Especial Overbite #1 - Primeiro Capítulo Traduzido / Resultado: Promoção Gênio do Mal - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
27

dez
2011

Especial Overbite #1 – Primeiro Capítulo Traduzido / Resultado: Promoção Gênio do Mal

 

Como, aparentemente, todo mundo gostou do “Especial Insaciável”, venho agora com o “Especial Overbite”!
Infelizmente, ele só será divertido para quem já leu “Insaciável”, mas tentarei pensar em um próximo, talvez, que abranja a todos!


Trago pra vocês com muita alegria o primeiro capítulo de “Overbite” traduzido!
Quero agradecer ao Breno Melo, pela tradução e fornecimento do material para esse especial, e à Editora Galera Record, por ter permitido que eu postasse pra vocês os três primeiros capítulos traduzidos!
Lembrando que essa não é uma tradução oficial e que a Editora detém os direitos de publicação do livro na íntegra. “Overbite” será lançado em julho/2012! 



Capítulo 1
 
Tradução: Breno Melo



Meena Harper sabia coisas, coisas que ninguém mais sabia… coisas que ninguém poderia saber.
Uma dessas coisas era que o homem sentado ao lado dela no carro ia morrer.
Havia também muitas coisas que Meena Harper não sabia.
Um delas era de que maneira ela ia dar a notícia da morte iminente deste homem a ele.
“Meena”, disse ele, olhando para a face dela. “Você não tem ideia do quanto feliz estou de te ver. É engraçado que você tenha telefonado. Eu estava justamente pensando em você.”
“É ótimo te ver também”, disse ela.
Isso era uma mentira. Não era ótimo vê-lo. Como ela contaria a ele? Especialmente quando ele parecia tão assustador para ela. Ele cheirava a algo terrível. Ou talvez terrível fosse o interior do carro dele. Ela não conseguia descobrir que cheiro era aquele.
“Eu estava pensando em você, também,” ela mentiu um pouco mais. “Obrigada por se encontrar comigo”.
Ela examinou com o olhar a rua escura e estreita. Ela se sentia culpada por dizer a ele todas essas mentiras, inclusive que esta era a rua onde ela morava, dizendo então que ele não poderia entrar porque os pais de sua companheira de quarto estavam fazendo uma visita.
“Tem certeza de que você não quer beber uma xícara de café?” perguntou ela. “Há um lugar logo depois da esquina. Seria muito mais agradável do que ficarmos sentados em seu carro.”
Especialmente considerando o cheiro. Fora o que ela tinha para contar a ele.
“Tenho certeza”, disse ele, sorrindo. “Você não tem ideia do quanto senti sua falta.”
Isso era novidade para Meena. Ela não tinha notícias dele há mais de um ano. A separação deles tinha sido relativamente amigável — embora, na época, ela tivesse se convencido de que o coração dela estava partido. Ela era uma roteirista de diálogos que esteve tentando ganhar a vida escrevendo textos para uma novela já concelada. Ele era um dentista que havia decidido se especializar em facetas*, mudar para o subúrbio e começar uma família.
Naturalmente, as coisas não tinham dado certo.
“Eu pensava que você e Brianna estivessem felizes um com o outro”, disse ela. “O mesmo com respeito à sua nova especialidade, ao bebê e tudo o mais.”
Isso tornou tudo ainda pior. Como era que ela ia dar a notícia sobre sua morte iminente, quando ele tinha tanto para viver?
Ele soltou um riso amargo. “Brianna”, disse ele. “Ela não significa nada para mim.”
“É claro que significa”, disse Meena, surpresa. “Do que você está falando?”
Agora Meena estava realmente preocupada com ele. David a tinha dispensado por causa de Brianna. Brianna significava o mundo para ele.
Tinha que ser um tumor cerebral. Eis o que quase o tinha matado da primeira vez. Mas ela o tinha “sentido” e avisou a ele, e os médicos foram capazes de localizar o tumor a tempo de salvar sua vida.
Era ruim demais o fato de ela saber que isso o tinha assustado tanto, que ele fugiu dela diretamente para os braços de sua enfermeira no pós-operatório.
Mas estava tudo bem. Meena já havia construído uma nova vida para si. É claro, essa vida tinha sido destruída por Lucien Antonesco, o homem que tinha lhe ensinado como um coração partido realmente se sente.
Mas ela foi capaz de não pensar nele nunca mais.
Quase nunca.
Acontece que, ultimamente, ela vinha tendo aqueles sonhos horríveis com David. Neles, ele estava morto. Não era que ela pudesse ver o seu cadáver. No sonho, ela podia ver o futuro de David.
E ele não tinha um. Era só escuridão.
Quando ela acordou do sonho pela terceira manhã consecutiva,
sem fôlego porque teve a sensação de que a escuridão se fechava sobre ela, sabia que não tinha escolha senão telefonar para ele.
Mas ela também sabia que não podia entregar notícias como esta por telefone. Eles tinham que se encontrar pessoalmente.
David estava surpreendentemente ansioso, disposto a parar por ali em seu caminho de volta para Nova Jersey depois do almoço em algum encontro de Odontologia que ele tinha na cidade.
Mas, como Meena sabia que era melhor não dar o seu novo endereço a ninguém —mesmo a ex-namorados com quem já tinha vivido —, ela havia automaticamente dado um falso, e mais tarde o encontrou quando ele estacionou o carro em frente ao prédio.
Agora, entretanto, ela estava começando a se arrepender desse artifício. Porque David estava agindo de modo muito peculiar. E o que era aquele cheiro?
“Você”, disse ele. “Você sempre foi a única, Meena.”
“David.” Meena estava confusa. “Você me deixou por Brianna. Você disse que queria estar com alguém que dava vida às pessoas, não com alguém que previu a sua morte. Lembra?”
“Eu deveria ter ficado com você”, disse David. “Eu deveria. Estávamos tão melhor juntos, você e eu, do que eu e Brianna. Por que não fiquei com você, Meena? Por que não fiquei? Você foi mágica, com a sua… magia.”
Finalmente, a compreensão mostrou as caras. Pelo menos agora ela sabia o que estava causando aquele cheiro estranho. Isso tornou sua tarefa muito mais simples.
“OK”, disse ela, olhando para o assoalho do carro em busca da garrafa. Ou talvez ele ainda estivesse simplesmente bêbado do almoço? Seja como for, quantos martinis os dentistas bebem quando se reúnem na cidade para esses encontros em que há comida?
“Lembra quando você usava sua magia em mim”, disse ele, “e fazia-me sentir completamente melhor? Faça de novo. Estou implorando a você.”
“Não é assim que funciona na prática”, disse Meena, ainda procurando pela garrafa. “Eu não estou dizendo que não posso te ajudar. Porque acho que posso. Você só vai ter de prestar atenção em mim e me dizer onde a garrafa está.”
Foi quando ele se lançou sobre o banco dela para beijá-la. E ela encontrou a garrafa. Era na verdade um frasco, e estava pressionado agressivamente contra a coxa dela, através do bolso da calça dele.
Oh, bem, Meena pensou. Isso é o que recebo, eu acho, por tentar bancar o herói. Por que eu sempre faço isso, vez após vez?
Ah, sim. Porque era trabalho dela.
Isso era uma coisa boa, desde que ela não pensasse que viveria com a culpa por outra pessoa morrer diante dos olhos dela. Tinha acontecido mais de uma vez, especialmente depois que ela se envolveu com Lucien Antonesco, que infelizmente veio a ser um dos demônios que a Palatina — a organização por quem ela tinha sido contratada, após sua demissão repentiana da novela (antes do cancelamento desta) — estava caçando.
Não era qualquer demônio tampouco, mas o governante de todos os demônios da Terra, o príncipe das trevas.
Meena nunca teve muita sorte no departamento de namoros.
E, uma vez que as pessoas geralmente não acreditassem nela quando lhes dizia que estavam prestes a morrer, ela nunca teve tampouco muita sorte nessa área também.
Ela não estava inteiramente certa do que a fizera pensar alguma vez que seu ex, David Delmonico, merecia ser salvo. Até onde ela podia dizer, a Terra não seria muito pior se ele simplesmente desaparecesse dela.
Mas havia seu novo bebê, ela supunha. O bebê merecia um pai.
“Meena”, David continuou gemendo. Felizmente, os lábios dele haviam se afastado dos dela, e agora estavam pressionados contra o pescoço dela. Graças a Deus, porque seu hálito cheirava ainda pior que o interior de seu carro.
Mas agora ele estava tentando passar as mãos pela entrada do decote (em forma de coração) do vestido dela… vestido cuja bainha ela mesma fez — bem, com uma ajudinha de Yalena na loja popular. Porque, embora o novo emprego de Meena pagasse bem, ela teve que substituir o seu guarda-roupa inteiro, graças ao fato de seu último guarda-roupa ter sido destruído por uma penca de parentes de Lucien Antonesco, os Dracul. Daí que economizar havia se tornado um novo passatempo.
“David”, disse ela, usando um cotovelo para lhe espetar o ombro. Mas não com muita força, porque ela se sentia um pouco triste por ele. Ele era um moribundo, afinal de contas. “Este não é o motivo pelo qual telefonei para você.”
“Sim”, disse ele com outro gemido. “Oh, sim; pois é. Bela Meena.
Que tolo eu fui…”
“David.” Ela suspendeu a cabeça dele pelos cabelos e olhou em seus olhos. Eles eram duas fendas bêbadas.
“O que qu…?” ele perguntou com cara de sono.
“Sinto muito que você esteja tendo problemas em sua vida pessoal justamente agora”, disse ela. “Mas você preferiu Brianna a mim, lembra? E eu segui em frente.”
“Mas…” Seus olhos começaram a focar um pouco mais. “Você disse ao telefone que não estava saindo com ninguém.”
Ela continuou a manter a cabeça dele erguida, segurando-a pelos cabelos. “Eu não estou.” Foi simpático da parte dele esfregar na cara dela o fato de estar sozinha. Como se fosse culpa dela seu último namorado ter tentado incendiar metade do Upper East Side. “Mas por que você acha que isso significa que estou aberta para uma aventura com você?”
Ele balançou um dos dedos diante ela. “Admita, Meena”, disse ele. “O fato de ainda estar sozinha significa que você nunca me esqueceu de verdade.”
“Ou talvez,” disse Meena, “isso signifique que há um cara com quem fiquei depois de você que eu nunca esqueci de verdade. Ou essa possibilidade jamais te ocorreu? Não, eu acho que não.” Ela deixou a cabeça dele pender para se curvar sobre a ignição e pegar as chaves do carro. “David, vá para casa. Fique sóbrio e volte para o subúrbio.”
Ela não ia contar a ele. Não dessa forma. Não enquanto ele estivesse tão bêbado, e se comportando tão mal. Por um lado, ele poderia não se lembrar depois que ficasse completamente sóbrio.
E, por outro, ele poderia não aceitar bem a notícia. Quem sabe o que ele poderia fazer? Pular da ponte George Washington, talvez.
E havia sempre uma chance, Meena tinha aprendido, de que as coisas poderiam melhorar. Nossos destinos não foram gravados na pedra. Olhe para David. Ela uma vez lhe avisou que estava morrendo, ele teve uma abordagem pró-ativa com respeito à sua saúde e agora estava…
Bem, talvez Davi não fosse um bom exemplo. Mas ela poderia pensar em muitos outros. Alaric Wulf, por exemplo, um dos Guardas Palatinos com quem ela trabalhava. Ela o alertava todos os dias, praticamente, sobre alguma nova ameaça que ele encontraria aqui ou ali; e, porque ele ouvia, não morreu.
Era simplesmente ruim demais que ele não fosse ouvi-la a respeito de todo o resto.
“Aprecie o que você tem, David”, disse Meena, em vez de lhe avisar que seus dias estavam contados. De novo. “Porque é muito, e a verdade é que… você não pode ter isso por muito tempo.”
“Mas”, disse ele, parecendo confuso, “eu preciso de você.”
“Não”, disse Meena, firmemente. “Deixar-me por Brianna foi realmente a atitude mais inteligente que você já tomou. Creia em mim. Você e eu não fomos feitos um para o outro. Você pode pegar um táxi para Penn Station e apanhar o trem de volta para sua sua bela e segura casa em Nova Jersey. Eu as enviarei pelo correio.” Ela chacoalhou as chaves na frente dele. “Você me agradecerá por isto um dia, eu prometo.”
Provavelmente sim, mas não depois que ele ficasse totalmente sóbrio e ela telefonasse para lhe dar a má notícia, e ele tivesse uma oportunidade de marcar uma consulta para um exame físico completo.
Ela começava a abrir a porta, de modo que pudesse descer do carro e voltar a seu novo apartamento, à sua nova vida, da qual ela tinha toda a certeza de que David, se ele soubesse algo sobre isso, fugiria em um nanossegundo.
Porque havia muitas coisas que Meena Harper sabia que seu ex-namorado não sabia. Não só como as pessoas iam morrer, ou que os demônios e os caçadores de demônios não eram apenas coisa de ficção, mas que havia, em toda criatura na Terra, demônio ou não, a inclinação para o bem e para o mal.
E que tudo o que era preciso para levar qualquer um deles adiante era um empurrãozinho.
Era simplesmente ruim demais que sua precognição só lhe falasse quando um desses empurrõezinhos poderia ser necessário, ou em que sentido… ou quando alguém mais, que não fosse ela, ia morrer.
Essa informação poderia ter sido útil para ela agora, quando saía do carro de David, e a mão dele se precipitou para envolver o pulso dela, apanhando-o num aperto ferrenho.
A pior parte foi que ele não disse nada. Ele simplesmente continuou com sua mão fechada em torno do pulso dela, seu olhar fixo como o de um morto.
Então ele escancarou a boca revelando um par de presas afiadas.

          

_________
(*) Facetas laminadas dentárias, ou simplesmente facetas, também chamadas “veneers”. Seu dentista lhe explicará melhor.



Confira o capítulo original em inglês no site da autora!

http://www.megcabot.com/insatiable/Overbite-Chapter-1.pdf

Resultado: Promoção Gênio do Mal
 
Primeiramente, agradeço pela participação de todos! Foi uma promoção diferente e fiquei feliz com a repercussão que teve!
Vamos conferir o resultado?
 
 
Parabéns, Igor!
Vou mandar um email pra você e você tem 48h pra me responder, ok?
Quem não ganhou, não desista!
Tem promoção de Boa Festas rolando no blog e só basta twittar pra participar! Vale um “A Última Música” e 50 marcadores para um só sortudo!
Beijão!

 





Deixe o seu comentário

10 Respostas para "Especial Overbite #1 – Primeiro Capítulo Traduzido / Resultado: Promoção Gênio do Mal"

Lucas Martins - 27, dezembro 2011 às (18:02)

Especial Overbite! ê!
Nessas horas que vejo que já é hora de ter lido Insaciável… Haha!
Em 2012 vou comprar! Eu espero…
Legal o Breno ser parceiro neste projeto, assim como a Record. ^^
Rsrs, bjão, Mi!

Alinne - 27, dezembro 2011 às (18:22)

Ah você postou o especial Overbite! A-do-rei.
Esse primeiro capitulo só deixou um gostinho de quero mais.Rs É nessas horas que penso:”OMG!Preciso logo ler Insaciável”
Parabéns Igor!
Beijos.
Books e Desenhos

Vanessa - 27, dezembro 2011 às (20:00)

“Aparentemente” não, todo mundo gostou sim do Especial Insaciável, rsrs. Quem não adora Meg Cabot?
Te disse né que recebi o cartãozinho de Natal…gostei tanto, mas taaanto!!!!

Vanessa – Balaio

Loucos Por Livros! - 27, dezembro 2011 às (20:30)

Eu amei o Especial “Insaciável”! Eu aind anão tnho o livro, mas desde o lançamento estou louca por ele! 🙂 Inflizmente, preferi não ler o primeiro capítulo de “Overbite” por medo de spoilers. 🙁 Muito legal o Breno traduzir tudo para você. 🙂 E legal também da parte da Galera Record ter deixado a tradução ser publicada. 🙂
Agora para a promoção fiquei triste por não ter ganho, mas ainda conseguirei o lviro. 🙂 Parabéns, Igor!
E parabéns pelo especial! Ficou muito legal! 🙂
Beijos ;*

Ana Carolina
http://loucospor-livros.blogspot.com

Van Castro - 27, dezembro 2011 às (20:35)

Que legaaal!
Só não li capítulo ainda, pra não estragar, já que ainda não li “Insaciável”, mas esse é um livro que tenho que colocar na minha lista ^^

Beijão!

Érica Lopes - 28, dezembro 2011 às (10:48)

Muito bom!
Percebi que preciso ler, urgente um livro na Meg Cabot!
Ela arrasa!

Mais que merecido o Igor ganhar, sempre vejo ele por aqui!
Parabéns Igor!!

Beijokas

Andressa Tomaz - 28, dezembro 2011 às (13:15)

Acho legais seus especiais Mi! Todos conseguem conhecer um pouco dos livros. Mas como não li Insaciável fiquei com medo de ler o primeiro capítulo desse livro.
Uma pena, não ganhei a promoção! Mas parabéns ao Igor, ele merece 🙂

Beijos!

Pabline - 28, dezembro 2011 às (13:55)

Não li o primeiro capitulo porque quero ler Insaciável, então não quero correr nenhum risco de spoiler hehe
Parabéns Igor, curta muito seu livro 😀
BJ Aione!

http://amigasentrelivros.blogspot.com

Esmalte de Morango - 28, dezembro 2011 às (17:29)

Ainda nem li Insaciável, mas pretendo ler nesse ano que vai entrar. Deve ser muito bom o livro, tanto que mereceu especial aqui no Minha Vida Literária!
Parabéns ao Igor!

Beijão
http://manialiteraria.blogspot.com/

Criticando por aí. - 28, dezembro 2011 às (18:03)

Parabéns ao ganhador! Ele também é leitor do meu blog :3 rs

Beijinhos,
Caroline.

http://criticandoporai.blogspot.com

Minha Vida Literária

Caixa Postal 20

Mogi das Cruzes/SP

CEP: 08710-971

Siga nas redes sociais

© 2024 • Minha Vida Literária • Todos os direitos reservados • fotos do topo por Ingrid Benício