Título: Assassinato no Expresso do Oriente
Autor: Agatha Christie
Editora: Nova Fronteira
Número de Páginas: 224
Ano de Publicação: 2007
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A escrita de Agatha Christie é incrivelmente fluida, rápida e simples. Li poucas obras suas, mas todas foram devoradas em poucas horas e finalizadas com uma ótima sensação de satisfação. Não foi diferente com Assassinato No Expresso Do Oriente, que, além de rápida, foi também uma leitura leve e prazerosa.
O que também é de se admirar nas obras da autora é a sua capacidade de desenvolver tão bem a trama, principalmente por ter mais de 80 livros publicados. Realmente me pergunto como ela conseguiu criar tantos casos diferentes, com detalhes diferentes e ser capaz de surpreender o leitor tantas vezes. Novamente, sei que não li obras o suficiente para afirmar sobre sua capacidade de surpreender, mas não duvido dela.
Em O Assassinato no Expresso do Oriente, Hercule Poiot, o célebre e excêntrico detetive de Agatha, embarca no Expresso do Oriente após conseguir arranjar uma cabine no último instante, visto que todas já estavam reservadas. À meia noite, o trem é parado por conta de uma nevasca e, na manhã seguinte, um corpo é descoberto entre os passageiros. O detetive imediatamente é convocado para desvendar o crime.
A estrutura da obra é simples: há uma introdução da história, onde os personagens e as situações são apresentadas em terceira pessoa, do ponto de vista de Poirot. Depois, após o assassinato ter ocorrido, chegamos à parte em que as evidências são colhidas para, posteriormente serem analisadas. Ao final, o caso é brilhantemente solucionado e exposto ao leitor de maneira a juntar todas as peças encontradas ao longo do enredo.
Não há muito a ser dito, a não ser que a leitura de qualquer obra da autora é imprescindível aos amantes do gênero. Agatha Christie é uma mestra no assunto e acompanhar o método de trabalho de Poirot é uma forma deliciosa de se passar o tempo, tanto pelo próprio envolvimento com a leitura em si quanto pelas tentativas de solucionar o caso antes do detetive.
Pelo que encontrei, há diversas versões adaptadas, tanto para o cinema quanto para a TV. Porém, tive contato com duas: uma de 1974 e a outra, a qual efetivamente assisti, de 2010. Sei que faz tempo desde que li o livro, mas essa foi uma das melhores adaptações a qual tive o prazer de assistir. A história, até onde me lembro, não foi modificada em nada e foi muito bem representada.
Também, devo dizer que o filme tem um ar mais sombrio e, até mesmo, mais pesado do que o livro. Enquanto a leitura foi leve e mais interessante no sentido de acompanhar a evolução do caso, o filme me permitiu um envolvimento maior no sentido das emoções despertadas. A leitura foi mais fria, embora muito boa. O filme me deixou uma noção maior de que ocorrera um assassinato, de que uma pessoa fora morta, e não apenas a necessidade de um caso ser solucionado.
Acredito que parte disso se deu por conta das próprias atuações. No filme, a carga emocional de cada personagem está presente por entre suas ações e isso permite uma humanização da história. No livro, Poirot faz uso dessas emoções para solucionar o caso, o que cria essa maior “frieza”. Outros pontos que contribuem para essa sensação são as técnicas da produção: a fotografia do filme e, principalmente, a trilha sonora.
Da mesma forma que a leitura foi rápida, o filme também o foi: 80 minutos, apenas, e muito bem aproveitados. Não tive em momento algum a sensação de ter faltado algo na história ou de ela ter sido mal abordada. O final foi um pouco diferente do que acontece no livro, mas não na história em si, mas sim em como foi apresentada. Aqui, realmente houve um aumento da carga emocional no enredo, inclusive com um aprofundamento de conflitos internos das personagens, o que não acontece no livro, até onde me lembro. Tal modificação foi extremamente positiva em meu ponto de vista, uma vez que incita uma reflexão sobre certo, errado e o sentido de uma real justiça.
O único ponto que me incomodou levemente foi o próprio Poirot. Durante a maior parte do tempo, ele correspondeu ao que eu tinha em mente de sua imagem. Entretanto, em alguns momentos, ele se mostrou mais passional do que eu acreditava ser, contrariando a minha lembrança de ser alguém pacífico. Se realmente houve uma distorção em sua representação ou se eu, apenas, é que tive uma recordação errônea do personagem, não saberei responder.
Assisti a algumas cenas da primeira adaptação, de 1974, e, pelo que pude perceber, achei a de 2010 melhor. Há algumas diferenças entre ambas, inclusive no próprio ar entre eles. O de 1974 me pareceu mais leve, como o livro, enquanto o de 2010 é mais sombrio e passional. Também, o primeiro tem cerca de 2 horas, em contraste às 1h20 do outro.
Em resumo, o que posso dizer é que achei o filme excelente. Foi muito agradável de ser assistido e muito satisfatório como adaptação. Como não me lembro de detalhes do livro, talvez eu possa ter feito uma análise não compatível com a realidade, e me desculpo, novamente, por ter sido tão vaga sobre a leitura. Caso eu esteja errada, o filme, pelo menos, vale a pena como obra independente. Recomendo!
Eu não vi essa versão de 2010, fiquei bem curiosa porque este é um dos livros da Agatha que mais gosto.
Tenho essa versão antiga com a Ingrid Bergman, maravilhosa! Confesso que o filme não irá atrair qualquer expectador.
Beijos,
Lili
liliescreve.blogspot.com