Título: Cadê Você Bernadette?
Título original: Where’d You Go, Bernadette?
Autor: Maria Semple
Tradução: André Czarmolai
Editora: Companhia das Letras
Número de Páginas: 372
Ano de Publicação: 2013
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Bernadette Fox é notável. Aos olhos de seu marido, guru tecnológico da Microsoft e rock star do mundo nerd, ela se torna mais maníaca a cada dia; para as demais mães da Galer Street, escola liberal frequentada pela elite de Seattle, ela só causa desgosto; os especialistas em design ainda a consideram uma gênia da arquitetura sustentável, e Bee, sua filha de quinze anos, acha que tem a melhor mãe do mundo. Até que Bernadette desaparece do mapa. Tudo começa quando Bee mostra seu boletim (impecável) e reivindica a prometida recompensa: uma viagem de família à Antártida. Mas Bernadette tem tal ojeriza a Seattle – e às pessoas em geral – que evita ao máximo sair de casa, e contratou uma assistente virtual na Índia para realizar suas tarefas mais básicas. Uma viagem ao extremo sul do planeta é uma perspectiva um tanto problemática.
Para encontrar sua mãe, Bee compila e-mails, documentos oficiais e correspondências secretas, buscando entender quem é essa mulher que ela acreditava conhecer tão bem e o motivo de seu desaparecimento. Maria Semple revela, em seu segundo romance, a influência de grandes escritores contemporâneos como Jonathan Franzen e Jeffrey Eugenides, ao mesmo tempo que se afirma como uma voz original, marcada pelo melhor humor das séries de TV norte-americanas. Sem sentimentalismos, mas com muita empatia, Cadê você, Bernadette? trata do amor incondicional de uma filha por sua mãe imperfeita.
Com uma narrativa em forma de cartas, bilhetes, e-mails e documentos oficiais, Maria Semple transborda originalidade em Cadê Você Bernadette? ao falar sobre o amor de uma filha pela sua mãe e o que a ansiedade é capaz de fazer quando agarra profundamente alguém.
Bernadette Fox é uma mulher excêntrica e genial que mora na cidade de Seatle, lugar em que a união da comunidade é tudo, coisa que, claramente, uma família vivendo em um antigo dormitório para meninas caindo aos pedaços não é lá muito bem visto. Não que isso importe para Bernadette, que vê as mosquinhas — outras mães da cidade — como coisas sem importância. O problema é que quando o sossego de Bernadette é abalado pelo pedido da filha de ir para a Antártida, a vida dessa mulher começa a sair completamente dos trilhos, levando-a desaparecer do mapa. Caberá então a Bee procurar pela mãe que acreditava conhecer tão bem.
Esse foi um livro que queria ler faz algum tempo, isso pelo fato de que já tinha escutado sobre a genialidade narrativa. E, sabe o que mais me impressionou? É que apesar de já ter lido muita coisa, não tinha encontrado nada como Cadê Você Bernadette? antes. Fiquei encantada que através de situações, muitas vezes irrelevantes no momento — um exemplo seria um bilhete de uma vizinha para um jardineiro sobre trepadeiras — a autora conseguiu apresentar a Bernadette como uma mulher cheia de inseguranças e fobias, cujo maior medo é destruir coisas e não ser capaz de reconstruí-las.
O livro carrega muito dessa perspectiva de construção, isso porque além de Bernadette ter sido uma arquiteta incrível, a vida por si só é um jogo de peças que nem sempre se encaixam tão bem — seja uma mãe com depressão, um pai focado no trabalho ou uma filha adolescente procurando atenção e conforto — todos são peças que formam o laço familiar, a base de uma estrutura. Essa é a força emocional do livro.
E, sabe o que é mais interessante? É que o livro não é emocional! Não estamos lidando com um drama repleto de passagens para anotar, momentos de reflexão, nada disso. Eu mesma não grifei uma única frase, isso pelo fato de toda a narrativa ter um tom de comédia e sarcasmo que faz da leitura não apenas leve, mas interessante, instigante. Mostra que através de informações aleatórias, pode existir uma entrega de personagem para o leitor suficientemente forte para fazê-lo se identificar e torcer.
Eu soube que saiu o filme recentemente, ainda não assisti, mas também não tenho grandes expectativas, isso porque a genialidade da escrita do livro não me parece algo que seria bem adaptável para as telonas, o que significa mudanças na estrutura que eu sou descontroladamente apaixonada. Por fim, Cade Você Bernadette? é um livro sobre frustrações, medos, ressentimentos e principalmente sobre o laço forte que existe entre uma mãe e sua filha, de modo que Bernadette e Bee são as estrelas desse roteiro no mínimo curioso.
Eu li semana passada uma crítica sobre esse filme, mas não foi muito positiva não. Agora lendo a resenha do livro, entendi os motivos. Acho que o “troço” funcionou muito bem nas letras e na telona, deixou bem a desejar. Eu verei o filme sim, assim que puder.
Mas parece que prefiro ler o livro antes. Não consegui enxergar Bernadette como alguém do bem e isso até me incomodou de certa maneira.
Espero estar enganada(mesmo achando que não estou),mas tem o amor da filha pela mãe, então talvez isso salve minha expectativa!
Lerei e verei!
Beijo