[Resenha] Doce Perdão - Lori Nelson Spielman - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
04

dez
2015

[Resenha] Doce Perdão – Lori Nelson Spielman

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Título: Doce Perdão
Autor: Lori Nelson Spielman
Editora: Verus
Número de Páginas: 322
Data de Publicação: 2015
Skoob: Adicione
Orelha de Livro: Adicione
Compare e Compre: AmazonCulturaFnacSaraivaSubmarinoTravessa

Hannah Farr é uma personalidade de New Orleans. Apresentadora de TV, seu programa diário é adorado por milhares de fãs, e há dois anos ela namora o prefeito da cidade, Michael Payne. Mas sua vida, que parece tão certa, está prestes a ser abalada por duas pequenas pedras… As Pedras do Perdão viraram mania no país inteiro. O conceito é simples: envie duas pedras para alguém que você ofendeu ou maltratou. Se a pessoa lhe devolver uma delas, significa que você foi perdoado. Inofensivas no início, as Pedras do Perdão vão forçar Hannah a mergulhar de volta ao passado – o mesmo que ela cuidadosamente enterrou -, e todas as certezas de sua vida virão abaixo. Agora ela vai precisar ser forte para consertar os erros que cometeu, ou arriscar perder qualquer vislumbre de uma vida autêntica para sempre. Após o sucesso mundial de “A lista de Brett”, Lori Nelson Spielman retorna com este romance terno e esperto sobre nossas fraquezas tão humanas e a coragem necessária para perdoá-las – assim como para pedir perdão.

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A Lista de Brett foi um dos melhores livros lidos por mim em 2014. Sendo assim, não pude deixar de me sentir ansiosa por Doce Perdão, novo lançamento de Lori Nelson Spielman pela Editora Verus, uma obra que promete ser tão terna quanto a que consagrou a autora.

Em Doce Perdão, temos a história de Hannah Farr, celebridade local de New Orleans devido a um programa de TV matinal por ela apresentado. Hannah  não fala há mais de 20 anos com sua própria mãe, desde um incidente vivido por elas, capaz de alterar para sempre o rumo de suas vidas. Agora, após ter recebido as Pedras do Perdão, uma espécie de corrente que tem por finalidade propagar o perdão entre aqueles que cometeram algum erro e a consequente libertação da culpa carregada por isso, Hannah começa a reavaliar não só seu próprio passado como também a si mesma e sua vida atual, inclusive no que diz respeito ao seu relacionamento com o prefeito da cidade, Michael.

“- Só estou dizendo que minha mãe merece um pouco de romance, e talvez esse cara, o Sullivan, possa fazer isso. – Ele me encara. – Você sabe como eu penso. Nunca se desiste de quem se ama.

página 69

 

É perceptível desde o início da trama o toque de leveza e ternura que tanto me conquistaram em A Lista de Brett, e Lori Nelson Spielman cria o enredo sem economizar nessas características. Assim, não demorei a me envolver tanto com a história quanto com essa energia positiva que dela emana. Em primeira pessoa, Hannah nos narra sua atual situação de vida ao mesmo tempo em que relembra os fatos que a marcaram para sempre e, ao retomá-los, dá início a uma longa jornada rumo ao seu auto-conhecimento, na qual embarcamos com ela.

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Ao mesmo tempo em que me senti envolvida pelo enredo e por todos os questionamentos feitos por Hannah, também senti que a história se desenvolveu de maneira demasiadamente acelerada em alguns momentos, tanto pelos próprios acontecimentos em si, sujeitos a alguns “saltos” no tempo, mesmo que em períodos cronológicos relativamente curtos, quanto pelas próprias transformações que a protagonista vive. Acredito que pela carga emocional que ela carrega, tudo pareceria mais convincente e menos, de certa forma, artificial, se explorados com mais calma, mais lentamente, a fim de que o leitor processasse junto de Hannah tais mudanças. 

“Para cada vela que apagamos, acendemos outra. Que viagem de tentativas e erros é esta experiência humana… A vergonha e a culpa que carregamos são temperadas por momentos de generosidade e humildade. No fim, só podemos esperar que a luz que lançamos seja mais forte que a escuridão que criamos.” 

página 276

 

Ainda, alguns pontos levantados pela autora me incomodaram profundamente durante a leitura. A mensagem de Doce Perdão é bela, válida e verdadeira, e de fato se aplica a praticamente tudo exposto por Lori Nelson Spielman. Contudo, não me sinto confortável em ignorar ou aceitar que uma das temáticas abordadas, ligadas ao que Hannah viveu quando adolescente, tenha sido desenvolvida da maneira em que se deu aqui. Infelizmente não poderei entrar em detalhes em soltar spoilers, mas, em minha visão, acredito que a autora deu um tratamento romantizado e maquiado para uma questão séria e extremamente problemática, que não poderia simplesmente ser vista como “passado” e ter sido deixada de lado em nome do amor e perdão. Embora não haja um esclarecimento definitivo sobre a verdade dos fatos, há indícios bem fortes sobre o que pode ter acontecido, e não acho que a autora tenha sido feliz em inserir essa questão para tratá-la dessa maneira. 

Apesar dos momentos demasiadamente ágeis para mim e da questão problemática mencionada, Doce Perdão sem dúvidas traz consigo uma bela mensagem, envolta em uma leitura rápida, tranquila e agradável, capaz de enternecer e emocionar em seus momentos mais sensíveis. 

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22 Respostas para "[Resenha] Doce Perdão – Lori Nelson Spielman"

rudynalva - 04, dezembro 2015 às (13:45)

Aione!
Livros que tem a temática do perdão me interessam porque não guardo mágoas e acho que a vida é tão difícil que temos mesmo de perdoar.
Quanto ao fato do que aconteceu não ter sido abordado de forma correta pela autora, tenho de ler para saber do que se trata.
“Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos.” (Albert Einstein)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Rhoana Lersch - 04, dezembro 2015 às (14:26)

Nunca li nenhum livro desse autor, me interessei bastante pela história que é contada nesse livro, adoro essas temáticas que envolvem perdão e conexões com o passado, foi direto para a lista de desejados!! Muito boa a resenha, conheci o blog ontem e já estou amando.

Juliana Mattos - 04, dezembro 2015 às (18:13)

Quando vi tua nota no Skoob desse livro, corri aqui para ver se tinha resenha ^^ Morro de vontade de ler A Lista de Brett do tanto que tu fala dele no canal!!! Haha Daí fiquei curiosa quanto a esse também. ;*

rayane colomes - 05, dezembro 2015 às (08:27)

a lista de brett com ctz já está dentre os meus desejados e inclusive comprei ele ee estou esperando ansiosamente. vi sua resenha aqui e acho que vou adorar… fico triste em saber que neste livro os acontecimentos foram levados de uma maneira rapida e acelerada. e que tratou de modo mto leve quanto a questoes importantes.. creio que ainda assim irei tentar ler… obrigada pelas suas dicas sempre

Larissa Oliveira - 05, dezembro 2015 às (15:09)

Olá, Aione! Que capa mais fofa é essa!!! OMG *-* Já dá para imaginar o quão especial é a leitura.
Eu gostei muito da temática, acredito que a história deva transmitir uma bonita mensagem e saber que a autora conseguiu criar um enredo leve, sutil, por mais que tenha falhado na abordagem de certo assunto, – o qual talvez possa me incomodar também – não me fez perder o interesse pela leitura. Deixarei a dica anotada.

Yasmim Ramos - 06, dezembro 2015 às (17:18)

Fiquei muito curiosa pra ler ele <3

Yasmim,
http://www.yasmimsramos.com.br/

Suzzy Chiu - 07, dezembro 2015 às (15:48)

Desde que vi a capa de Doce Perdão eu ja animei de ler, achei tao fofo e a sinopse nos deixar com vontade de conhecer mais da historia.
As vezes acontece do livro falar rapidamente de algo e nos incomodar mesmo pela autora nao aprofundar mais ou delongar mais sobre o assunto, que pena que isso aconteceu nesse livro que tinha tudo pra ser perfeito tb como o primeiro q vc leu.
Eu ainda vou ler os dois livros da Lori Nelson Spielman, muitos falam bem da sua escrita e quero conhecer.
Beijos

♥ Blog Livros e Sushi ♥
https://livrosesushi.wordpress.com/

Luisa Fernandes - 07, dezembro 2015 às (17:38)

Quando vi esse livro para ser lançado me interessei por dois motivos: pela capa maravilhosa e por ser da mesma escritora da “Lista de Brett”, livro no qual quero muito ler.
No momento em que li a sinopse me interessei, mas ai fui ler novamente para ver se entendi direito e na segunda vez já tinha perdido o interesse.
Realmente não sei o que farei a respeito desse livro. Mas gostei muito da resenha.

Fernanda Martins - 08, dezembro 2015 às (20:00)

Oi Aione, quando eu vi a capa pensei que o livro seria um romance meloso e tal. Mas lendo a sua resenha, fiquei curiosa o livro entrou na minha lista de leituras obrigada pela dica bjs.

Leticia Golz - 09, dezembro 2015 às (21:40)

Oi, Aione
Você não é a primeira a achar que a autora acelerou em alguns trechos. E me parece que a autora deixou algo a desejar também sobre o que a personagem viveu. Apesar das ressalvas, acredito que o livro deve ser uma fofura, e bem sensível. Espero ainda ter a chance de ler e ver o que acho desses pontos negativos.

Lindsay Leão - 10, dezembro 2015 às (18:13)

Oi Aione,

Confesso que me sinto meio impostora lendo essa resenha antes mesmo de ler o livro, ou pior, sem ao menos ter lido “A lista de Brett” que foi tão bem comentado por você aqui no blog e nas redes sociais. Mas, como suas resenhas não tem spoiler (Graças a Deus!), dificilmente eu desistiria de ler um livro mesmo depois de ler o seu sempre apurado comentário por aqui.
Bom, “Doce Perdão” parece ser um bom livro para momentos de lazer e que pode nos pegar de jeito se estivermos emocionalmente suscetíveis a isso, certo? No entanto, quando você cita um trecho em que a deixou um tanto desconfortável, eu já fico meio que com o pé atrás, sabe?
Acredito verdadeiramente que a escrita da autora seja envolvente e emocionante, porém, não acho que seja possível compará-lo com “A lista de Brett”. Ao menos foi a impressão que tive lendo a sua resenha.
Beijos

Lara Cardoso - 10, dezembro 2015 às (18:34)

Quando eu vi a capa acreditei que seria um livro fofinho, com algum romance meloso e tal. Não sei por que achei isso e não solicitei o livro.
Agora ao ler sua resenha, fiquei curiosa com a premissa, e com todas as emoções que você comenta que estão presentes no livro.
Fiquei bem curiosa e o livro entrou na minha lista de leituras 🙂
Beijinhos.

Sâmella Raissa - 13, dezembro 2015 às (19:55)

Oi, Aione! Tudo bem?
Desde o lançamento de A Lista de Brett, ainda no ano passado, tenho vontade de ler algo da autora, e com Doce Perdão não podia ser diferente. Na verdade, acho até que estou mais inclinada a começar por este do que pelo primeiro a ler suas obras, porque a intensidade dos comentários positivos que já li sobre este segundo realmente me interessaram ainda mais do que o primeiro. Gosto, principalmente, da temática sobre o perdão, que é muito constante em livros como os da Kristin Hannah – de quem eu gosto muito também! -, que costumam me emocionar demais. Justamente por este último fator, porém, é que penso que ainda devo demorar um pouco a ler Doce Perdão, porque não é sempre que consigo ler este tipo de leitura, preciso estar numa vibe mais adequada, por assim dizer, ou a história poderia não funcionar. Mas a sua resenha me animou bastante a dar uma chance à ele; acompanhar o crescimento da protagonista e a forma como ela enfrenta seu passado deve ser mesmo muito emocionante, apesar da breve problemática destacada por você.
Beijos!

Patricia Moreira - 28, dezembro 2015 às (00:58)

Primeiramente preciso dizer que acho essa capa linda! E o design super combina com A Lista de Brett então fica bom na estante hahahaha.
Achei bem diferente esse plot de pedras. Quando li sobre isso me fez pensar se aceitaria as desculpas de alguém e pra quem mandaria uma pedra.

Beijos

suzana cariri - 28, dezembro 2015 às (14:52)

Oi!
Gostei muito do tema que a Lori Nelson Spielman explora nesse livro e legal como o leitor se envolve com a historia da Hannah e acaba trilhando esse caminho do perdão com ela e ao mesmo tempo temos um livro legal para se ler e tranquilo !!

Liliane Furtado - 30, dezembro 2015 às (14:44)

A autora nos deixo com muitas expectativas depois de A lista de Brett
Apesar de está decepcionando um pouquinho com esse novo livro pelo que ando lendo nos blogs,ainda estou curiosa e ansiosa para ler este livro.Rrsrsr
Bjs

Patrini Viero - 31, dezembro 2015 às (15:25)

A capa desse livro é extremamente encantadora, e já passa essa doçura a qual tu se refere durante a resenha. Acredito que a premissa do livro seja bem interessante, e pelo visto foi bem trabalhada e amarrada pela autora, construindo, assim, uma trama coesa e que emociona o leitor. Os acontecimentos muito rápidos me incomodam também, acho que em questões emocionais e psicológicas como essas é importante dar tempo ao leitor para avaliar e tirar suas próprias conclusões.

Fe Fernanda - 29, janeiro 2016 às (11:28)

Esse livro tem varias frases inspiradoras

JANAÍNA LEAL DA SILVA CAVALCANTE PEREIRA - 21, março 2016 às (21:03)

Eu terminei de ler a Lista de Brett essa madrugada, e simplesmente amei, achei um romance extremamente sensível, que consegue nos tocar de uma maneira única. Estou muito ansiosa para ler esse livro dela.

Crislane Barbosa - 25, março 2016 às (01:35)

Oi, Mi!
Acabei de terminar a leitura desse livro. Entendo sua perspectiva com o segredo.
Mas meu coração não deixa de entender o porquê de Hannah deixar para lá isso no final. Depois de ter passado tanto sofrimento para poder se redimir consigo mesma, ainda teria mais dessa história para reviver? Gostaria muito que ela pudesse ter tido a coragem de enfrentar tudo novamente, mas para ela não valia mais a pena. Fico com o coração apertado pela dúvida, mas acho que a autora quis justamente isso. Nos deixar refletir sobre isso.
Ah! O que mais se destacou na leitura foi a Dorothy. Que personagem espetacular! Adorei suas lições e conselhos. A cada aparição dela, eu esperava sua fala de impacto. <3 <3 <3
Beijão!

Sabrina Lima - 25, abril 2018 às (13:05)

Eu a-mei essa resenha! Estava com dificuldade de encontrar uma resenha boa de verdade sobre esse livro (eu li e precisava relembrar coisas como nome e tal). Escrevi um post sobre esse livro e queria poder colocar um link para um resenha boa, então vou colocar a sua lá. Caso alguém leia meu post vai vir parar aqui pra ler sua resenha (porque o meu não é uma resenha, eu só citei o livro e tals). Obrigada pelo trabalho!

Maria Eduarda Ribeiro marques - 03, maio 2020 às (00:13)

Muito incrível o livro , nao me canso de ler…

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