Título: Você (não) É o Homem da Minha Vida
Autor: Alexandra Potter
Editora: Record
Número de Páginas: 448
Ano de Publicação: 2015
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No instante em que Lucy conhece Nate em Veneza, durante o intercâmbio da faculdade, ela tem certeza de que é o amor da sua vida. Com toda a magia do primeiro amor, eles se beijam ao pôr do sol sob a Ponte dos Suspiros, o que, segundo a lenda local, os uniria para sempre.
Passados dez anos, porém, eles perderam contato por completo. Até que Lucy se muda para Nova York, e o destino faz com que se reencontrem. E se reencontrem. E se reencontrem. Mas o Nate atual é muito diferente do que ela conheceu aos 19 anos, e Lucy preferia o antigo.
Será que ele é mesmo sua alma gêmea? Como ela conseguirá se livrar dele? Afinal “para sempre” pode ser muito tempo…
Uma comédia romântica original e mágica sobre o que acontece quando o sonho de toda menina de encontrar sua alma gêmea se torna verdade.
Desafio alguém que seja fã de romances e chick-lits não se sentir instantaneamente atraído pela capa de Você (não) É o Homem da Minha Vida. Eu, pelo menos, me apaixonei por ela no instante em que a vi e não demorei a ler sua sinopse, a fim de descobrir qual a história contada por Alexandra Potter.
Lucy é apaixonada por Nate há 10 anos. Após terem vivido uma história intensa e mágica em Veneza durante as férias de verão, quando Lucy tinha 19 anos, seus caminhos os separaram. Aos 29 anos, ela ainda não consegue abandonar as lembranças românticas de seu primeiro relacionamento, nem a sensação de que perdeu, para sempre, sua alma gêmea. Quando eles voltam a se encontrar inesperadamente, ela mal consegue acreditar em sua sorte. Porém, ambos não demoram a descobrir que a atual realidade entre eles é bastante diferente da vivida 10 anos antes, e resolvem se afastar. Misteriosamente, eles continuam a se encontrar, e ficarem distantes um do outro parece ser uma verdadeira missão impossível.
A escrita de Alexandra Potter não demora a cativar. Muito me agradou ver como a autora facilmente transita entre o romantismo e a comédia durante sua narrativa, conseguindo unir muito bem esses dois elementos. As emoções e o lado sonhador de Lucy são muito bem explorados, principalmente pelo livro ser narrado em 1ª pessoa, e essa faceta da escrita de Potter revela a intensidade dos sentimentos da protagonista de forma singela e romântica. Paralelamente, o livro é recheado de momentos hilários, proporcionados pelas situações vividas por Lucy e pela própria escrita cômica da autora, que foi capaz de me provocar gostosas risadas durante a leitura.
“Meu corpo se retesa na defensiva.
Penso nele de tempos em tempos, mas não diria que sou obcecada. De jeito nenhum. Quero dizer, não estou perseguindo ele ou algo assim. Nem mandando trilhões de mensagens pelo Facebook. Tampouco o procuro incansavelmente no Google.
Está bem, eu confesso. Já o procurei no Google uma vez.
Talvez duas.
Ah, está certo, então perdi a conta ao longo dos anos. Mas e daí? Quem não foi para casa e procurou no Google o homem que ama?”
página 20
As próprias personagens contribuem para tornar a obra divertida, inclusive a tríade composta pelas amigas de Lucy. Robyn, sua colega de apartamento, é completamente mística e espontânea, enquanto Kate, sua irmã, é o oposto, sendo a séria workaholic. Por fim, temos Magda, sua expansiva e divertida chefe. É notório que Alexandra Potter exagera nas características de cada personagem para atingir tanto o efeito cômico da obra quanto para causar, no leitor, as reações desejadas segundo a visão de Lucy. Assim, quando Nate aparece de maneira idealizada pela mente apaixonada de Lucy, por exemplo, suas características são enaltecidas. Por outro lado, quando os sentimentos de Lucy se modificam, também suas qualidades são apresentadas de forma oposta.
A presença das três amigas de Lucy não confere, apenas, momentos divertidos à obra. Ao contrário, suas histórias pessoais, cada uma a seu modo, complementam o enredo, trazendo, também, tanto momentos mais sensíveis à trama quanto os aprendizados vivenciados por essas personagens.
“Olho ao redor e, diante de todos esses equipamentos assustadores lado a lado na bancada, minha confiança me abandona. Parecem instrumentos de tortura. Aliás, eles são instrumentos de tortura, penso, lembrando-me da única vez em que tentei usar um abridor de latas eletrônico. Era como algo saído de O massacre da serra elétrica. Acredite, a cicatriz que trago no dedo polegar é a prova disso.”
página 160
Embora eu tenha gostado da leitura e tenha identificado nela diversos pontos positivos, não consegui estabelecer com ela uma conexão capaz de me fazer amá-la, senti falta daquela necessidade quase angustiante de não interromper a leitura, daquela química, inexplicável, que sentimos com algumas leituras. Foi um bom livro, que me proporcionou divertidos momentos, mas nada muito além disso.
Você (não) É o Homem da Minha Vida se destaca por mesclar muito bem o romance e a comédia, além de conter um certo elemento místico pairando sobre a história. Apesar do enredo se construir na tentativa da protagonista de se libertar, de certa forma, de sua uma vez considerada alma gêmea, a obra traz a divergência entre expectativa e realidade como sua temática central, lembrando o quanto nossas idealizações podem interferir em nossas reais experiências.
Oi Aione…
Eu as vezes acabo me interessando por um livro só pela capa, e com esse livro acharia mesmo muito difícil não querer já pela capa.
Não é todo livro que nos prende mesmo. Mas acho que mesmo assim a leitura foi válida, e gostei da resenha. Primeira resenha que vejo dele na verdade rs
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