[Resenha] Amar É Relativo — Sophie Kinsella - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
28

dez
2021

[Resenha] Amar É Relativo — Sophie Kinsella

Em Amar é relativo, conheça Ava: uma mulher que já não aguenta mais essa história de procurar namorado em aplicativos de encontros. Na verdade, ela nunca gostou muito disso… Sempre preferiu um encontro cara a cara e seguir a própria intuição a confiar em algoritmos que prometem o par ideal.
Depois de um término recente, ela decide não pensar em homens por um tempo e parte para um retiro de escrita na Itália no qual todos os participantes são proibidos de revelar sua verdadeira identidade ou dar qualquer detalhe de sua vida pessoal. Eles não podem nem usar celular, o que para ela é algo desafiador. Mas Ava está decidida a se concentrar única e exclusivamente no livro que está escrevendo.
Isso até ela conhecer alguém, digamos… interessante. Tudo o que Ava sabe sobre o cara que se autodenomina Holandês é que, além de gatíssimo, ele é divertido e gente boa. E não demora muito para que ela descubra que ele é bom de cama também. Os dias passam como em um sonho; tudo é perfeito… Mas chega o dia de retornar à realidade.
De volta a Londres, Ava finalmente descobre que o cara por quem já está caidinha se chama Matt. E, à medida que o universo de faz de conta dá lugar ao mundo real, eles vão entendendo que suas vidas são bem diferentes. Os dois estão completamente apaixonados um pelo outro, porém, em pouco tempo, fica óbvio que eles não são lá tão compatíveis como haviam imaginado… Será que Ava e Matt conseguirão continuar juntos? Ou estamos diante de um caso de diferenças irreconciliáveis?

 

Ficha Técnica

Título: Amar É Relativo
Título original: Love Your Life
Autor: Sophie Kinsella
Tradução: Carolina Simmer
Editora: Record
Número de Páginas: 432
Ano de Publicação: 2021
Skoob: Adicione
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Resenha: Amar É Relativo

Amar é relativo é lançamento de 2021 de Sophie Kinsella pela editora Record. Editado durante a pandemia e publicado originalmente como Love Your Life em 2020, traz uma comédia romântica típica da autora, abordando a dinâmica dos relacionamentos modernos, que se dão por meio de algoritmos e são impactados pela agitação da vida virtual.

Ava está cansada de depender de aplicativos e sites de namoro para se relacionar com alguém. Focada em escrever seu romance, ela se inscreve em um retiro de escrita na Itália, no qual todos os participantes devem usar pseudônimos e são proibidos de revelar informações pessoais. Em meio ao cenário paradisíaco, ela conhece Holandês, com quem acaba tendo um súbito e apaixonado caso. Dispostos a levarem o romance para a vida real, precisarão lidar com as dificuldades ao descobrirem que, talvez, não sejam tão compatíveis quanto acreditavam.

Algo que sempre se pode esperar dos romances de Sophie Kinsella é leveza e diversão, e com Amar é relativo não é diferente. O humor da autora é principalmente criado a partir de situações inusitadas — e absurdas!; da narrativa que transborda comentários espirituosos; e da personalidade de suas protagonistas. Ava é uma típica mocinha de Kinsella, cheia de vida e que se envolve em trapalhadas por ser dotada de um otimismo o qual, muitas vezes, beira à ingenuidade. Além disso, os personagens secundários também merecem destaque, por cativarem por suas personalidades bem diferentes entre si. Esse fator combinado à fluidez da escrita da autora permitem que as páginas sejam viradas sem esforço, e que não seja difícil encontrar uma leitura que, certamente, proporciona momentos de uma gostosa diversão. 

Por outro lado, tenho tido cada vez mais a sensação de estar deixando de ser o público alvo da autora. Amar é relativo foi o terceiro de seus três últimos livros que li e que ficou bastante aquém das minhas expectativas, baseada nas tantas experiências anteriores e extremamente positivas que tive. A começar, não consegui comprar o surgimento do romance entre Ava e Holandês, por tudo ser muito rápido e superficial. Ainda que eu entendesse a paixão, não consegui me convencer de que as coisas evoluiriam daquela maneira. Talvez pela passagem do tempo, talvez por eu me identificar cada vez mais com o que é mais calcado na realidade, os absurdos que sempre me fizeram rir, agora, me soaram irreais demais. Ainda, fiquei decepcionada por ainda encontrar conflitos baseados em rivalidade feminina através da figura emblemática da “ex/vilã”. Sinto que não haja mais tanto espaço para tramas assim, que têm seu quê de problemáticas.

Também, em determinado ponto da história, me questionei sobre o que estava sendo trabalhado ali. Entendo que Amar é relativo pretenda mais fazer um retrato caricato das dificuldades em se relacionar em dias atuais, mas senti falta de, talvez, de algo mais substancioso no enredo, talvez uma maior jornada da protagonista. Aqui, achei mais fácil me identificar com o mocinho do que com ela própria, tendo discordado de muitas das atitudes e falas de Ava. De qualquer maneira, reitero que o que senti falta na história talvez mais tem a ver com minhas necessidades atuais como leitora do que com o livro em si. Ele entrega justamente o que se propõe a ser: uma história leve e divertida para se passar o tempo.

Dessa maneira, Amar é relativo começou muito bem, me envolvendo rapidamente e me proporcionando boas risadas, mas passou a se arrastar conforme o enredo foi crescendo. Ao final, foi uma leitura que cumpriu seu papel de me entreter, mas esteve longe de me tocar como outros livros de Sophie Kinsella fizeram. Pretendo continuar lendo suas obras, especialmente pelas memórias afetivas que tenho pela autora, mas não me sinto mais tão certa de ainda ser sua leitora alvo, o que me fará diminuir as expectativas em experiências futuras.





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