Título: Para Onde Vai O Amor?
Autor: Fabrício Carpinejar
Editora: Bertrand Brasil
Número de Páginas: 176
Ano de Publicação: 2015
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O amor não é uma propriedade de quem sente, é uma transferência total para quem é amado Você que está vendo este livro com dúvida se precisa dele, você não precisa dele, precisa de si, vive caçando uma palavra que confirme o que deseja, está atrás de um escritor que possa lhe recomendar de volta para quem brigou, com capacidade de explicar o que sente e traduzir seus tormentos. Mas já sabe o que deseja, não há como convencer do contrário, os amigos mostraram que seu relacionamento não tem futuro. Não acredita neles, acredita somente no milagre. E como justificar um milagre, ainda mais para quem não tem mais fé? Eu entendo o que está passando: sua raiva, sua amargura, seu cinismo, seu desencanto. Percebeu que a razão não conforta, que a vingança ou o perdão não ressuscita a tranquilidade, que o fundo do poço nunca se equivale ao nosso fundo. Você parece normal, mas todo mundo deixa de ser normal quando se apaixona e se separa. Se sua expectativa é por uma solução, eu guardo apenas uma certeza que trará alívio mais adiante: você não vai desistir. Quando diz que acabou a relação, é que está procurando um outro jeito de recomeçar. Em seu novo livro de crônicas, Carpinejar apresenta 42 textos que sobre amor, desilusão amorosa, casamento, divórcio, saudade e outros sentimentos que compõem os relacionamentos.
Por gostar muito de crônicas e nunca ter lido alguma obra de Fabrício Carpinejar, apenas citações aleatórias principalmente pela internet, não demorei a me interessar por Para onde vai o amor? – e demorei menos ainda para concluir sua leitura.
“Mas não adianta procurar o beijo que você ama em outra mulher. O gosto do beijo não é o gosto da boca. O gosto do beijo é o gosto do amor.”
O gosto do amor, página 28
Composta por crônicas, a obra pode ser lida rapidamente, sobretudo devido à escrita do autor: não só é fluida, como também não demora a aproximá-lo do leitor, de forma característica desse gênero literário.
Como o próprio título indica, o amor e as relações humanas são as principais temáticas aqui, e Carpinejar se aprofunda nelas com extrema intensidade, revelando sentimentos e atitudes completamente passionais. Ainda, a sinceridade do autor se sobressai por conta da maneira direta com que trata cada questão.
“Eu sou influenciável, maleável, não permaneço com a personalidade imutável. Águas paradas não são profundas, apenas têm o maior risco de dengue.”
Supermercado das paixões, página 57
Além disso, foi notório como me identifiquei, durante a leitura, de maneiras diferentes com o que foi exposto: em alguns momentos, me vi na pele do narrador, compartilhando seus sentimentos e impressões. Em outros, me vi naquela sobre quem ele discorre, assumindo o papel do alvo de suas reflexões. Mais ainda, revi paixões diversas entre suas palavras, tanto as minhas próprias – atual e antigas -, quanto as de amigos, conhecidas por mim a partir de seus relatos e de nossas convivências. Tal identificação foi possível porque Carpinejar traz uma temática universal, que se apresenta de diferentes formas e em diferentes contextos. Dessa maneira, o leitor assume diversos papéis durante a leitura e, por consequência, é capaz de assumir óticas distintas sobre cada situação – algo extremamente positivo, em minha opinião.
“Durante a discussão do relacionamento, a mulher senta no divã enquanto o homem se acomoda no tribunal.“
Só as dúvidas são certas, página 94
De modo geral, Para onde vai o amor? me proporcionou uma leitura agradável, envolvente e, ao mesmo tempo, leve e reflexiva, além de ter me deixado curiosa para conhecer outros trabalhos de Fabrício Carpinejar. Sem dúvidas, recomendo a leitura, ainda mais aos apreciadores de crônicas.
O autor parece ter uma escrita bem profunda mesmo, não tem uma resenha que não veja desse livro que não diz o mesmo. Acho até que dá para se colocar nas reflexões dele, sem dúvidas. Devem ser lindas essas crônicas. Gosto de crônicas, e estou cada vez mais curiosa para ler este livro.
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