Em Minha irmã, a serial killer, a nigeriana Oyinkan Braithwaite conta uma história ao mesmo tempo bem-humorada e assustadora sobre duas irmãs com temperamentos e atitudes bem diferentes
uma da outra: Korede e Ayoola.
Korede é amargurada, mas pragmática. Sua irmã mais nova, Ayoola, é a filha favorita, a mais bonita, e, possivelmente, com sérios distúrbios comportamentais. Seus três últimos namorados aparecem mortos. As duas irmãs desempenham papéis inusitados nessa trama de suspense e relações emocionais complexas.
Oyn conduz com maestria literária esse thriller psicológico que surpreende e encanta o leitor a cada página. Conta uma história cheia de suspense e mistério, com humor peculiar e ácido, sem deixar de lado a complexidade da mente de uma sociopata.
FICHA TÉCNICA
Título: Minha Irmã, a Serial-Killer
Título original: My sister, the serial killer
Autor: Oyinkan Brathwaite
Tradução: Carolina Kuhn Facchin
Editora: Kapulana
Número de Páginas: 184
Ano de Publicação: 2019
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RESENHA: Minha Irmã, a Serial-Killer
Minha Irmã, a Serial-Killer é o thriller psicológico da nigeriana Oyinkan Brathwaite, traduzido por Carolina Kuhn Facchin e publicado no Brasil pela editora Kapulana.
Korede e Ayoola são irmãs muito diferentes entre si: enquanto Korede é pragmática e um tanto quanto amargurada, a aparência encantadora de Ayoola esconde o fato dela ter matado seus três últimos namorados. A delicada relação entre ambas é abordada entre intrigas, ressentimentos e um passado tortuoso, pouco a pouco revelado.
Oyinkan Brathwaite insere o leitor na atmosfera de Minha Irmã, a Serial-Killer desde o primeiro parágrafo, por meio de uma narrativa ágil, ácida e pungente. Os toques divertidos intensificam o tom crítico por revelarem a amargura latente de Korede, quem narra a história em primeira pessoa. Há um caráter de certa forma pontual no desenvolvimento do enredo; as passagens se desenvolvem de maneira linear e estão interconectadas, mas é como se cada capítulo fosse um relato isolado.
A construção das personagens é excelente. Toda a personalidade e características de Ayoola são apresentadas por meio de Korede, cuja amargura é evidente em cada fala. Assim, não pude deixar de questionar o quanto seus comentários seriam confiáveis, o que funciona como uma das formas de se criar tensão na leitura. Ayoola é inquestionavelmente uma sociopata, mas o que ressoa em Minha Irmã, a Serial-Killer é se Korede — com seu jeito objetivo de proteger a irmã — também não seria.
Para além dos conflitos e ressentimentos familiares, que aos poucos revelam os segredos do passado — outro ponto de tensão narrativa —, Minha Irmã, a Serial-Killer questiona os padrões de beleza e os privilégios dele advindos. A forma como Korede e Ayoola são tratadas diverge especialmente por Ayoola ser considerada extremamente bela, o que lhe dá tratamentos especiais ao longo da vida.
Minha Irmã, a Serial-Killer é um livro que pode ser lido bastante rapidamente, seja por sua escrita ágil e bem desenvolvida, seja pela curiosidade despertada pela leitura. O suspense e tensão crescentes, mesclados à amargura que salta das páginas, encaminham o leitor para um final irônico, no mínimo, e que resume com exatidão todos os sentimentos e conflitos desenvolvidos ao longo do enredo.
Aione!
Tão bom ver um thriller e ainda que traz um assunto tão comum a sociedade, que é o fato da beleza ser usada para atingir fins pessoais.
cheirinhos
Rudy