[Resenha] Memórias de uma Gueixa - Arthur Golden - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
03

jul
2015

[Resenha] Memórias de uma Gueixa – Arthur Golden

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Título: Memórias de uma Gueixa
Autor: Arthur Golden
Editora: Arqueiro
Número de Páginas: 448
Ano de Publicação: 2015
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Olhos cinza-azulados. Muita água em sua personalidade, é o que diz a tradição japonesa. A água que sempre encontra fendas onde se infiltrar, cujo destino não pode ser detido. Assim é Sayuri, uma das gueixas mais famosas de Gion, o principal distrito dessa arte milenar em Kioto. Com um olhar, ela é capaz de seduzir. Com uma dança, ela deixa os homens a seus pés. O que ninguém sabe é que, por trás da gueixa de sucesso, há um passado de perdas e desilusões de uma mulher que, desde o dia em que o pai a vendeu como escrava, fez cada uma de suas escolhas motivada pelo amor ao único homem que lhe estendeu a mão. Neste livro acompanhamos sua trans-formação enquanto ela deixa para trás a infância no vilarejo pobre e aprende a rigorosa arte de ser uma gueixa: dança e música, quimonos e maquiagens; como servir o chá de modo a revelar apenas um vislumbre da parte interna do pulso; como sobreviver num mundo onde o que conta são as aparências, onde a virgindade de uma menina é leiloada, onde o amor é considerado uma ilusão. Já idosa, vivendo nos Estados Unidos, ela narra suas memórias com a sabedoria de quem teve uma vida longa e o lirismo de quem soube encontrar nela seu lado mais doce. Neste relato único, que reúne romance, erotismo e, muitas vezes, a dura realidade, Arthur Golden desenvolve uma escrita refinada e dá voz a uma personagem instigante e humana que conquistou milhões de leitores em todo o mundo.


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Cada página de Memórias de uma Gueixa é um mergulho nessa cultura milenar do Japão, um trabalho de pesquisa notável e uma considerável percepção das tradições orientais. Tudo isso em meio a uma história que transmite sensibilidade, dor e superação. É uma leitura surpreendente.

Segundo consta nos agradecimentos do livro, a personagem principal e sua história são ficcionais, no entanto, ainda de acordo com o autor, os fatos históricos da vida cotidiana de uma gueixa nos anos 1930 e 1940 não são. Em suas pesquisas, o autor colheu relatos de uma das principais gueixas da região em que se passa a trama.

A história é apresentada como um relato da vida de Sayuri e começa com sua infância pobre num pequeno vilarejo até sua vida adulta como gueixa. Ainda criança, a pequena Chiyo que posteriormente passaria a se chamar Sayuri passou por uma dolorosa e radical mudança de vida. Ela, que já não levava uma vida muito fácil na pequena casa em que vivia com o pai, a irmã e mãe doente, não imaginava o que o futuro lhe reservava. Em decorrência de um conjunto de acontecimentos, as irmãs são retiradas de casa e levadas em direção à cidade grande e lá são separadas e enviadas a lugares distintos. Aos 9 anos, a pequena Chiyo tem que lidar com uma realidade muito dura e com um futuro incerto e obscuro: ela tinha acabado de ser vendida para uma casa de gueixas.

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Ao longo da narrativa acompanhamos todo o desenrolar dessa história tão peculiar e o modo como, no decorrer do tempo, a garota aprende a sobreviver de um modo ou de outro no meio em que está inserida. Sayuri nos relata com detalhes seus dias como aprendiz de gueixa, bem como os ensinamentos, os castigos e as rixas presentes nesse universo. São justamente esses detalhes que inserem uma riqueza cultural e relacionada ao universo feminino o qual as gueixas vivenciam, ao mesmo tempo em que, talvez, seja um ponto negativo para quem não gosta de narrativas com muitas descrições, pois, para muitas pessoas, a leitura pode se tornar cansativa por isso. Mas, para mim, funcionou perfeitamente bem, já que essa característica promoveu meu encantamento e envolvimento pela história de Sayuri.

É uma história encantadora e cheia de surpresas, é o tipo de livro que quando acabamos ficamos com uma sensação de que tudo isso de fato ocorreu, de que não é ficção por ser tão bem contada. Essa nova edição lançada pela editora Arqueiro possui um trabalho de diagramação excepcional, o livro em todo o seu conjunto está lindo. Para quem tiver interesse também há uma adaptação cinematográfica da história.

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23 Respostas para "[Resenha] Memórias de uma Gueixa – Arthur Golden"

Cristiane Oliveira - 03, julho 2015 às (12:48)

Oi Clivia. Esta história parece ser muito forte. fico encantada em ler sobre estes países e seus costumes tão diferentes dos nossos….
Beijos

Any - 03, julho 2015 às (13:24)

Oi, Clivia!
Esse livro deve ser muito emocionante; o autor muito talentoso, pois não é todos os escritores que passam a sensação ao leitor que a história é realmente real mesmo sendo ficção, sem falar na riqueza de informações contida na história, a cultura, os costumes de um de um país tão diferente.
Bjos!

Leticia - 03, julho 2015 às (13:52)

Oi Clivia..
Faz muito tempo que eu li este livro na edição antiga. Essa capa é muito linda, mas eu amo a outra também. O filme também é sensacional.
Que bom que também gostou, a riqueza de detalhes é o que mais me envolveu, e embora seja ficção, realmente aconteceu como você citou.
Linda resenha.

livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br

Camila - 03, julho 2015 às (14:11)

Oi Clivia, tudo bom? Em primeiro lugar, é a primeira vez que comento, apesar de sempre acompanhar o site! Adorei a resenha.

Então, eu ainda não li Memórias de Uma Gueixa, mas por um motivo específico: Eu queria o livro que a gueixa que ele “entrevistou” e baseou sua vida cotidiana, escreveu. O nome é Minha Vida Como Gueixa, que é a história da Mineko Iwasaki, que processou o autor por vários motivos. Gostaria de ter o livro para fazer uma maratona e comparar as duas histórias, haha

Apesar de tudo, acho que é um fato que a história emocionou muita gente!
Beijos.

Larissa Oliveira - 03, julho 2015 às (15:11)

Oi, Clivia! Ainda não li o livro, mas fiquei super interessada depois da sua resenha. Acho a cultura japonesa fascinante e me agradou muito saber que a história é rica em detalhes. A trama parece ser emocionante e espero muito poder ler em breve.

Edilza - 03, julho 2015 às (19:01)

Oi, Clívia!
Eu amo livros que tem uma história fictícia mas que mostram uma realidade, e fiquei muito interessada nesse por falar de como era a vida sofrida das gueixas, que ainda não conheço.
E que bom que já tem filme!
Amei a resenha! Abraço!!

Aciclea Vieira - 03, julho 2015 às (21:40)

Clívia,amo saber sobre a cultura japonesa e nesse livro podemos conhecer um pouco e isso é fascinante,Sayri,possui uma personalidade surpreendente e ao longo da sua história nos introduz a esse universo asiático e como se tornou uma gueixa,gosto muito de livros ficcionais que são tão bem contados que parecem reais.Entrou para lista.Beijos!!!

Aciclea Vieira - 03, julho 2015 às (21:42)

Clivia,esqueci de falar que também irei conferir o filme.Beijos!!!!

rudynalva - 04, julho 2015 às (01:47)

Clívia!
A cultura japonesa é realmente fascinante, seus hábitos, forma de viver e principalmente a forma como tem força para se reerguerem de qualquer tragédia, fico impressionada.
Quando um autor faz uma pesquisa detalhada sobre o mote do livro que escreve, nos sentimos mais perto da realidade exposta no livro.
Quero demais poder ler.
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.”(Clarice Lispector)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Mariele Antonello - 04, julho 2015 às (12:05)

Nossa esse livro parece ser surpreendente, já fiquei curiosa só lendo a sinopse e resenha, já tinha visto comentários sobre este livro, mas ainda não tinha lido nenhuma resenha, mas depois de ler esta vou adicioná-lo em minha lista de leitura.

Gabrihel J - 04, julho 2015 às (20:26)

Ótima recomendação! Sempre vejo elogios ao livro.

Tamara Costa - 05, julho 2015 às (10:24)

É um dos meus livros preferidos sem nem precisar refletir muito. Uma leitura cheia de riqueza, poesia e que mostra muito de uma cultura tão diversa a nossa. Adorável. Fiquei com a mesma sensação que você quando disse que “é o tipo de livro que quando acabamos ficamos com uma sensação de que tudo isso de fato ocorreu”, exatamente isso que esse livro passa ^^

Patrini Viero - 05, julho 2015 às (12:16)

Sou completamente apaixonada pela cultura oriental, apesar de discordar deles em vários pontos. Confesso que conheço apenas superficialmente as histórias de meninas gueixas, portanto esse livro seria uma fascinante mergulho histórico pra mim. As descrições longas poderiam me incomodar em algum momento, mas acho que a essência sensível e comovente da trama prevaleceria. Seria interessante compreender mais a fundo outro aspecto dessa cultura e acompanhar e garota em sua jornada de crescimento e aprendizado.

Suzzy Chiu - 05, julho 2015 às (14:24)

Conheci antes o filme e não sabia que tinha o livro e muito menos que era um homem o autor, fiquei surpresa mesmo, pq ele realmente captou a essência de ser mulher numa sociedade machista, que infelizmente ainda é no oriente.
Eu tenho origem chinesa, mas não temos nada contra japoneses como mta gente pensa, hehe..inclusive eu adoro a cultura j-pop de lá e fiquei animada a conhecer o livro e entender melhor esse universo das gueixas. Muita gente acha que são prostitutas do Japão, mas elas são de outro nível, só vendo o filme ou lendo para entender melhor mesmo.
Adorei a capa, está belíssimo mesmo!

Franciele Ribeiro - 06, julho 2015 às (08:01)

Adorei a resenha, já estava querendo ler esse livro há algum tempo, mais nunca tinha visto uma pessoa falando dele e fiquei com pé atrás, mais depois do seu resumo, vou encarar le sem medo, obrigada

Becca Martins - 06, julho 2015 às (20:32)

Eu não gosto de livros deste gênero, eu sou mais para livros bem clichês e aqueles romances bem fofos.
Não quero ler, mas acho que é uma boa oportunidade para quem gosta deste gênero.

Rebeca - 08, julho 2015 às (01:46)

Oi
Memórias de uma Gueixa, esse livro sempre passa por mim despercebido, apesar de eu achar a sinopse super interessante e varias pessoas recomendarem, mas sei lá nunca ocorreU aquele amor a primeira, segunda….vista.Eu tento ler somente os livros que me chamam, e não foi dessa vez…kkk
Mesmo assim , amei a resenha e o blog.
Beijão

emanoelle souza - 08, julho 2015 às (14:56)

to de olho nesse livro desde o lançamento, adorei a resenha e to bem curiosa pra ler, com certeza um dos melhores livros

Thays Suenaga - 12, julho 2015 às (08:51)

Esse é um dos meus livros favoritos. O filme também é muito bonito.

camila rosa - 14, julho 2015 às (18:22)

Olaaa, tudo bom?
Gostei muito da resenha, o livro parece ser muito interessante, mas confesso que não sinto vontade de ler ele, ele não faz muito o meu estilo, mas quem sabe um dia eu dê uma chance a leiutura.
Beijos *-*

Gabriela Malavolta - 25, julho 2015 às (19:31)

Oi, Clívia!
Sempre tive interesse em ler Memórias de uma Gueixa, mas não me surgiu a oportunidade. Tenho curiosidade de conhecer o universo das gueixas e um pouco mais da cultura japonesa. A história parece ser me intensa e emocionante. Gosto de narrativas descritivas em histórias como esta, pois, na minha opinião, só vem a enriquecer o livro com toda a diversidade da cultura japonesa e os mistérios do universo das gueixas. Sua resenha me animou ainda mais para lê-lo. Beijão! Gabi 🙂

Liih Ferreira - 30, julho 2015 às (19:26)

Caramba isso sim que me parece ser uma história bem construída hein. Pois leio muitos livros que mexem comigo, mas sem essa coisa de sentir a história como se fosse real. Ou então, como se eu fosse parte daquele mundo. Isso pra mim só os melhores escritores fazem. E cara esse ai parece arrasar. Eu nunca tinha ouvido falar do livro nem nada, mas conseguistes me deixar bem curiosa com essa sua opinião singela e delicada, dessa “capinha” maravilhosa.

Fernanda Mendonça - 30, julho 2015 às (20:44)

Oi!!
Eu já li esse livro algumas vezes, assim como assisti o filme (que é uma caca, vamos comentar ahahaha) e eu simplesmente amo. Acho ele lindo, forte, real…Acho que ele retrata de maneira bem real a mudança pela qual o Japão passou…E pra te falar a verdade eu sofri um pouco com isso. Senti como se o país tivesse perdido um pouco de sua identidade, entende?
Enfim, particularmente eu tendo a gostar mais das capas antigas dos livros e esse não é exceção…Não que esteja feia, mas ahahahaha

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