[Resenha] A Garota Perfeita - Mary Kubica - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
24

ago
2016

[Resenha] A Garota Perfeita – Mary Kubica

a-garota-perfeita-mary-kubica-minha-vida-literariaTítulo: A Garota Perfeita
Autor: Mary Kubica
Editora: Planeta
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2016
Skoob: Adicione
Compare e Compre: Amazon ♥ Submarino ♥ Travessa

Mia, uma professora de arte de 25 anos, é filha do proeminente juiz James Dennett de Chicago. Quando ela resolve passar a noite com o desconhecido Colin Thatcher, após levar mais um bolo do seu namorado, uma sucessão de fatos transformam completamente sua vida.
Colin, o homem que conhece num bar, a sequestra e a confina numa isolada cabana, em meio a uma gelada fazenda em Minnesota. Mas, curiosamente, não manda nenhum pedido de resgate à familia da garota. O obstinado detetive Gabe Hoffman é convocado para tocar as investigações sobre o paradeiro de Mia. Encontrá-la vira a sua obsessão e ele não mede esforços para isso.
Quando a encontra, porém, a professora esté em choque e não consegue se lembrar de nada, nem como foi parar no seu gélido cativeiro, nem porque foi sequestrada ou mesmo quem foi o mandante. Conseguirá ela recobrar a memória e denunciar o verdadeiro vilão desta história?

Com a promessa de conquistar os fãs de thrillers psicológicos, A Garota Perfeita, de Mary Kubica, foi uma das apostas da editora Planeta em 2016 e chamou minha atenção desde as primeiras notícias sobre seu lançamento.

a-garota-perfeita-mary-kubica-minha-vida-literaria2

Mia é professora de Artes em uma escola infantil, e desaparece misteriosamente da noite para o dia. Inicialmente, por conta de suas transgressões na adolescência, seus pais acreditam ser só mais um de seus episódios para chamar a atenção deles. Contudo, conforme o tempo passa, torna-se cada vez mais evidente que algo aconteceu a ela. Meses após seu sequestro, quando é encontrada em uma cabana, ela não se lembra de nada do que aconteceu em seu cativeiro.

“Ela é minha filha, mas não é. Ela é Mia, porém não é. Parece-se com ela, mas essa moça usa meias e bebe café, e acorda chorando no meio da noite. Responde mais rápido se a chamo de Chloe do que quando a chamo pelo seu nome. Ela parece vazia e letárgica quando acordada, e permanece insone quando deveria dormir.  Deu um pulo de quase um metro de altura da cadeira quando liguei o triturador de lixo na noite anterior e, em seguida, retirou-se para seu quarto. Não a vimos por horas e, quando perguntei onde estivera todo aquele tempo, tudo o que conseguiu dizer foi não sei. A Mia que conheço não consegue ficar quieta durante todo esse tempo.”

página 30

Em primeira pessoa, a narrativa de A Garota Perfeita se alterna de acordo com as perspectivas da mãe de Mia, de seu sequestrador e do investigador responsável pelo caso. Assim, de acordo com saltos cronológicos que alternam os meses em que Mia esteve desaparecida com os subsequentes ao seu retorno, pouco a pouco vamos compreendendo sua história.

a-garota-perfeita-mary-kubica-minha-vida-literaria3

O que primeiramente chamou minha atenção em A Garota Perfeita foi o fato de não termos a voz de Mia na narrativa, e sim das pessoas que a rodeiam. Diferentemente do esperado no gênero, são as outras personagens que contam sua história e é o psicológico delas o explorado pelo leitor. Dessa maneira, aos poucos compreendemos as relações familiares entre Mia e seus pais, as motivações e a vida do sequestrador, e a própria conduta do investigador do caso. E conhecemos Mia apenas pela visão dessas personagens.

“O que eu não conto a ela é como ela parecia bonita naquela primeira noite. Como eu a observei sentada sozinha no bar, ensombrecida pela fraca luminosidade e pela fumaça de cigarro. Eu a observei mais do que precisava, pelo puro prazer de fazer isso. Não digo a ela como as velas faziam seu rosto brilhar, como a fotografia que me deram não lhe fazia justiça. Não lhe digo nada disso. […] Não digo a ela que a acho linda, mesmo percebendo que ela se olha no espelho e odeia a imagem que vê.”

página 250

Assim, passei quase que toda a leitura de A Garota Perfeita tentando entender o porquê da classificação do livro como “thriller psicológico”, bem como o alvoroço em cima dele. Não que a trama não estivesse interessante ou convidativa; afinal, adorei conhecer melhor todas as personagens e fiquei curiosa pela resolução do mistério. Mas algo parecia faltar. Até que eu cheguei no último capítulo, e a reviravolta final fez com que eu visse o livro com outros olhos, e compreendesse todas as artimanhas de Mary Kubica. Fui surpreendida como poucas vezes fui, em termos de mistérios em um livro.

a-garota-perfeita-mary-kubica-minha-vida-literaria1

No geral, A Garota Perfeita foi uma leitura que me prendeu e me cativou, e conseguiu me surpreender por completo ao seu final, fazendo com que tudo antes dele tenha valido ainda mais a pena. Misturando suspense ao mergulho da psiqué humana, o livro faz com que reflitamos sobre bem, mal e loucura, além de nos fazer olhar para as decisões de cada personagem sem chegarmos, ao certo, a uma opinião final sobre elas. Recomendo aos fãs do gênero sem pensar duas vezes!





Deixe o seu comentário

Uma resposta para "[Resenha] A Garota Perfeita – Mary Kubica"

Júlia - 08, setembro 2016 às (11:26)

Precisoooo ler esse livro urgentemente! Adoro livros de thriller psicológico (apesar de odiar os filmes do gênero). Gostei muito da fotos que você tirou. Bjss

Minha Vida Literária

Caixa Postal 20

Mogi das Cruzes/SP

CEP: 08710-971

Siga nas redes sociais

© 2024 • Minha Vida Literária • Todos os direitos reservados • fotos do topo por Ingrid Benício