Título: A Fazenda
Autor: Tom Rob Smith
Editora: Record
Número de Páginas: 336
Ano de Publicação: 2015
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Até o momento em que ele recebeu um telefonema desesperado de seu pai, Daniel acreditava que seus pais estavam indo para uma aposentadoria tranquila, bem merecida. Eles venderam sua casa de negócios em Londres e disseram “adeus para a Inglaterra” com uma festa alegre onde todos os seus amigos se reuniram para desejar-lhes bem para a grande aventura: sair para começar uma nova vida sem um controle remoto, numa fazenda bucólica na zona rural Suécia. Mas, com um telefonema, tudo muda. “Sua mãe não está bem” seu pai lhe diz. “Ela está imaginando coisas – terríveis, coisas terríveis. Ela teve um surto psicótico e foi internada em um hospital mental”.
Daniel se prepara para correr para a Suécia, no primeiro voo disponível para o dia seguinte. Antes que ele possa embarcar no avião, seu pai contatá-lo novamente com uma notícia mais assustadora: sua mãe foi liberada do hospital, e ele não sabe onde ela está. Em seguida , ele ouve de sua mãe: “Tenho certeza que seu pai falou com você. Tudo o que o homem lhe disse é uma mentira. Eu não sou louca. Eu não preciso de um médico. Preciso da polícia. Estou prestes a embarcar em um voo para Londres. Encontre-me no aeroporto de Heathrow”. Pego entre seus pais, e não tem certeza de quem acreditar ou em quem confiar, Daniel torna-se juiz e o júri disposto de sua mãe quando ela diz-lhe um conto urgente de segredos, de mentiras, de um crime horrível e uma conspiração que implica o próprio pai.
Como uma fã declarada de thrillers, foi impossível não me interessar por A Fazenda, livro que promete uma trama intricada, repleta de surpresas, e um mistério um tanto o quanto intrigante.
Provavelmente o que mais me chamou a atenção no livro foi sua narrativa. Em 1ª pessoa, Daniel, ao mesmo tempo em que conta a história, traz sua visão dos fatos e seus próprios conflitos, em muito associados a sua relação com os pais e com sua visão sobre o relacionamento deles. Contudo, quando a mãe de Daniel, Tilde, relata os angustiantes momentos vividos por ela em seus últimos meses, ela assume a narrativa, também em 1ª pessoa, e passamos a ter uma segunda narrativa, dentro da primeira.
É extremamente necessário reafirmar que ambas narrativas acontecem em 1ª pessoa, isso porque, dessa maneira, acabam sendo parciais. O relato de Tilde traz sua visão, da mesma forma que a voz de Daniel imprime seu próprio julgamento àquilo contado pela mãe. Assim, caberá ao leitor separar da história as impressões de Daniel e as impressões de Tilde a fim de criar seu próprio veredicto.
Confesso que esperei mais da condução da história. Embora a trama seja sim bem elaborada, não me senti, de fato, surpresa quando foi revelada a verdade por detrás das acusações tanto de Tilde quanto de Chris, pai de Daniel, mostrando ao leitor, assim, qual dos dois estaria mentindo. Fui formando minha opinião aos poucos, durante a leitura, e quanto mais ela se desenvolvia, mais certa eu me sentia dela – e acabei por não errar.
A parte que realmente me surpreendeu foi a motivação por detrás do episódio. Ainda que eu também tenha formulado uma teoria que se aproximou bastante da verdade, não consegui acertá-la em cheio, e só então, quando exposta, pude sentir o encanto pela reviravolta.
Mesmo que a trama, embora bem desenvolvida, tenha deixado a desejar em minha opinião, é inegável o quão fluida e rápida é a escrita do autor. Comecei a leitura e, quando dei por mim, já havia ultrapassado as 100 primeiras páginas. Depois disso, mesmo precisando interrompê-la, não demorei a terminar o livro.
Também, foi muito fácil conseguir visualizar os cenários descritos por Tom Rob Smith e o potencial da história para ganhar uma adaptação cinematográfica. O fato do livro ter sido tão visual para mim facilitou ainda mais meu envolvimento.
De modo geral, gostei da leitura e do enredo como um todo. Apenas senti falta de realmente ter ficado na dúvida sobre a veracidade dos fatos, algo que certamente teria me impulsionado ainda mais ao passar das páginas e que teria despertado em mim o sentimento do thriller.
Oi Aoine…
Nossa, quero muito este livro. Eu gosto também de livros do gênero, e tenho este livro já na minha listinha. A capa é bem macabra e eu gostei também.
Que bom saber sobre a narrativa do autor, mesmo com os pontos negativos. Eu formo algumas teorias também, mas na maioria das vezes ou não acerto, ou acerto em parte…rs
Querendo muito ler ele, amei a resenha.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br