Título: Dez coisas que aprendi sobre o amor
Autor: Sarah Butler
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 256
Data de Publicação: 2015
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Por quase 30 anos, quando a brisa de Londres torna-se mais quente, Daniel caminha pelas margens do Tâmisa e senta-se em um banco. Entre as mãos, tem uma folha de papel e um envelope em que escreve apenas um nome, sempre o mesmo. Ele lista também algumas coisas: os desejos e o que gostaria de falar para sua filha, que ele nunca conheceu. Alice tem 30 anos e sente-se mais feliz longe de casa, sob um céu estrelado, rodeada pela imensidão do horizonte, em vez de segura entre quatro paredes. Londres está cheia de memórias de sua mãe que se fora muito cedo, deixando-a com uma família que ela não parece fazer parte. Agora, Alice está de volta porque seu pai está morrendo. Ela só pode dar-lhe um último adeus. Alice e Daniel parecem não ter nada em comum, exceto o amor pelas estrelas, cores e mirtilos. Mas, acima de tudo, o hábito de fazer listas de dez coisas que os tornam tristes ou felizes. O amor está em todas as partes desta história. Suas consequências também. Sejam boas ou más. Até que ponto uma mentira pode ser melhor do que a verdade?
Já havia iniciado a leitura de Dez coisas que aprendi sobre o amor quando recebi da editora Novo Conceito os quatro primeiros capítulos da obra para degustação. Inclusive, postei aqui minhas primeiras impressões, em partes expressas abaixo:
“A narrativa, em primeira pessoa, se alterna entre as visões de Alice e Daniel, sempre separadas por listas com 10 itens diversos, e já pude notar um pouco do que a obra promete. A escrita de Sarah Butler, não apenas fluida, é bastante poética e envolvente, e suas personagens, interessantes. Enquanto Alice se sente estranha dentro de sua própria família e aparenta ter alguns conflitos pendentes com ela, Daniel vive nas ruas, sonhando encontrar a filha que jamais chegou a conhecer. Vale dizer, também, que me encantei mais pela narrativa de Daniel do que pela de Alice: enquanto a escrita na visão dessa, ao menos inicialmente, é mais descritiva e não tanto emotiva, a daquele desde o início traz suas emoções e pensamentos, tornando-a mais poética e sensível.”
“Minha mãe morreu quando eu tinha quatro anos. Ela devia estar indo me pegar na aula de balé. Lembro-me de estar no hall da igreja segurando uma bolsa rosa com uma bailarina bordada na frente, ouvindo a música da aula seguinte e os pés das meninas no piso de madeira, esperando. Tudo fica borrado, então, exceto pelo rosto do papai, pálido e assustado – o modo como ele me olhou como se não soubesse quem eu era.”
página 48
Apesar de meu envolvimento inicial, fui, aos poucos, fazendo uma leitura mais distante da trama, tendo dificuldade em me manter envolvida. A narrativa, por ser muito introspectiva, muitas vezes traz fluxos de pensamentos que acabam sendo entrecortados e, até mesmo, incompletos, por representarem a dificuldade das personagens em lidarem com suas emoções e reflexões. Ainda que esse seja uma característica interessante, seria mentira dizer que proporcionou minha imersão na leitura .
Além disso, a história acabou não me conquistando em seu desenvolvimento. Senti que a parte de Alice em si não teve um grande avanço no enredo, estando limitada ao aprofundamento de suas emoções e ao seu sentimento de inadequação, tanto sobre sua família quanto sobre sua referência de lar. A parte de Daniel, por outro lado, traz a série de acontecimentos relacionados à sua busca pela filha, ainda que, também, seja narrada de maneira totalmente introspectiva e nostálgica – característica essa, aliás, comum às duas narrativas.
“Você não pode sentir saudade de alguém que nunca conheceu. Mas sinto saudade de você.”
página 79
Por fim, o próprio desfecho deixou a desejar para mim. Embora mantenha a característica poética da obra como um todo e diga muito mais nas entrelinhas do que naquilo escrito propriamente dito, achei o final um tanto quanto aberto e senti falta de maiores resoluções e explicações. Acredito que, em partes, a intenção da autora tenha sido justamente essa, priorizando a característica emocional do enredo, mas, para mim, infelizmente não foi suficiente.
De modo geral, Dez coisas que aprendi sobre o amor, embora seja uma leitura muito voltada ao emocional das personagens, não se fez intensa ou arrebatadora, ainda que bastante sensível. É uma obra recheada de cores, principalmente, e lembranças, ingredientes responsáveis por seu ar poético.
Oi Aione,
Recebi este livro da Novo Conceito mesmo sem ter solicitado.
No começo estava interessada na leitura, mas aos poucos fui perdendo a vontade de ler.
Irei dar uma chance a história sim, mas sem muitas expectativas.
bjs
Tais
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