Título: As Cores do Entardecer
Autor: Julie Kibler
Editora: Novo Conceito
Número de Páginas: 352
Ano de Publicação: 2015
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A sonhadora Isabelle e o determinado Robert desejavam, com todas as suas forças, se entregar à paixão que os unia. Mas uma jovem branca e um rapaz negro não poderiam cometer tamanha ousadia em plena década de 30, em uma das regiões mais intolerantes dos Estados Unidos, sem pagar um preço muito alto. Diante dos ouvidos atentos da cabeleireira Dorrie, a história do amor trágico e proibido se desdobra, enquanto mudanças profundas se instalam em sua própria vida. Com personagens humanos e, por isso mesmo, memoráveis, As Cores do Entardecer mostra que as relações afetivas muitas vezes são mais profundas que os laços de sangue. A cada etapa da viagem de Isabelle e Dorrie, as lições sobre otimismo e fé se multiplicam.
À primeira vista, o livro As Cores de Entardecer me pareceu compor uma gama de características interessantes para um bom romance, como, por exemplo, o fato de se tratar de um amor proibido em uma época repleta de embates sociais. E de fato, o livro traz tudo isso e muito mais, apresentando-se como um drama dos mais envolventes e emocionantes.
O livro começa sem pretensão alguma, apenas contando a rotina de uma senhora, Miss Isabelle e sua cabeleireira, Dorrie. Com uma narrativa em primeira pessoa, as duas personagens tem vez para contar suas histórias, uma narra um capítulo e a outra narra o seguinte, o que nos deixa ainda mais próximos de ambas.
Com o decorrer dos anos, as duas mulheres criaram um laço de amizade e passaram a ser mais do que cabeleireira e cliente. E essa amizade será ainda mais perceptível ao leitor no momento em que Isabelle propõe a Dorrie que ela a acompanhe a um funeral fora da cidade, porém, ela não revela de quem é o funeral e não dá nenhuma outra explicação sobre o mesmo.
As duas embarcam numa viagem que também as levam ao passado, um passado repleto de angústias, dificuldades e mágoas. Isabelle revela para a amiga que, nos anos 30, se envolveu com um rapaz, Robert, e manteve uma envolvente e arrebatadora história de amor. Tudo teria sido perfeito, mas, por ser negro e filho da governanta da sua família, eles enfrentaram muitos desafios. Nessa época, na região onde moravam, era proibido por lei o casamento entre brancos e negros. Havia regras que os negros eram obrigados a seguir, e sequer podiam frequentar determinados lugares que os brancos frequentavam. Infelizmente, o preconceito ditava as regras naquele lugar.
A partir daí a narrativa é dividida em duas partes, composta pelos dias atuais e o passado de Isabelle. Essa ida ao passado e toda narração em torno dela foi o que mais me agradou na trama, pois pude de fato compreender os mistérios por trás da vida daquela senhora, que, na primeira impressão me pareceu tão ferida pela vida. Aos 17 anos, ela viveu o mais lindo e arrebatador romance da sua vida e teve muita garra e ousadia para encarar os mais diversos conflitos.
O livro tem uma linguagem muito simples e acessível, por isso é muito fácil do leitor se envolver rapidamente. Fui cativada pela história de Isabelle, que também me cobriu de revolta e agonia, pois, ao mesmo tempo em que viveu um grande amor, ela passou também por uma grande tragédia, que nos parte o coração durante a leitura.
Um drama que nos faz pensar em inúmeros aspectos da vida, mas que, sobretudo, mostra a força e a coragem da figura feminina e o poder de superação que o ser humano tem, sem falar no aspecto racial e a discussão sobre o preconceito, que certamente não ficou apenas no passado; mesmo que com menor intensidade, é algo que, infelizmente, ainda é alimentado nos dias atuais e precisa ser combatido. E claro, não poderia deixar de citar o quanto a amizade foi peça fundamental nesse enredo, que nos mostra de modo muito singelo o quanto uma mão amiga pode fazer toda a diferença em nossa vida.
Esse é aquele tipo de livro que não tem como o leitor não se emocionar, né?! A história parece belíssima e por mais que tenha se passado em uma época distante, é algo que, infelizmente, ainda vivenciamos. Gostei muito da proposta do autor e fiquei bastante curiosa para conhecer essa história.