Título: Por Lugares Incríveis
Autor: Jennifer Niven
Editora: Seguinte
Número de Páginas: 336
Data de Publicação: 14 de Janeiro de 2015
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Dois jovens prestes a escolher a morte despertam um no outro a vontade de viver.
Violet Markey tinha uma vida perfeita, mas todos os seus planos deixam de fazer sentido quando ela e a irmã sofrem um acidente de carro e apenas Violet sobrevive. Sentindo-se culpada pelo que aconteceu, Violet se afasta de todos e tenta descobrir como seguir em frente. Theodore Finch é o esquisito da escola, perseguido pelos valentões e obrigado a lidar com longos períodos de depressão, o pai violento e a apatia do resto da família.
Enquanto Violet conta os dias para o fim das aulas, quando poderá ir embora da cidadezinha onde mora, Finch pesquisa diferentes métodos de suicídio e imagina se conseguiria levar algum deles adiante. Em uma dessas tentativas, ele vai parar no alto da torre da escola e, para sua surpresa, encontra Violet, também prestes a pular. Um ajuda o outro a sair dali, e essa dupla improvável se une para fazer um trabalho de geografia: visitar os lugares incríveis do estado onde moram. Nessas andanças, Finch encontra em Violet alguém com quem finalmente pode ser ele mesmo, e a garota para de contar os dias e passa a vivê-los.
Minha primeira leitura do ano foi uma surpresa. Comecei Por Lugares Incríveis fazendo com o livro algo que vim a descobrir ser odiado por seu protagonista, Theodore Finch: rotulando-o. Acreditei que a leitura seria mais um Young Adult trazendo personagens intensas e com problemas reais, que se desenvolveria de forma agradável, previsível, de acordo com minhas expectativas. Contudo, o livro fez o inverso. Por Lugares Incríveis fala de verdades que, a todo custo, preferimos ignorar para manter nossa sensação de bem estar, mas que precisam ser ditas exatamente para trazer bem estar aos que mais precisam dele.
Em primeira pessoa, a narrativa se alterna de acordo com a visão de Finch e Violet, jovens que se conhecem no alto da torre do colégio onde estudam. A vida de Violet sempre fora típica de uma jovem comum de sua idade, mas, desde a morte precoce de sua irmã mais velha em um acidente de carro há quase um ano, ela nunca mais foi a mesma. Já Finch “Aberração” nunca foi como os demais: sua obsessão por dados sobre suicídios, suas constantes mudanças de aparência e humor são apenas as características mostradas por ele ao mundo.
Ainda estou aqui, e sou grato por isso, porque senão perderia este momento. Às vezes é bom estar desperto.”
página 42
Foi interessante entrar em contato com a escrita de Jennifer Niven por alguns motivos: o primeiro é que a autora consegue mesclar muito bem sentimentos controversos e intensos de forma a fazer de sua escrita ora reflexiva e melancólica, ora leve e divertida. Finch, embora sofra de depressão, é um personagem divertido, irônico e carismático e, paradoxalmente, é quem traz vida à Violet. Apenas após o início da amizade dos dois é que a garota começa, aos poucos, voltar a viver.
Meu erro foi acreditar que o desenvolvimento da história seria esse: Finch traria vida à Violet que, por consequência, traria a ajuda que o personagem tanto precisa. E aí também se fez minha surpresa. Após acompanharmos a evolução de Violet, temos também um aprofundamento das emoções de Finch.
Não apenas extremamente capaz de trazer emoções intensamente reais, Jenniffer Niven acrescentou, também, detalhes ao enredo que tanto me surpreenderam como me incitaram diversas reflexões, dentre elas a falsa ilusão que corresponde a nossa visão do outro. Tão focada em Finch e Violet, deixei de aceitar os conflitos que poderiam ser vivenciados por outras personagens, aceitando a imagem superficial de suas máscaras, também vestidas pelos protagonistas. No fundo, algo que nós próprios fazemos em nosso cotidiano: muitas vezes nos sentimos sós em nossos problemas, mas deixamos de supor que o outro também possa vivê-los – ou possa viver conflitos diferentes, mas, ainda assim, presentes e igualmente perturbadores.
A autora, ainda, expôs muito bem a situação vivida pelos que rodeiam as personagens: a maneira com que cada um enfrenta cada circunstância, as negações presentes, os próprios problemas com os quais são incapazes de lidar.
– Se você não percebeu, já me envolvi, Finch. E, caso não tenha notado, também estou despedaçada.”
página 196
A realidade da trama também se faz presente no cenário em que ela se passa: os muitos lugares visitados por Finch e Violet são verídicos e, inclusive, há um mapa ao final do livro no qual é possível consultar cada um deles, bem como suas descrições.
A força com que Por Lugares Incríveis me atingiu foi enorme, suficiente para fazer de suas personagens e histórias inesquecíveis. Embora, inicialmente, minha leitura tenha sido superficial, a partir de determinado momento meu envolvimento foi completo. Por Lugares Incríveis traz a tona verdades que não podem ser ignoradas e que devem receber a devida atenção. Ao mesmo tempo em que o livro pode servir como um apoio a muitos que precisam, esteja preparado: ele também tem a capacidade de arrasar suas emoções.
Narrativa em primeira pessoa? Alternada entre personagens?? Já amei! kkk’
Já tinha visto esse livro antes, mas, não sabia do que se tratava.
Confesso que me surpreendeu.
Sem contar que essa capa é super fofa.
Gostei muito de saber que é um livro mais realista e maduro.
Com certeza, vou ler.
Beijos!!