Título: Os 13 Porquês
Autor: Jay Asher
Editora: Àtica
Número de Páginas: 256
Ano de Publicação: 2009
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Ao voltar da escola, Clay Jensen encontra um misterioso pacote com várias fitas cassetes. Ele ouve as gravações e se dá conta de que foram feitas por uma colega de classe que cometeu suicídio duas semanas antes. Nas fitas, ela explica que 13 motivos a levaram à decisão de se matar. Clay é um deles. Agora ele precisa ouvir tudo até o fim para descobrir como contribuiu para esse trágico acontecimento.
Ouço falar de Os 13 Porquês, livro de estreia de Jay Asher publicado no Brasil em 2009 pela editora Ática, praticamente desde que passei a frequentar a blogosfera literária, em 2011. Depois de cinco anos, me junto ao time daqueles que indicam o livro com avidez.
Voltando da escola, Clay recebe em sua casa um pacote contendo sete fitas cassetes. Elas foram gravadas e enviadas por Hannah, por quem ele foi apaixonado, antes de seu suicídio. Em cada lado das fitas, a garota conta sua história dirigindo-se especificamente a uma pessoa, a fim de explicar o que a levou à sua decisão final e atribuindo a cada um sua responsabilidade na história. Ao todo, ela define 13 pessoas – seus 13 motivos – e cada uma delas receberá o pacote em ordem de menção nas fitas, tendo que ouvir todas elas para entender seu papel na decisão de Hannah e, depois, enviá-las à pessoa seguinte.
Os 13 Porquês é um livro incrível por conseguir reunir uma narrativa envolvente, uma história estruturada de maneira inusitada e cativante, principalmente por conter um suspense sempre ativo, e uma mensagem importantíssima. Cada leitor se sentirá mais afeiçoado por uma determinada característica, mas é bem provável que, como no meu caso, o conjunto delas faça do livro admirável.
Em primeira pessoa, a narrativa se dá tanto pela perspectiva de Clay, enquanto ouve as fitas, quanto pela de Hannah, através das fitas. Porém, diferentemente das histórias que trazem tais narrativas alternadas em diferentes capítulos, aqui ambas se dão concomitantemente, de forma que temos as reações de Clay imediatamente após ao exposto por Hannah, que, por sua vez, é entrecortado pela voz do garoto. Por questões puramente de estrutura literária, achei sensacional o papel duplo atribuído por Hannah como narradora: ainda que, em sua história, ela seja vítima das situações que a acometeram, ela assume papel de vilã no sentido de despertar terror em Clay – e em todos que ouvem sua narrativa – ao apontar suas responsabilidades em seu suicídio.
É esse terror e a expectativa sobre o que mais Hannah terá a narrar que criam o suspense de Os 13 Porquês e conduzem o leitor por cada página, lida com cada vez mais avidez, a fim de entender o cenário completo que se formou no contexto de vida de Hannah. E conforme esse cenário é montado, as mensagens do autor vão sendo transmitidas: as questões de gênero, já que muitos dos diversos assédios sofridos por Hannah tem como origem única e exclusivamente o fato dela ser do sexo feminino; a depressão em si e como uma ausência de tratamento pode levar ao suicídio – e ambos devem receber a atenção devida; mas, principalmente, a sensação de efeito dominó, como cada minúscula atitude de alguém, independentemente se de forma consciente ou não, pode afetar tão significantemente a vida de outra pessoa, ainda mais quando já existe uma condição prévia de desestrutura emocional e psicológica.
Os 13 Porquês me prendeu desde o início por já começar de forma impactante, afinal, o suicídio de Hannah é o ponto de partida da leitura, e me manteve imersa em sua narrativa tanto pela habilidade de Jay Asher como escritor quanto – e principalmente – pelas próprias mensagens transmitidas. Esse é um dos típicos livros que, apesar de juvenil, podem ser lidos por leitores de todas as idades por chamar a atenção da seriedade dos distúrbios mentais e por ser um lembrete constante de que somos capazes de afetar a vida de outras pessoas de maneiras que jamais poderíamos prever. Justamente por isso, devemos estar sempre alertas e agir da melhor maneira que pudermos.
Oi Aione! Adorei a resenha!
Eu só vejo comentários positivos sobre esse livro e, após ler a sua resenha, a minha curiosidade em conhecer mais dessa história só aumentou. Parece ser uma leitura intensa e envolvente. Ao mesmo tempo que não deve ser uma leitura fácil, devido aos temas abordados na obra, como a depressão e o suicídio. Mas eu acho muito importante os autores trabalharem esses temas em suas obras, justamente para alertar as pessoas.
Espero ler esse livro em breve 🙂
Bjos!