Título: Memórias de uma Gueixa
Autor: Arthur Golden
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 448
Ano de Publicação: 2015
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Olhos cinza-azulados. Muita água em sua personalidade, é o que diz a tradição japonesa. A água que sempre encontra fendas onde se infiltrar, cujo destino não pode ser detido. Assim é Sayuri, uma das gueixas mais famosas de Gion, o principal distrito dessa arte milenar em Kioto. Com um olhar, ela é capaz de seduzir. Com uma dança, ela deixa os homens a seus pés. O que ninguém sabe é que, por trás da gueixa de sucesso, há um passado de perdas e desilusões de uma mulher que, desde o dia em que o pai a vendeu como escrava, fez cada uma de suas escolhas motivada pelo amor ao único homem que lhe estendeu a mão. Neste livro acompanhamos sua trans-formação enquanto ela deixa para trás a infância no vilarejo pobre e aprende a rigorosa arte de ser uma gueixa: dança e música, quimonos e maquiagens; como servir o chá de modo a revelar apenas um vislumbre da parte interna do pulso; como sobreviver num mundo onde o que conta são as aparências, onde a virgindade de uma menina é leiloada, onde o amor é considerado uma ilusão. Já idosa, vivendo nos Estados Unidos, ela narra suas memórias com a sabedoria de quem teve uma vida longa e o lirismo de quem soube encontrar nela seu lado mais doce. Neste relato único, que reúne romance, erotismo e, muitas vezes, a dura realidade, Arthur Golden desenvolve uma escrita refinada e dá voz a uma personagem instigante e humana que conquistou milhões de leitores em todo o mundo.
Cada página de Memórias de uma Gueixa é um mergulho nessa cultura milenar do Japão, um trabalho de pesquisa notável e uma considerável percepção das tradições orientais. Tudo isso em meio a uma história que transmite sensibilidade, dor e superação. É uma leitura surpreendente.
Segundo consta nos agradecimentos do livro, a personagem principal e sua história são ficcionais, no entanto, ainda de acordo com o autor, os fatos históricos da vida cotidiana de uma gueixa nos anos 1930 e 1940 não são. Em suas pesquisas, o autor colheu relatos de uma das principais gueixas da região em que se passa a trama.
A história é apresentada como um relato da vida de Sayuri e começa com sua infância pobre num pequeno vilarejo até sua vida adulta como gueixa. Ainda criança, a pequena Chiyo que posteriormente passaria a se chamar Sayuri passou por uma dolorosa e radical mudança de vida. Ela, que já não levava uma vida muito fácil na pequena casa em que vivia com o pai, a irmã e mãe doente, não imaginava o que o futuro lhe reservava. Em decorrência de um conjunto de acontecimentos, as irmãs são retiradas de casa e levadas em direção à cidade grande e lá são separadas e enviadas a lugares distintos. Aos 9 anos, a pequena Chiyo tem que lidar com uma realidade muito dura e com um futuro incerto e obscuro: ela tinha acabado de ser vendida para uma casa de gueixas.
Ao longo da narrativa acompanhamos todo o desenrolar dessa história tão peculiar e o modo como, no decorrer do tempo, a garota aprende a sobreviver de um modo ou de outro no meio em que está inserida. Sayuri nos relata com detalhes seus dias como aprendiz de gueixa, bem como os ensinamentos, os castigos e as rixas presentes nesse universo. São justamente esses detalhes que inserem uma riqueza cultural e relacionada ao universo feminino o qual as gueixas vivenciam, ao mesmo tempo em que, talvez, seja um ponto negativo para quem não gosta de narrativas com muitas descrições, pois, para muitas pessoas, a leitura pode se tornar cansativa por isso. Mas, para mim, funcionou perfeitamente bem, já que essa característica promoveu meu encantamento e envolvimento pela história de Sayuri.
É uma história encantadora e cheia de surpresas, é o tipo de livro que quando acabamos ficamos com uma sensação de que tudo isso de fato ocorreu, de que não é ficção por ser tão bem contada. Essa nova edição lançada pela editora Arqueiro possui um trabalho de diagramação excepcional, o livro em todo o seu conjunto está lindo. Para quem tiver interesse também há uma adaptação cinematográfica da história.
Oi Clivia. Esta história parece ser muito forte. fico encantada em ler sobre estes países e seus costumes tão diferentes dos nossos….
Beijos