida de Ichabod Crane. Não assista a essa versão esperando encontrar o que há nas páginas do livro, e não leia o livro esperando encontrar a mesma história que Tim Burton dirigiu.
Sim, esse foi meu grande erro. Acreditar que Tim Burton tinha retirado sua história brilhante do conto.
Ainda assim eu não adorei o conto. Talvez no futuro eu releia tentando modificar minha opinião (já que será sem expectativas agora).
Ainda assim, Irving não conseguiu abalar as estruturas com a lenda de Sleepy Hollow.
liliescreve.blogspot.com