[Vídeo Resenha] A Chama — César Dabus | A Liga dos Corações Puros - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
22

ago
2019

[Vídeo Resenha] A Chama — César Dabus | A Liga dos Corações Puros

A Chama (A Liga dos Corações Puros #1) — César Dabus

Título: A Chama
Autor: César Dabus
Editora: Chiado
Número de Páginas: 484
Ano de Publicação: 2019
Skoob: Adicione
Compre: Martins Fontes

Antes de explicar a sinopse, já adianto e garanto – mas garanto mesmo! -, que este é o livro mais louco que você vai ler em toda a sua vida. Literatura. Poesia. Espiritualidade. Rock’n’roll. Autoconhecimento. Despertar da Consciência. Meditação. Chakras. Alquimia. A Liga dos Corações Puros é a mistura disso tudo numa coisa só.
Agora, vamos para a sinopse. O universo Flor Estelar vive em intenso conflito. O Exército do Rock’n’roll vs o Exército do Ruído. Esqueça as armas convencionais. Esta é uma história onde atiram Rock’n’roll com instrumentos musicais. Sim, os próprios instrumentos “atiram”. Os ruidosos querem continuar causando desarmonia espiritual para propagar o materialismo, enquanto os roqueiros querem trazer harmonia espiritual de volta ao universo.
E foi nessa sociedade onde Zakzor nasceu. E desde pequeno fora condicionado, robotizado, para servir ao desarmônico sistema do Exército do Ruído. Porém, Zakzor tinha poderes mediúnicos, também conhecido como Intuição. Em outras palavras, sua Voz Interior. E isso era “errado”. Você não podia viver conforme a “sua Voz Interior”. Você devia viver conforme “Voz-do-mundo”, a Voz Exterior. A voz social que te conduz, que te robotiza a fazer aquilo que “foi condicionado como certo”. Ouvindo Intuição, Zakzor chega à Liga dos Corações Puros, onde é recebido por sete mestres que o guiam numa jornada interior de autoconhecimento para o despertar de sua consciência e encontrar a harmonia espiritual dentro de si mesmo.
A Chama é o primeiro livro de uma saga. Embarque nesta aventura mais do que recheada de batalhas, sofrimento, meditação, cantorias, e procure conhecer um pouco mais sobre você.

RESENHA EM VÍDEO


 

RESENHA ESCRITA

Em uma mistura de fantasia, filosofia e Rock’n’Roll, A Chama, primeiro volume da série A Liga dos Corações Puros e romance de estreia de César Dabus, foi uma das leituras mais diferentes que fiz nos últimos tempos. 

A história se passa no universo de Flor Estelar, que vive em um intenso conflito entre o Exército do Rock’n’Roll e o Exército do Ruído, o qual, comandado pela Mãe egóica, propaga o apego materialista e o condicionamento robotizado, impedindo os seres de entrarem em contato com sua verdadeira essência. É nesse contexto que o herói Zakzor nasce, com o poder mediúnico de ouvir o Sussurro de seu coração. Embora orientado a ignorar a própria Intuição, Zakzor ouve sua Voz Interior e chega à Liga dos Corações Puros, formada por sete mestres que o guiarão em uma jornada de autodescoberta para que, juntos, possam combater os males dos ruidosos.

A leitura de A Chama é sobretudo visual, uma vez que toda a história se baseia em metáforas. Por exemplo, adorei a ideia da música — o Rock’n’Roll, no caso — ser encarada como um meio de cura e combate, sendo utilizada no livro literalmente como arma. A Liga dos Corações Puros se utiliza de instrumentos musicais para disparar notas, capazes de atingir os combatentes. Assim, há diversas outras imagens como essa, fazendo com que o livro seja bastante descritivo em cenas e situações. Apesar de visual, a leitura é também bastante ágil por conta tanto dos muitos momentos de ação quanto pela própria narrativa. Em terceira pessoa, há passagens com intervenção do narrador, que acaba se dirigindo diretamente ao leitor, assim como o tom em si narrativo me soou por vezes jovial e divertido. Há uma tendência ao exagero pomposo nas falas, salientado pelo uso de adjetivos, vocabulário requintado e fontes em caixa alta, conferindo a sensação jocosa, que traz leveza para a história.

Em termos de enredo, A Chama não oferece tantos acontecimentos quanto o tamanho do livro pode sugerir. O plot gira basicamente em torno da tentativa de Zakzor e da Liga de combaterem os desafios impostos pela Mãe para que o herói atinja sua máxima potencialidade cósmica. Como dito, as batalhas são todas construídas em cima de metáforas, transmitindo a filosofia de um ser uno, conectado com sua parte mais essencial e capaz de se libertar do condicionamento das massas consequente de uma sociedade materialista, o que gera reflexões e pontos de contato a respeito de nossa própria sociedade.

Assim, o que se observa é que A Chama tende a uma prolixidade — percebida desde a extensa Introdução — e a uma repetição de ideias, o que pode tanto agregar, no sentido de reforçar as mensagens transmitidas e de demonstrar uma possível resistência do inconsciente em se libertar daquilo que o condiciona, fazendo da repetição necessária quanto deixar a leitura um pouco cansativa em alguns momentos, especialmente se o leitor, como no meu caso, é da filosofia de que, em termos narrativos, “menos é mais”. O recurso das aspas, excessivo, foi outro aspecto que quebrava um pouco o fluxo da leitura. Também, chamou minha atenção a quase inexistência de figuras femininas — a exceção da Mãe — e a reiteração da descrição de personagens caucasianos.

Em linhas gerais, A Chama cumpre a promessa de ser uma leitura diferente e que tem em seus pontos altos as metáforas com que trabalha e seu tom divertido, apesar de muitas das cenas de batalhas serem sangrentas e da jornada do herói trazer uma atmosfera de mais emoção. Ainda que esse seja o primeiro volume de uma saga, o romance tem começo, meio e fim, possibilitando a experiência de uma leitura completa ao leitor.





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9 Respostas para "[Vídeo Resenha] A Chama — César Dabus | A Liga dos Corações Puros"

Francine Cândido - 22, agosto 2019 às (20:18)

Achei legal a ideia em si, gosto de fantasia e metáfora juntos, mas não sei, não me senti tão atraída. Também sou muito do menos é mais e pensar que pode ter muita coisa desnecessária, sempre dá aquela desmotivada. Mas vou acompanhar o trabalho do autor e ver as publicações seguintes.

Angela Cunha - 23, agosto 2019 às (07:37)

Literatura nacional de qualidade, é o que temos!E em primeiro lugar, que capa linda, mesmo que remeta a outro gênero, adorei saber que não era nada do que havia pensado.
Misturar rock, batalhas e isso da música sempre ser a motivadora do bem, foi uma jogada sensacional! Aos amantes de rock, já é por si um presentão!
Só fiquei meio apreensiva com isso da repetição de ideias em alguns momentos, mas acho que dependendo do contexto, deva fazer parte do todo e isso deve fazer algum sentido!
Com certeza,já vai para a lista de desejados!!!
Beijo

Scheila - 23, agosto 2019 às (10:37)

Oii, Aione!

Livros com fantasia uma vez me atraiam mais.. Hoje em dia, não curto tanto.. Porém, me interessei com muitas partes da sua resenha.
Eu sempre achei bem difícil entender histórias assim, mas essa me parece clara e é bom que mesmo sendo uma saga, conseguimos concluir a leitura, o fim de uma parte, sem precisa esperar pelo próximo livro.

Beijos!

Anna Mendes - 26, agosto 2019 às (09:21)

Oi Aione! Amei o vídeo!! <3
Eu não conhecia este livro e também não conhecia o autor.
Acho que nunca vi uma premissa tão diferente! Fantasia com filosofia? Fiquei curiosa para conhecer essa história e saber como o autor misturou esses dois elementos! Essa questão do aspecto visual parece ser bem interessante também.
Achei a capa do livro muito linda!
Fiquei curiosa para fazer a leitura e para conhecer a escrita do autor!
Bjos!

Mirian Kely - 27, agosto 2019 às (22:29)

Percebi, que a história estava de certa forma ligada ao que se passa na sociedade atualmente. Sou apaixonada por música, vendo que o livro trata da música como se ela fosse a cura e modo de combate fez com que eu me identificasse, pois acredito sim que a música seja a cura para muitas coisas.
Entendi também como uma mensagem do livros, o fato de que temos que ouvir mais a nos mesmos . Embora eu seja mais batalhas sem ter todo um negocio filósofico por trás, achei a história interessante por ser difente.

Elizete Silva - 29, agosto 2019 às (21:38)

Olá! Só pela sinopse deu para perceber que a história é realmente bem diferente o que já me deixou bem curiosa para conhecer o quanto antes (risos), afinal é sempre muito bem-vindo neste tipo de enredo que nos presenteia com de tudo um pouco não deixando a leitura ficar parada.

Rayane B. de Sá - 30, agosto 2019 às (13:55)

Oiii ❤ Nunca li nada que misturasse fantasia, rock’n roll e filosofia, então estou curiosa pra saber como o autor conseguiu trabalhar esses temas na história.
Isso de os seguidores do Ruído não terem seus próprios pensamentos e apenas acatarem a Grande Mãe Egoica, traz uma boa reflexão sobre a nossa própria sociedade.
Já gostei do Exército do Rock’n roll por não serem movidos por rótulos e por quererem que as pessoas sejam elas mesmas. Adorei a ideia de suas armas serem instrumentos musicais e que a música é quem elimina o mal. Essa ideia me agradou muito, pois realmente acredito que a música pode mudar as pessoas, nem que seja uma mudança pequena.
Obrigada pela dica de leitura. Esse livro vai direto para a minha lista de leituras.
Beijos ❤

Rayssa Bonai - 30, agosto 2019 às (23:31)

Olá! ♡ Achei a premissa muito interessante, nunca li nada parecido antes.
Uma das coisas que mais chamou minha atenção é o autor misturar fantasia e filosofia, quero muito conferir como o autor trabalhou isso na trama.
Achei bem original essa coisa deles combaterem o mal com a música atirando notas musicais.
Pelo jeito podemos fazer vários paralelos da sociedade do livro com a nossa, já que ambas são materialistas e cheias de rótulos.
A única coisa que não me agradou é essa repetição de ideias, que de fato, pode deixar a leitura bem cansativa.
Obrigada pela indicação! Beijos! ♡

Ana I. J. Mercury - 31, agosto 2019 às (23:14)

Oi, Aione
Uau, que livro diferente!
Bem interessante e original.
Legal essa coisa de se livrar dos rótulos.
É uma mistura bem cativante filosofia com fantasia, mais essa questão da busca pelo autoconhecimento.
Gostei!
bjs

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