[Resenha] Olympe de Gouges - Catel e Bocquet - Minha Vida Literária
Minha Vida Literária
20

jun
2014

[Resenha] Olympe de Gouges – Catel e Bocquet

OLYMPE_DE_GOUGES_1396634971PTítulo: Olympe de Gouges
Autor: Catel Muller; José-Louis Bocquet
Editora: Galera Record
Número de Páginas:  488
Ano de Publicação: 2014
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Em Montauban de 1748, nasce Marie Gouze, criada sob as convenções da França setecentista. Aos 18 anos, mãe e viúva, se vê livre para expressar suas ideias e adota o pseudônimo Olympe de Gouges. Anos depois se muda para Paris, onde participará ativamente da vida política e cultural. Fiel leitora de Rousseau, inspiradas pelas ideias libertárias da França pré-revolucionária, Olympe se dedica intensamente à escrita – atividade que levaria até os últimos dias de sua vida e que a causaria muitos problemas. Conquistou inimizades e escandalizou os mais conservadores, porém jamais deixou de defender seus ideais libertários. Em 1791, redigiu a Declaração dos direitos da mulher e da cidadã, reivindicando a igualdade entre os sexos e o direito ao voto. Com muita beleza, esta graphic novel conta a trajetória de uma mulher que carimbou seu nome na história da Revolução Francesa. Dos consagrados quadrinistas José-Louis Bocquet e Catel Muller, a HQ retrata através de belos traços os incríveis cenários e personalidades da França do século XVIII. • José-Louis Bocquet e Cat Muller são autores da graphic novel Kiki de Montparnasse, também publicada pela Editora Record e vencedora do Grand Prix RTL de Comic Strip e do Essentiel Fnac-SNCF (Angoulême 2008).

Olympe de Gouges, pseudônimo de Marie Gouze, foi uma feminista, revolucionária, escritora e uma mulher à frente do seu tempo que teve um importante papel na história da Revolução Francesa. E esse livro em especial conta a sua história de vida de uma forma peculiar, pois se trata de uma história em quadrinhos, muito bem desenvolvida pelos autores, tanto pelo trabalho de pesquisa e levantamento histórico, quanto por todo o trabalho artístico depositado na obra, além das preciosidades que vamos encontrando ao longo da leitura, como os diálogos repletos de excelentes argumentos, discussões e reflexões filosóficas. No final, a HQ ainda traz uma cronologia de Olympe de Gouges e dos principais acontecimentos de sua época e também pequenas biografias dos personagens principais e secundários acompanhados de pequenos retratos que dão todo um charme e fecham com chave de ouro a edição.
A narrativa é muito envolvente e, apesar de ter 488 páginas, a leitura tem uma fluidez muito grande, a acabei com vontade de reler para assim apreender maiores detalhes, já que essa HQ é repleta de informações valiosas e recomendo, principalmente, para aqueles que gostam de história, artes e filosofia. É comum ao longo do enredo nos depararmos com nomes como Rousseau, Platão, Voltaire, entre tantos outros. Porém, é Olympe de Gouges, nome do qual a maioria de nós nunca ouviu falar nas aulas de história da escola, quem tem todo o destaque merecido e sabiamente trabalhado na obra.
A história conta desde o nascimento de Olympe e o contexto social em que ela estava inserida até sua vida adulta e as relações complexas que a permearam. Ela sempre foi muito questionadora desde criança e sua personalidade sempre foi forte e marcante. Suas lutas foram por uma sociedade mais justa e igualitária, questionou e enfrentou a burguesia e o conservadorismo de uma sociedade que não dava voz nem lugar às mulheres, ao contrário, elas eram submissas e não tinham direitos iguais aos dos homens, inclusive não podiam votar. O papel social da mulher nesse período era altamente restrito e subordinado ao autoritarismo masculino. E essa mulher lutou para mudar isso. Como escritora, ela redigia diversas peças de teatro, panfletos e cartazes com críticas sociais muito bem retratadas e corajosamente bem colocadas. Com isso, abalou os poderosos e mexeu com a vaidade de muitos escritores, deu voz não só as mulheres reprimidas, mas também expôs as mazelas sociais de sua época. Em 1791, redigiu a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, em que reivindicava a igualdade entre os sexos e o direito ao voto.
Uma personagem da história mundial que teve um papel essencial na conquista dos direitos das mulheres, ela com certeza foi inspiração para muitas outras que enfrentaram dificuldades em exercer sua cidadania e liberdade. A editora presenteou os leitores com essa edição lindíssima e os autores conseguiram, sobretudo, transmitir toda a força e coragem de Olympe, como também toda a sua doçura de mãe, seu amor aos animais e sua áurea transbordante de ideias revolucionárias e desejo de ver uma sociedade mais justa.




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6 Respostas para "[Resenha] Olympe de Gouges – Catel e Bocquet"

Adriana Correa - 20, junho 2014 às (19:02)

Achei a sinopse um pouco confusa e não sei bem se gostaria de ler um livro que mostra uma época que as mulheres não tinha direito de questionar e dar a sua opinião (isso ia me fazer querer arremessar o livro na parede). Admiro muito as mulheres que tiveram coragem para mudar isso. Adorei a resenha.

Edilza - 21, junho 2014 às (15:16)

Eu achei super bacana a premissa. Mostrar como foi a vida dessa mulher tão importante, e numa HQ só pode ser mara. Quando pegar pra ler vai ser em 1 dia, leio HQs muito rápido.
Amei a resenha! Bjs e abrçs…

Fernanda Costa - 22, junho 2014 às (15:37)

Uau! Adoro histórias que se passam na frança, adorei tbm o fato de ser uma mulher lutando por igualdade e passando por cima dos olhares preconceituosos e escandalizados. Deve ser perfeito! Mais uma HQ para pesquisar, já faz um tempinho que descobri Persépolis que tbm é uma HQ que aborda um tema feminino, no caso o costume e uso da burca, gosto bastante desse tema que explora os direitos da mulher, a luta pela igualdade, o infindável preconceito das pessoas, até mesmo de outras mulheres… Estou querendo muito começar a adquirir umas HQ’s mas ainda não consegui dinheiro pra comprar, não sei se é coisa da minha cidade mas por aqui custa muito caro, então estou pesquisando a respeito para montar uma listinha e tentar comprar pela internet. Muito interessante a resenha, gostei! =)

ELIZABETH MACHADO SALLES - 23, junho 2014 às (17:59)

Uma história inspiradora e uma mulher revolucionária pro seu tempo. Incrível e admirável isso. Você conseguiu me deixar curiosa a respeito desta mulher e vou querer ler e saber tudo sobre ela. Com certeza preciso deste livro pra minha coleção. Vai se tornar um dos meus queridinhos. rsrsrs Beijos.

FABRINE - 25, junho 2014 às (16:05)

Deve ser um bom livro, por mostrar a luta que as mulheres tiveram no passado. Mas não é um livro que eu gostaria de ler, primeiro, não me interesso muito por livros históricos e segundo que não quero me deparar com Rousseau, Platão e Voltaire novamente rsrsrs
Ótima resenha, bjs.

Rena Késsia - 28, junho 2014 às (20:59)

Olá!
Gostei da premissa do livro, se passa na França, bem interessante. Como a narrativa envolve, acredito ser uma leitura bem fácil e rápida. Gostei do modo como Olympe luta por uma sociedade mais justa, pelos direitos das mulheres. O livro em si, pode ser bem facinante, inspirador.

Beijos!

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